sábado, 10 de novembro de 2007

10 a 15 por cento dos cancros são de origem sanguínea

Entre 10 e 15 por cento dos cancros têm origem sanguínea, mas os tratamentos são cada vez mais eficazes e as taxas de sobrevivência elevadas, disse à Lusa o presidente da Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH). O linfoma, a leucemia ou o mieloma são os três tipos de cancro de origem sanguínea com maior incidência nos últimos 30 a 40 anos, em parte por a esperança de vida ser cada vez maior.

O presidente da SPH participa na reunião anual da instituição, que se encontra a decorrer desde quinta-feira até sábado, em Albufeira, onde deverão ser debatidas as doenças de Hematologia, especialidade médica que se foca nos tecidos e órgãos responsáveis pela proliferação, maturação e destruição das células sanguíneas.

Ao contrário de outros tumores, estes, por não serem sólidos, não podem ser tratados através de cirurgia, já que a medula óssea está distribuída por todo o corpo humano, assim como as células sanguíneas, explicou Parreira.

Os tratamentos, como a quimioterapia, permitem taxas de cura que rondam os 80 por cento nos casos de leucemia em crianças (a doença maligna mais frequente na população infantil) e os 60 por cento em determinados tipos de linfoma.

"Ao contrário do que se pensa, ter uma leucemia ou um linfoma não é uma sentença de morte", sublinhou o presidente da SPH, adiantando ainda que, nos casos em que não há cura, existem tratamentos que permitem atenuar ou eliminar os sintomas da doença.

"Existem certos tipos de linfoma cuja taxa de cura é baixa, mas a eficácia dos tratamentos permite conviver com a doença por períodos muito longos", observou António Parreira. No entanto, os cancros do sistema sanguíneo não são passíveis de prevenção e só a detecção precoce através de exames de rotina pode abrir a oportunidade para um tratamento mais eficaz.

"Em circunstâncias particulares há uma predisposição genética, como nos casos do cancro da mama e cólon, mas não há razões conhecidas para o aumento da incidência de linfomas", explicou o especialista, revelando que uma das razões possíveis, embora não esteja comprovada cientificamente, prende-se com factores ambientais, como a exposição a agentes tóxicos para o organismo ou substâncias poluentes.

No caso do linfoma, a incidência é superior nas pessoas mais idosas e pode atingir 20 a 30 em cada 100 mil, mas nos mais jovens a incidência atinge os 2 0u 3 casos por 100 mil habitantes.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

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