A Agência Europeia dos Medicamentos (EMEA) emitiu um parecer a recomendar a aprovação do Tasigna, da Novartis, para o tratamento de pacientes com leucemia mielóide crónica (LMC) que não respondem ao tratamento com o Glivec/Gleevec, fármaco da mesma companhia.
O Tasigna funciona em cerca de metade dos pacientes que desenvolveram uma resistência ao Glivec, o fármaco líder no mercado para o tipo mais comum de leucemia mielóide crónica, e que atingiu, no ano passado, vendas mundiais na ordem dos 2,6 mil milhões de dólares, tornando-se assim o segundo fármaco mais vendido da Novartis. A Novartis espera que o Tasigna possa eventualmente substituir o Glivec, e planeia testar a sua eficácia e segurança em pacientes que ainda não foram submetidos ao tratamento com o Glivec.
A caminhada do Tasigna para a comercialização tem sido rápida, uma vez que a equipa de cientistas da Novartis só criaram o fármaco em Agosto de 2002, apenas um ano após o lançamento do Glivec. O Tasigna ganhou a sua primeira aprovação na Suiça, em Julho, e é esperada uma decisão das autoridades reguladoras dos Estados Unidos para o final do ano. A aprovação no Japão também está pendente.
As recomendações relativas à aprovação de comercialização, emitidas pelo Comité dos Medicamentos para Uso Humano (CHMP) da EMEA, são normalmente confirmadas pela Comissão Europeia alguns meses depois.
O Tasigna inibe a produção de células cancerígenas ao direccionar-se à proteína Bcr-Abl. Esta proteína, produzida pelas células que contêm um cromossoma anormal, denominado Filadélfia, é reconhecida como sendo o elemento chave na superprodução de glóbulos brancos que causam cancro nos pacientes com leucemia mielóide crónica.
A LMC, provocada pela superprodução de glóbulos brancos imaturos, é um dos quatro tipos de causas mais comuns de leucemia, e é responsável por cerca de 15 por cento de todos os casos desta doença em todo o mundo.
Tanto o Glivec como o Tasigna irão competir com o Sprycel, fármaco desenvolvido pela Bristol-Myers Squibb Co., que foi lançado na Europa e nos Estados Unidos no ano passado.
Isabel Marques
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