sábado, 20 de outubro de 2007

Automonitorização: diabéticos têm dificuldade em analisar resultados

Cientistas britânicos defendem orientação e acompanhamento médico

A frequência da automonitorização do açúcar no sangue - em diabéticos - decresceu com o tempo. Estes doentes têm ainda dificuldades em interpretar os resultados. Conclusões que saíram de um estudo britânico publicado na revista British Medical Journal (BMJ).

Investigadores da Aston University, no Reino Unido, avaliaram os resultados da automonitorização dos níveis de açúcar no sangue, realizados por indivíduos diabéticos. Analisados foram, também, o papel da orientação do especialista, a capacidade de interpretação dos resultados e as reacções a serem adoptadas perante os valores anormais de açúcar no sangue.

De acordo com o artigo científico da BMJ, os autores do estudo constataram, não só, uma baixa na frequência da automonitorização, como também, identificaram nos doentes dificuldades em interpretar os resultados.

Neste sentido, a equipa britânica concluiu que “a automonitorização do açúcar sanguíneo, efectuada pelos diabéticos, depende de treino adequado, orientação e acompanhamento profissional, para culminar em benefícios e melhora do prognóstico da doença.”

Portugal: 650 mil diabéticos

O diabetes mellitus é uma doença caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar do sangue. Esta disfunção metabólica acaba por gerar alterações vasculares em diversos tecidos e órgãos, elevando o risco de doenças do coração, derrame cerebral, alterações na sensibilidade periférica, distúrbios renais e visuais. Estima-se que o número de indivíduos diabéticos irá sofrer um processo de crescimento, em consonância com o aumento da obesidade e hábitos de vida pouco saudáveis.

Todos os dias são diagnosticadas 200 crianças com diabetes tipo 1 e estima-se que, em todo o mundo, mais de 440 mil crianças com menos de 14 anos têm diabetes tipo 1. Em Portugal, existem cerca de 650 mil portugueses diagnosticados com diabetes. Estima-se que 20 mil sejam jovens portugueses com diabetes tipo 1, informou Paulo Madureira, presidente da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP).

Raquel Pacheco

Fonte: BMJ/AJDP

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