quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Estudo: Medicamentos de marca não demonstram ser melhores do que genéricos

Investigadores norte-americanos referiram que não existe qualquer evidência de que os medicamentos de marca, para o tratamento de doenças cardíacas e cardiovasculares, actuem melhor do que os seus equivalentes genéricos.

De acordo com o Dr. Aaron Kesselheim, do Hospital Brigham e de Mulheres e da Faculdade de Medicina de Harvard, em Boston, estas descobertas vão contra a percepção, de alguns médicos e pacientes, de que os medicamentos de marca mais caros são clinicamente superiores.

O Dr. Kesselheim e colegas combinaram os resultados de 30 estudos realizados desde 1984 para comparar nove sub-classes de fármacos cardiovasculares aos seus equivalentes genéricos.

Segundo as descobertas, publicadas na “The Journal of the American Medical Association”, os medicamentos de marca não ofereceram qualquer vantagem para os resultados clínicos dos pacientes nesses estudos.

De acordo com o investigador, se é prescrito a um paciente um medicamento genérico, porque isso é o que é mais apropriado para a sua doença, então este deve-se sentir confiante acerca de tomar o fármaco. Mesmos os médicos também se devem sentir confiantes a prescrever genéricos quando for apropriado.

O estudo abrangeu bloqueadores beta, diuréticos, bloqueadores do canal de cálcio, estatinas, agentes anti-plaquetários, inibidores da enzima conversor da angiotensina (ECA), bloqueadores alfa, agentes anti-arrítmicos e varfarina.

O Dr. Kesselheim referiu que os fármacos cardiovasculares para tratar doenças do coração e vasos sanguíneos são a categoria mais comummente prescrita.

Os investigadores referiram que os fabricantes de medicamentos de marca têm sugerido que os genéricos podem ser menos efectivos e menos seguros, tendo também descoberto que muitos editorais em revista médicas questionam se os medicamentos genéricos são tão bons.

Segundo a presidente e CEO da “Generic Pharmaceutical Association”, Kathleen Jaeger, existem pacientes preocupados em conseguir receber e pagar cuidados de saúde de qualidade. Na medida em que todas as pessoas se estão a debater com a forma de aumentar o acesso e reduzir os custos, sabe-se que os genéricos fazem parte da solução.

As companhias farmacêuticas detêm os direitos exclusivos dos fármacos que desenvolvem durante um determinado número de anos, após os quais outras companhias podem comercializar versões genéricas que são quimicamente equivalentes.

Um genérico tem o mesmo ingrediente activo, forma farmacêutica e dosagem e a mesma indicação que o medicamento original, de marca, mas a cor e forma do fármaco podem diferir.

Isabel Marques
Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4B188Z20081202?sp=true

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