sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Investigadores portugueses descobrem proteína protectora na Hemocromatose Hereditária

Investigadores, do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) da Universidade do Porto (UP), descobriram que os pacientes com uma quantidade mais elevada da proteína Calreticulina nas células manifestam sintomas mais ligeiros de Hemocromatose Hereditária, uma doença caracterizada pelo excesso de ferro nos tecidos, principalmente do fígado.

Segundo o investigador Jorge Pinto, “esta proteína tem um papel protector contra o 'stress' causado pela acumulação de ferro e de proteínas, com conformação incorrecta, em células do fígado, típica da Hemocromatose”.

Os níveis de Calreticulina, que são controlados por uma grande variedade de factores, parecem ser importantes para que uma pessoa com a mutação no gene HFE (associada à hemocromatose hereditária) venha a desenvolver sintomas mais ou menos graves de Hamocromatose, concluiu Jorge Pinto.

Este estudo irá ser publicado na “Free Radical Biology and Medicine”, a 1 de Janeiro de 2008, e incidiu sobre duas abordagens distintas: na primeira, a utilização de células com origem no fígado, e na segunda, foram estudadas células do sangue de doentes com Hemocromatose. Ambas comprovaram que a proteína tem um papel protector no que se refere à Hemocromatose.

A Hemocromatose Hereditária (HH) afecta, em Portugal, aproximadamente três pessoas em cada mil, e quando não é diagnosticada e tratada precocemente pode causar cirrose hepática, diabetes, impotência, problemas cardíacos e cancro do fígado. A Hemocromatose Hereditária é uma doença autossómica recessiva, do metabolismo do ferro, que é absorvido em excesso e se acumula nas células parenquimatosas (fígado, rim e pâncreas).

Isabel Marques

Fontes: Diário Digital, www.chc-hematologia.org

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