domingo, 1 de julho de 2007

Patologias da tiróide explicadas a “doentes, familiares e curiosos”

Mais de 200 especialistas estiveram reunidos em Lisboa para debater questões relacionadas com o cancro da tiróide, uma patologia que afecta cerca de 500 portugueses e que em 15 por cento dos casos se revela fatal. Segundo explicou o presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM), José Luís Medina, ao congresso segue-se um encontro, no Porto, aberto à população, que pretende informar “doentes, familiares e curiosos” sobre a tiróide e as suas doenças.

“As pessoas julgam que a tiróide só tem uma doença, o que não é verdade”, esclareceu o especialista em declarações à agência Lusa, salientando a importância de informar de modo a facilitar uma detecção precoce dos problemas. Este tipo de encontros tem uma função muito importante, considera José Luís Medina, pelo facto de incluir todos os interessados no tema e não apenas os profissionais de saúde.

“É uma forma de promover o diagnóstico precoce” e, simultaneamente, de evitar que as pessoas entrem em pânico de cada vez que detectam um nódulo no pescoço, pensando tratar-se de cancro, afirmou. Até porque, na consulta de endocrinologia, uma em cada 15 mulheres e um em cada 60 homens apresentam nódulos mas apenas uma pequena minoria se revela maligna.

Conforme esclareceu o especialista, existem três grandes grupos de doenças da tiróide, do qual fazem parte as alterações da forma (nódulos), as alterações da função e alterações de ambas. Nas consultas de endocrinologia, em cada 10 doentes, quatro ou cinco têm doenças da tiróide. O hipertiroidismo (quando a tiróide funciona demasiado) e o hipotiroidismo (quando o seu funcionamento é deficitário), são alterações da função que se tratam com medicamentos.

Por sua vez, o cancro da tiróide pode requerer uma intervenção cirúrgica, à qual se segue o tratamento à base de iodo radioactivo. A taxa de mortalidade é reduzida, situando-se nos 15 por cento, e é tanto menor quanto mais cedo for diagnosticada a doença. O tumor afecta mais de 25 mil pessoas por ano em toda a Europa causando cerca de seis mil mortes e é quatro vezes mais frequente nas mulheres do que nos homens.

Marta Bilro

Fonte: As Beiras

Sem comentários: