quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

OMS quer medicamentos adaptados às necessidades das crianças

A Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou um alerta para a necessidade de existirem dados mais fiáveis sobre a utilização de medicamentos em crianças. A instituição criticou os preços praticados e publicou a primeira lista internacional de fármacos pediátricos essenciais. Através da campanha “Fazer medicamentos à altura das crianças”, a OMS está também a concentrar os seus esforços nos medicamentos, incluindo antibióticos, analgésicos e anti-asmáticos, que necessitam de ser adaptados às necessidades das crianças.

A organização pede que haja uma maior aposta na investigação e desenvolvimento de fármacos combinados para o tratamento do VIH/Sida, tuberculose e malária, bem como nas “terapias apropriadas às crianças para um número de doenças tropicais negligenciadas”.

Segundo explicou Howard Zucker, director assistente da OMS, muitas crianças “não têm hipótese porque os medicamentos não são apropriados para a sua idade, não estão ao seu alcance ou têm preços demasiado elevados – custam até três vezes mais do que um medicamento para adultos”. O acesso atempado, seguro e efectivo aos medicamentos poderia salvar anualmente cerca de 6 milhões de crianças cuja morte é provocada por doenças tratáveis, salienta a OMS.

Para ajudar a fazer frente ao problema, a organização delineou a primeira lista internacional de medicamentos essenciais para crianças, da qual constam 206 produtos considerados seguros para estas e que travam patologias prioritárias. No entanto, “muito fica por fazer”, frisou Hans Hogerzeil, director da política e padrões de medicamentos das Nações Unidas. De acordo com o responsável, “existem medicamentos prioritários cuja utilização não foi adaptada às crianças ou que não estão disponíveis quando são necessários”.

Enquanto nos países pobres escasseiam os medicamentos pediátricos, no Ocidente, os dados sobre medicamentos pediátricos utilizados em crianças são demasiadamente reduzidos. “Nas sociedades industrializadas os medicamentos para adultos são prescritos a mais de metade das crianças quando tal não é permitido. Nos países em vias de desenvolvimento o problema reside no difícil acesso aos medicamentos”, afirma a OMS.

Além do lançamento desta campanha, a OMS também tem planos para aplicar os seus recursos na construção de um portal na internet dedicado aos ensaios clínicos com crianças e está a negociar com os governos uma alteração aos seus requisitos legais relativamente aos medicamentos pediátricos.

Marta Bilro

Fonte: Pharmalot, The Earth Times, Bloomberg, Thaindian News, http://www.who.int/medicines/publications/essentialmedicines/en/index.html.

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