quarta-feira, 15 de abril de 2009

Fármaco experimental demonstra-se promissor para Doença de Alzheimer

Um novo fármaco para a Doença de Alzheimer, desenvolvido por investigadores britânicos, demonstrou-se promissor em testes realizados em alguns pacientes.

A equipa de investigadores da Universidade College London descobriu que o fármaco provocou o desaparecimento de uma proteína denominada SAP (componente amilóide sérico P), que se pensa que esteja envolvida no desenvolvimento da doença, dos cérebros de cinco pacientes com Alzheimer que o tomaram durante três meses.

Esta proteína está sempre presente tanto nas placas como no emaranhado de fibras nervosas que existem nos cérebros das pessoas com Doença de Alzheimer, que se pensa que danifiquem as células saudáveis.

Aparentemente a proteína previne que ambas as estruturas se quebrem e já foi demonstrado, pelo menos em experiências laboratoriais, que promove a formação da proteína amilóide que forma as placas danificadoras.

Existem ainda algumas evidências de que a própria SAP pode danificar directamente as células do cérebro.

Duas das grandes potenciais vantagens do fármaco são o facto de não ser interrompido uma vez no interior do organismo e ter uma acção muito específica, não interagindo de forma alguma com as células, reduzindo assim o risco de efeitos secundários.

Os resultados, publicados na “Proceedings of the National Academy of Science”, confirmaram que a utilização do fármaco, e a remoção da SAP do cérebro, não provocou efeitos secundários nos pacientes.

De acordo com a Reuters, o Britain's Alzheimer's Research Trust, que ajudou a financiar a investigação, referiu que os resultados do fármaco, o CPHPC, são razão para um optimismo cauteloso, mas que ainda é demasiado cedo para se saber ao certo se remover a SAP do cérebro irá proporcionar benefícios clínicos. Assim, estão a ser planeados estudos clínicos em maior escala para confirmar a segurança e procurar evidências do benéfico para os pacientes.

A directora executiva do Trust, Rebecca Wood, referiu que são desesperadamente necessários novos tratamentos para a Alzheimer, sendo possível que esta pequena molécula seja um futuro candidato.

Isabel Marques

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