terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Fármacos para a fertilidade não aumentam risco de cancro dos ovários

Dados de um estudo, publicados na “British Medical Journal”, sugerem que não existe uma associação evidente entre a utilização de fármacos para a fertilidade e o risco de desenvolver cancro dos ovários.

O investigador principal, o Dr. Allan Jensen, da Sociedade Dinamarquesa de Cancro, em Copenhaga, referiu que, embora as descobertas ofereçam evidências encorajadores relativamente à ausência de uma forte associação entre a utilização de fármacos para a fertilidade e o risco de cancro dos ovários, muitas das mulheres do estudo ainda não atingiram o pico de idade habitual para o desenvolvimento de cancro dos ovários.

Os investigadores examinaram os registos médicos de 54 362 mulheres com problemas de fertilidade, que foram encaminhadas para clínicas de fertilidade entre 1963 e 1998, e que utilizaram gonadotrofinas, clomifeno, gonadotrofina coriónica humana ou hormona libertadora de gonadotrofina. A idade média a que foi feita a primeira avaliação de infertilidade foi aos 30 anos.

Num seguimento médio de 15 anos, durante o qual 156 mulheres desenvolveram cancro dos ovários epitelial invasivo, os autores concluíram que as mulheres que receberam tratamentos de fertilidade habituais não apresentavam um risco geral acrescido de desenvolver cancro dos ovários, em comparação com aquelas que não utilizaram fármacos para a fertilidade.

Adicionalmente, os investigadores não encontraram evidências de risco acrescido entre as mulheres que se tinham submetido a 10 ou mais ciclos de tratamento, nem naquelas que não ficaram grávidas.

Contudo, foi observado um aumento de 67 por cento do mais comum subtipo grave de cancro dos ovários entre as mulheres que tomaram clomifeno, mas os investigadores atribuíram os resultados a uma associação ao acaso.

Num editorial, Penelope Webb sublinhou que estes dados são encorajadores e que fornecem evidências de que os fármacos para a fertilidade não aumentam consideravelmente o risco de cancro dos ovários, embora pequenos aumentos do risco não possam ser excluídos.

Isabel Marques

Fontes:
www.firstwordplus.com/Fws.do?articleid=B5412B0E05EC4900BEFC403CFE6AE9D8

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