domingo, 1 de julho de 2007

«Saúde e migrações» em destaque na presidência portuguesa da UE

A terceira presidência portuguesa da União Europeia, que hoje teve início, vai adoptar como tema, na área da Saúde, “Saúde e Migrações”, avançou José Pereira Miguel, responsável pela coordenação do sector, que acredita que esta é uma aposta através da qual “Portugal pode fazer a diferença”.

O futuro dos serviços de saúde dos Estados-membros é uma das questões que deve ser discutida com profundidade de forma a ser decidida pelos Governos e não por imposição da Comissão Europeia, considera o coordenador da área da Saúde no âmbito da presidência portuguesa.

De acordo com José Pereira Miguel, chamando a atenção para a saúde dos migrantes, “Portugal pode fazer a diferença no campo da saúde com o seu projecto de presidência”. Em declarações à agência Lusa o responsável frisou que o tema está “um bocado esquecido”, porém não deixa de ser de grande utilidade já que a Europa “não tem outro caminho a não ser ajudar os migrantes e os seus países de origem”

Uma das missões da presidência Portuguesa passa por transmitir o estímulo aos outros Estados-membros para que «os ministros da Saúde europeus sejam capazes de subscrever conclusões sobre o trabalho futuro da área da saúde dos migrantes», acrescentou. Para que se saiba como lidar com os migrantes, a “preparação dos profissionais de saúde” também não pode ser esquecida. “Esse lidar refere-se ao trato, à linguagem, à compreensão dos seus valores, das suas atitudes, da sua cultura, mas também em termos técnicos”, afirmou.

Os diagnósticos diferenciais são, segundo José Pereira Miguel, um dos exemplos com maior relevância. “Se o médico não leva em causa que pode estar perante uma doença que, apesar de não ser frequente no nosso país, pode ser importada (uma infecção, por exemplo) terá menos probabilidades de tratar esse doente”, explicou.

O futuro dos serviços de saúde é outra das discussões que José Pereira Miguel considera indispensáveis, porque apesar dos países se demonstrarem «muito ciosos da sua independência» em matéria de saúde, “também têm vindo a definir um conjunto de princípios comuns que gostariam de ver respeitados”.

Os responsáveis pretendem ainda propor uma estratégia de combate a doenças para a União Europeia, promovendo jornadas sobre os aspectos chave dessa estratégia e dando relevo a algumas patologias, como o cancro ou as doenças cardiovasculares. Estão igualmente previstas iniciativas no domínio das drogas, do HIV/Sida e da inovação farmacêutica.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digita, Lusa.

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