sexta-feira, 6 de março de 2009

Combinação de Plavix e fármacos para a azia pode aumentar risco cardíaco

Investigadores revelaram que as pessoas que sofreram um ataque cardíaco têm aproximadamente o dobro do risco de sofrer outro se estiverem a tomar o anticoagulante Plavix (clopidogrel), da Sanofi-Aventis e da Bristol-Myers Squibb Co, juntamente com um fármaco para a azia, como o omeprazol.

O Plavix e a aspirina são frequentemente utilizados para diminuir a coagulação do sangue do paciente após um ataque cardíaco. Os médicos também costumam prescrever um inibidor da "bomba de protões" como o omeprazol, comercializado em diversas versões de marca e genéricas, para diminuir o risco de hemorragia gastrointestinal provocada pelos anticoagulantes.

O estudo, publicado na “Journal of the American Medical Association”, analisou 8 205 pacientes dos Estados Unidos que foram tratados devido a um ataque cardíaco ou dor no peito, conhecida como angina instável, e que receberam Plavix e aspirina.

Dois terços destes pacientes também receberam um inibidor da "bomba de protões", principalmente omeprazol, e apresentaram cerca do dobro do risco de sofrerem outro ataque cardíaco ou um episódio da angina instável, em comparação com aqueles que não tomaram um inibidor da "bomba de protões".

O investigador principal, o Dr. Michael Ho, do Centro Médico para Veteranos de Denver, referiu que esta combinação de fármacos pode ser responsável por milhares de repetições de ataques cardíacos.

O Dr. Ho referiu que o estudo sublinha a potencial interacção entre o clopidogrel e os medicamentos inibidores da "bomba de protões", sendo que sugere que talvez estes medicamentos não devam ser prescritos habitualmente ou profilaticamente, isto é, preventivamente, a pacientes que estão a tomar aspirina e clopidogrel.

Contudo, alguns médicos aconselham cautela relativamente a estas descobertas. O Dr. Kirk Garratt, do Hospital Lenox Hill, em Nova Iorque, referiu que é necessário ter muito cuidado com este estudo, pois se os médicos deixarem de prescrever inibidores da "bomba de protões" a estes pacientes, poder-se-ão observar mais complicações hemorrágicas. O Dr. Garratt acrescentou que uma grande hemorragia num paciente com doença das artérias coronárias significativa pode facilmente tornar-se fatal.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE52278420090303

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