sábado, 22 de setembro de 2007

Aborto com medicamentos arranca já na próxima semana

Centro de saúde de Viana do Castelo dá o sinal de partida

Até ao final do ano será possível realizar uma interrupção voluntária da gravidez, com recurso a medicamentos, em quatro centros de saúde nacionais. Em declarações ao Diário de Noticias, Paulo Sarmento, coordenador da área de saúde materna da Administração Regional de Saúde do Norte, garantiu esta sexta-feira, que o programa começa já na próxima semana, em Viana do Castelo.

De acordo com o responsável, "em Viana do Castelo, a consulta vai começar no início de Outubro e seguir-se-ão, até ao final do ano, os centros de saúde de Penafiel, Paredes e Amarante". Sarmento adianta ainda que o processo devia já ter começado no passado dia 15, no entanto, “gerou-se algum atraso no processo de articulação entre o centro de saúde e o hospital de Viana".

A escolha da unidade de Viana para lançar o programa deveu-se à "grande proximidade" do Centro Hospitalar do Alto-Minho, que permite a realização da indispensável ecografia, sem obrigar a paciente a grandes deslocações e garantindo uma intervenção imediata caso se registe qualquer complicação na IVG, informou o coordenador, adiantando ainda que um grupo constituído por dois médicos, dois enfermeiros e ainda uma assistente social e uma psicóloga, receberam já a devida formação nesta matéria.

"Nos hospitais, a experiência que temos é que em mais de 95% dos casos a IVG faz-se desta forma, quimicamente", explica Paulo Sarmento. Depois de realizada a IVG, a mulher volta a ser consultada após 15 dias, para confirmar se a interrupção correu normalmente.

Nestes casos não é necessário o internamento da mulher, "quanto muito, será acompanhada durante a manhã em que toma os comprimidos", sublinha o responsável, e o processo fica concluído em apenas uma semana.

O alargamento das consultas de IVG aos centros de saúde deve-se ao factor de proximidade ao médico de família, pois como refere Paulo Sarmento, "nos meios pouco urbanos, este clínico conhece muito bem a situação do agregado familiar e pode estar numa situação, se for o caso, de conversar abertamente com a mulher e sobre as suas opções. Mas pode sempre recorrer ao hospital, se quiser".

Para o inicio do próximo ano esta marcada uma "avaliação no terreno", de forma a definir o alargamento destas consultas a outros centros de saúde do País.

Inês de Matos

Fonte: Diário de Noticias

1 comentário:

ptcp disse...

Deve utilizar várias fontes para distinguir os seus artigos dos publicados pelas fontes.