terça-feira, 14 de abril de 2009

Dienogest promissora no alívio dos sintomas da endometriose

Investigadores japoneses relataram que a progestina dienogest é tão efectiva como a buserelina, uma análoga da hormona libertadora de gonadotropina, no tratamento dos sintomas da endometriose, com menos redução da massa óssea.

De acordo com a Reuters Health, o ensaio de Fase III, com a duração de 24 semanas, envolveu 271 mulheres com uma média de 34 anos, que receberam 1 miligrama de dienogest oral, após as refeições da manhã e da noite, ou 300 microgramas de buserelina spray intranasal a cada manhã, meio-dia e noite.

Os dois fármacos foram igualmente efectivos no alívio de todos os cinco sintomas documentados, tais como dor na parte inferior do abdómen, lumbago, ou seja dor forte, com aparecimento súbito na região lombar, frequentemente consecutiva a um esforço, dor ao defecar, dispareunia, isto é, a dor que surge nos órgãos genitais durante ou imediatamente após as relações sexuais, e dor durante um exame interno.

Também se observaram melhorias substanciais dos resultados da dor corporal, medidos através de um questionário de qualidade de vida, o Short Form-36, (22,2 para a dienogest e 18,5 para a buserelina).

O autor principal, o Dr. Tasuku Harada, da Faculdade de Medicina da Universidade de Tottori, referiu que menos pacientes no grupo da dienogest relataram ondas de calor e mais relataram hemorragia genital, devido principalmente a hemorragia vaginal irregular (spotting) ou hemorragia entre ciclos, que foram resolvidas com o tempo.

A dienogest também resultou numa menor perda da densidade mineral óssea no final do estudo, o que os investigadores atribuem a uma maior concentração de estradiol no soro durante o tratamento com dienogest.

Os investigadores concluíram na “Fertility and Sterility” que estas descobertas sugerem que a dienogest pode tornar-se uma nova alternativa terapêutica para a endometriose.

A endometriose é uma doença dolorosa que afecta as mulheres durante os anos reprodutivos e que provoca o crescimento das placas de tecido endometrial que, normalmente, só se encontra no revestimento interno uterino (endométrio), fora do útero.

Isabel Marques

Fontes:
Reuters Health

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