terça-feira, 21 de abril de 2009

Estudo: Estatinas não ajudam a prevenir demência

Um relatório publicado na “Cochrane Database of Systematic Reviews” revelou que as estatinas, fármacos normalmente prescritos para reduzir o colesterol, que incluem o Zarator (atorvastatina), o Zocor (sinvastatina) e o Crestor (rosuvastatina), não ajudam a prevenir a Doença de Alzheimer ou demência.

A Dra. Bernadette McGuinness, da Universidade Queen’s de Belfast, na Irlanda do Norte, referiu à Reuters Health que existem boas evidências de que, na fase mais avançada da vida, administrar estatinas a pessoas com risco vascular não tem qualquer efeito na prevenção da Alzheimer ou demência. Portanto, as estatinas não podem ser recomendadas para este propósito.

Numa revisão inicial, dois relatórios clínicos descreveram uma associação entre a terapia com estatinas e a redução das taxas de Alzheimer na casa dos 70 por cento, mas ainda não tinham sido realizados ensaios aleatórios.

Os investigadores identificaram dois ensaios publicados que incluíram 26.340 participantes, sendo que um comparou a utilização de sinvastatina 40 miligramas ao placebo e o outro comparou a utilização de pravastatina 40 miligramas ao placebo.

A equipa de investigadores referiu que não houve diferenças significativas entre qualquer dos grupos de tratamento, no que se refere à percentagem de participantes classificados como cognitivamente incapacitados.

Igualmente, análises posteriores não revelaram qualquer associação significativa entre os testes cognitivos e a terapia com estatinas, confirmando a falta de um efeito da terapia com estatinas na cognição.

A Dra. McGuinness revelou que os investigadores ficaram um pouco surpreendidos com a falta de eficácia, pois biologicamente parece viável que as estatinas possam ser efectivas na prevenção da demência, devido ao seu papel na redução do colesterol, juntamente com o facto dos estudos observacionais iniciais terem sido tão promissores.

A investigadora acrescentou que se demonstrou que as estatinas não são prejudiciais para a cognição, o que também tinha sido objecto de preocupação anteriormente. Contudo, ainda não se sabe se a utilização de estatinas durante muitos anos, desde a meia-idade, poderá ter algum efeito.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/04/20/eline/links/20090420elin024.html

Sem comentários: