sábado, 20 de outubro de 2007

Artrite, espondilite anquilosante e psoríase
Tratamento gratuito para doenças crónicas incapacitantes


Os medicamentos destinados ao tratamento de diversas doenças crónicas altamente incapacitantes, como artrite reumatóide, artrite psoriática, artrite idiopática juvenil poliarticular, psoríase em placas e espondilite anquilosante, vão ser gratuitos. A medida responde a um velho anseio daqueles doentes, e foi anunciada num despacho do Ministério da Saúde, devendo entrar em vigor dentro de um mês.

Por ora a decisão do Ministério da Saúde traduz-se na dispensa de um único fármaco: o Enbrel (etanercept), imunomodulador que está disponível em Portugal desde 2000, e que até ao momento tem sido comercializado com o preço de 695 euros por cada embalagem de quatro frascos, ou a 721 euros cada vacina pré-carregada daquele produto, sempre sem qualquer comparticipação por parte do Estado português. O despacho agora anunciado representa um importante apoio àqueles doentes crónicos, cuja despesa na farmácia tem hoje um peso considerável no orçamento familiar.
O despacho já seguiu para publicação em «Diário da República», prevendo-se que entre em vigor cinco dias depois da divulgação no jornal oficial. Tidas no seu conjunto, estas cinco doenças afectam mais de um por cento da população nacional, e há outros fármacos que podem ajudar estes doentes, e cuja integração no âmbito deste despacho está nesta altura a ser avaliada pela Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed). Assinado por Francisco Ramos, secretário de Estado da Saúde, o documento vem reconhecer o “interesse público” da dispensa gratuita daqueles medicamentos.
No entanto, e porque, como atesta o despacho, “a especificidade dos tratamentos disponíveis e o risco dos próprios medicamentos impõem que a sua administração deva ser iniciada e controlada por médicos com experiência no diagnóstico e no tratamento” destas patologias, por enquanto a dispensa gratuita dos fármacos deverá ser limitada aos hospitais, onde os doentes poderão levantá-los se forem prescritos em consultas da especialidade.

Carla Teixeira
Fonte: «Diário de Notícias»

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