quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Enzima pode ajudar a detectar cancro do pulmão

Investigadores da Universidade Autónoma de Barcelona (UAB) relataram que a enzima AKR1B10 pode servir como um bom marcador no diagnóstico e prognóstico do cancro do pulmão.

Os cientistas, liderados por Xavier Pares, professor catedrático do Departamento de Bioquímica e de Biologia Molecular da UAB, afirmaram que a enzima é detectada em grandes quantidades apenas em cancros do pulmão, particularmente em fumadores, e pode aparecer mesmo quando o cancro não se desenvolveu e as lesões são pré-cancerígenas.

Pares declarou que ambas as experiências, utilizando tubos de ensaio e cultura de células, revelaram que a enzima diminuiu os níveis da forma mais activa da vitamina A, ou ácido retinóico, um forte agente anti-cancerígeno.

A diminuição do ácido retinóico na célula, que é precisamente o efeito da enzima em questão, está ligada a uma falta de diferenciação celular e, por isso, favorece o desenvolvimento do cancro.

O ácido retinóico está presente em diversos processos biológicos, desde o desenvolvimento do feto à proliferação e diferenciação celular, através do controlo da expressão de determinados genes, segundo o investigador.

Além disso, a actividade da enzima poderá ser importante para o desenvolvimento do cancro, pelo que a investigação também poderá ter possíveis aplicações terapêuticas. A identificação destes elementos estruturais torna possível criar um delineamento específico para fármacos que poderão tratar o cancro do pulmão.

Os investigadores observaram ainda como uma substância denominada tolrestat, utilizada para inibir a enzima AKR1B1, ou aldose redutase, responsável por complicações secundárias na diabetes, inibe também a actividade da enzima AKR1B10. Como a estrutura de ambas as enzimas é semelhante, a investigação também pode ter aplicações para melhorar o tratamento da diabetes.

No trabalho, publicado na “Proceedings of the National Academy of Sciences”, também participaram membros do Instituto de Investigação Biomédica do Parque Científico de Barcelona (PCB), do Instituto de Biologia Molecular de Barcelona (IMB-CSIC), da Instituição Catalã de Investigação e Estudos Avançados (Icrea), e do Departamento de Química Orgânica da Universidade de Vigo.

Isabel Marques

Fontes: www.upi.com, www.diariomedico.com

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