domingo, 16 de setembro de 2007

Fármaco para a osteoporose útil contra tumores agressivos
Evista aprovado para o cancro da mama


A Food and Drug Administration, entidade reguladora do sector do medicamento nos Estados Unidos, aprovou na passada semana a comercialização do Evista (raloxifeno), fármaco da Eli Lilly usado na prevenção e no tratamento da osteoporose em mulheres na fase de pós-menopausa, para reduzir o risco de cancro da mama agressivo naquela população, mas alertou para a necessidade de haver muito cuidado na prescrição, já que o produto tem efeitos secundários assinaláveis.

Steven Galson, médico que dirige o Centro de Avaliação e Pesquisa de Medicamentos da FDA, explicou que este é o segundo tratamento aprovado por aquela autoridade para diminuir os riscos de desenvolvimento de neoplasias agressivas da mama, classificadas daquela forma por se propagarem a outros tecidos orgânicos, criando metástases que poderão desencadear novos cancros. Segundo aquele responsável a decisão anunciada pela entidade reguladora norte-americana vem dar “uma nova opção importante a todas as mulheres que enfrentam elevado risco de desenvolver cancro da mama”, embora os graves efeitos colaterais do Evista – alguns fatais, como acidentes vasculares cerebrais e formação de coágulos nas pernas e nos pulmões – obrigam a uma rigorosa análise casuística da relação risco/benefício da toma do medicamento antes da prescrição. Os resultados obtidos em três ensaios clínicos que acompanharam 15234 mulheres na fase de pós-menopausa demonstraram que as pacientes tratadas com o Evista conseguiram uma redução de 44 a 71 por cento do risco de surgimento de uma neoplasia mamária de tom agressivo, quando comparadas com as mulheres tratadas com um placebo.
O cancro da mama corresponde actualmente à segunda causa de mortalidade entre as mulheres norte-americanas, representando 26 por cento de todos os casos de doença na população feminina dos Estados Unidos. De acordo com o «Prontuário Terapêutico», “o raloxifeno é um dos medicamentos com afinidade para receptores de estrogénios, exercendo efeitos ao nível do osso, promovendo o aumento da densidade mineral, e no metabolismo do colesterol”, estando indicado para a “prevenção de fracturas vertebrais nas mulheres pós-menopausa com risco elevado de osteoporose”. Tem como reacções adversas principais o tromboembolismo venoso, as tromboflebites, os afrontamentos e o surgimento de cãibras nos membros inferiores, e interage com a colestiramina e outras resinas de troca iónica, que reduzem a sua absorção. Também antagoniza o efeito dos anticoagulantes.

Carla Teixeira
Fonte: AFP, Prontuário Terapêutico

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