sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Tratamentos comuns para sinusite aguda e placebo têm efeitos semelhantes

Um estudo comparativo, publicado na última edição do “Journal of the American Medical Association (JAMA)”, revelou que a administração de alguns dos tratamentos mais comuns para a sinusite aguda, que incluem um corticosteróide e um antibiótico, não são mais eficazes do que a toma de um placebo.

Ian Williamson, da Universidade de Southampton, em Inglaterra, levou a cabo um ensaio clínico aleatório duplamente cego no qual utilizou um placebo para controlar a eficácia da amoxiciclina (um antibiótico) e da budesonida (um corticosteróide) no tratamento da sinusite aguda. O estudo contou com a participação de 240 pacientes adultos, todos sofriam de sinusite não recorrente e estavam a ser tratados por médicos de clínica geral, entre Novembro de 2001 e Novembro de 2005.

A investigação permitiu observar que a proporção de pacientes que apresentavam sintomas dez dias depois situava-se nos 29 por cento para os doentes aos quais foi administrada a amoxiciclina, contra 33,6 por cento entre os que não a tomaram e 31,4 por cento entre os que receberam a budesonida.

“A nossa principal conclusão é que entre os pacientes com sintomas típicos de sinusite aguda bacteriana, nem os antibióticos nem os corticosteróides são eficazes por si só ou em associação na alteração da severidade dos sintomas, da duração, ou do curso natural da doença”. Para além disso, os corticosteróides tendem a ser eficazes apenas entre os casos menos severos, referem os responsáveis pelo estudo.

A mesma investigação sublinha ainda que a sinusite é um problema clínico habitual com sintomas similares aos de outras patologias, o que faz com que a doença seja frequentemente diagnosticada e tratada sem confirmação clínica. Embora não se ateste a possível origem bacteriana da doença, em 92 por cento dos casos no Reino Unido, e em 85 por cento dos casos nos Estados Unidos da América são prescritos antibióticos para tratá-la.

A sinusite é uma inflamação dos seios perinasais provocada por uma alergia ou uma infecção viral, bacteriana ou fúngica. Pode ser causada por bactérias e costuma desenvolver-se depois de uma infecção viral dos canais respiratórios superiores, como a constipação comum.

Marta Bilro

Fonte: Medical News Today, Correo Farmacéutico, Manual Merck.

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