As vendas do anti-inflamatório não esteróide (AINE) Prexige (lumiracoxib), da suíça Novartis, foram suspensas no Reino Unido, na Alemanha e na Áustria devido a preocupações de segurança relativas a possíveis danos no fígado.
A agência reguladora dos medicamentos no Reino Unido (MHRA, sigla em inglês) revelou que uma revisão dos últimos dados referentes à segurança do Prexige demonstrou um aumento do número de reacções graves no fígado. Em alguns casos, estes pacientes afectados tomaram o fármaco durante menos de um mês.
O Prexige foi encarado inicialmente como um importante futuro blockbuster para a Novartis. Contudo, o fármaco, um inibidor da cicloxigenase-2 (COX-2), tem estado sob uma sombra desde a retirada do fármaco semelhante da Merck & Co Inc, o Vioxx (rofecoxib), em 2004, o que acentuou a perscrutação dos fármacos da classe. A suspensão, que segue uma acção semelhante na Austrália e no Canadá, revela-se um golpe nas aspirações da Novartis de que o fármaco poderia atingir vendas significativas.
O Prexige está disponível em alguns países europeus, após ter conseguido a aprovação em Outubro de 2006. Além da Grã-Bretanha, Alemanha e Áustria, também é comercializado em Portugal, na Bélgica, no Chipre, na Hungria, em Malta e na Suécia.
A Novartis afirmou que é possível que outros países europeus venham a decidir suspender o fármaco, enquanto a Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) conduz uma revisão reguladora. Espera-se que a agência tome uma decisão em Dezembro.
Apesar de ter sido aprovado na Europa e em alguns outros países, o Prexige não foi aprovado para ser comercializado nos Estados Unidos, e a agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) emitiu uma carta de não aprovação para o fármaco em Setembro.
A Novartis irá continuar as conversações com as autoridades de saúde relativamente ao futuro do fármaco, acrescentando que continua a acreditar que o Prexige é uma importante opção de tratamento para pacientes com sintomas dolorosos da osteoartrite, e que apresenta um rácio de benefício/risco positivo quando utilizado nos pacientes apropriados.
Isabel Marques
Fontes: Reuters, www.ft.com
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