sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Médicos dos HUC aplicam crioterapia no tratamento do lacrimejar contínuo

Terapia inovadora realizada em Portugal pela primeira vez

O Serviço de Angiografia de Intervenção dos Hospitais da Universidade de Coimbra aplica esta sexta-feira, pela primeira vez, uma terapia de baixas temperaturas para tratar o lacrimejar contínuo. O método, que é já utilizado em Espanha e na Alemanha, apresenta taxas de sucesso acima dos 90 por cento.

A epífora, doença caracterizada pelo lacrimejar contínuo, decorrente de produção excessiva de lágrimas ou da obstrução dos canais lacrimais, pode ter origem em infecções repetidas, ou numa pedra no saco lacrimal. Atém ao momento, a solução para o problema residia na realização de uma cirurgia, porém o resultado era “pouco positivo e com algum aparato”, refere coordenador da área de Angiografia de Intervenção dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), Vitor Carvalheiro.

Com o auxílio de um colega espanhol, especialista em radiologia de intervenção, Vitor Carvalheiro, vai proceder à aplicação da nova técnica em Portugal, que consiste no emprego terapêutico das baixas temperaturas (crioterapia). O doente recebe uma anestesia local e, através de “balões que trabalham por ar frio”, os médicos conseguem dilatar os sacos lacrimais, de modo a que seja feita a “passagem [das lágrimas] para a nasofaringe (parte posterior do nariz)”, explicou Vitor Carvalheiro citado pelo Diário de Coimbra.

Na área há 22 anos, o especialista considera que os dados relativos à taxa de sucesso do procedimento, que se encontram entre os 90 e os 95 por cento, “são altamente animadores”. A intervenção demora em média 30 a 40 minutos e permite aliviar o dia-a-dia dos pacientes constantemente sujeitos a olhos congestionados, remelas e lágrimas sem motivo.

A crioterapia consiste no emprego terapêutico das baixas temperaturas, sob a forma de duches ou de banhos frios, de aplicações locais de gelo, de neve carbónica ou de cloreto de etilo. A técnica tem várias indicações terapêuticas, como é o caso das artérias da perna ou das vias biliares, referiu o responsável.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Coimbra, Médicos de Portugal.

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