quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Trabalhadores nocturnos mais vulneráveis ao cancro

As alterações no relógio biológico dos trabalhadores nocturnos fazem com que a sua imunidade seja reduzida, deixando-os mais vulneráveis ao risco de vir a sofrer de cancro, revela um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS).

De acordo com uma análise da Agência Internacional de Investigação sobre Cancro da OMS (IARC), “os turnos laborais que implicam uma alteração aos ritmos biológicos do sono podem ser cancerígenos para o ser humano”. O trabalho vai ser publicado na íntegra em Janeiro, na revista “Lancet Oncology”.

A melatonina, um antioxidante natural, é produzida no cérebro durante a noite depois de o organismo ter estado exposto à luz do dia. Quando se permanece acordado durante a noite origina-se uma alteração desse processo e os níveis desta hormona tornam-se insuficientes para proteger o ADN de danos que podem provocar cancro, explica o estudo da IARC.

Para além disto, o facto de estas pessoas não descansarem adequadamente durante o dia é outra das hipóteses avançadas pelos cientistas, uma vez que o sistema imunológico destes indivíduos fica debilitado, tornando-os mais vulneráveis ao ataque das células cancerígenas.

Apesar de o estudo admitir que são necessários mais trabalhos que confirmem esta ligação e eliminem outros factores de risco neste segmento da população a OMS pondera a hipótese de, no futuro, vir a classificar o trabalho nocturno como “provável ou possivelmente cancerígeno”.

Ao longo de vários anos, 24 investigadores analisaram todas as investigações publicadas acerca desta matéria tendo verificado que nalguns dos trabalhos a incidência de cancro da mama é superior entre as mulheres que trabalharam de noite durante longos períodos, como as enfermeiras. No caso dos homens cuja jornada laboral começava ao anoitecer evidenciou-se um maior risco de cancro da próstata.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital.

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