sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Componentes do azeite podem ajudar a suprimir cancro da mama HER2 positivo

Investigadores espanhóis revelaram que, em laboratório, os fenóis presentes no azeite virgem extra suprimiram drasticamente a sobre-expressão do gene cancerígeno HER2 nas células humanas do cancro da mama HER2 positivo.

A equipa de investigadores, liderada pelo Dr. Javier Menéndez, do Instituto Catalão de Oncologia, e pelo Dr. Antonio Segura-Carretero, da Universidade de Granada, descobriram que o azeite virgem extra, que é extraído através da prensagem das azeitonas sem a utilização de calor ou tratamentos químicos, contém fitoquímicos que, de outra forma, seriam perdidos no processo de refinação.

No estudo, publicado na “BMC Cancer”, os investigadores separaram o azeite em fracções e testaram-nas contra as células do cancro da mama em experiências laboratoriais, tendo descoberto que todas as fracções que continham os polifenóis fitoquímicos virgem extra mais importantes, os lignanos e os secoiridóides, inibiram efectivamente a proteína HER2, que promove o crescimento das células cancerígenas.

Embora estas descobertas forneçam novos indícios, relativamente aos mecanismos através dos quais o azeite de boa qualidade, o azeite virgem extra rico em polifenóis, poderá contribuir para reduzir o risco de cancro da mama HER2 positivo, é necessária prudência extrema na transposição destes resultados de laboratório para a situação humana.

De acordo com os investigadores, os fitoquímicos activos, os lignanos e os secoiridóides, exibiram efeitos tumoricidas contra culturas de células do cancro da mama em concentrações que são pouco prováveis de ser atingidas, em situação normal, através do consumo de azeite.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/18/Extra-virgin_olive_oil_may_suppress_cancer/UPI-43741229620305/

Boa higiene dentária pode ajudar a reduzir risco de doença cardíaca

Investigadores italianos e britânicos revelaram que a relação entre as gengivas inflamadas e a doença cardíaca demonstra que uma higiene dentária apropriada pode ajudar a reduzir o risco de aterosclerose.

O Dr. Mario Clerici, da Faculdade de Medicina da Universidade de Milão, referiu que há muito se suspeita que a aterosclerose é um processo inflamatório e que as doenças periodontais, ou têm um papel na aterosclerose.

De acordo com o investigador, o estudo sugere que é este o caso e indica que algo tão simples como tratar bem dos dentes e das gengivas pode reduzir muito o risco de desenvolver doenças graves.

Os investigadores examinaram as artérias carótidas, aquelas que fornecem sangue à cabeça e ao pescoço, de 35 pessoas saudáveis, com uma média de 46 anos, com doença periodontal ligeira a moderada, antes e depois de terem recebido tratamento para a doença periodontal.

O estudo, publicado na “Federation of American Societies for Experimental Biology Journal”, descobriu que, um ano após o tratamento, foi observada uma redução das bactérias orais, da inflamação imunitária e do espessamento dos vasos sanguíneos associados à aterosclerose.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/17/Dental_floss_may_lower_heart_disease_risk/UPI-81571229574870/

Caminhar e correr melhor do que levantar pesos para perder peso

Investigadores britânicos descobriram que o exercício aeróbico, como caminhar ou correr, é melhor na supressão do apetite do que o exercício não aeróbio, para aqueles que querem perder peso.

O Dr. David J. Stensel, Universidade de Loughborough, na Inglaterra, e colegas referiram que um treino vigoroso de 60 minutos num tapete de corrida afecta a libertação de duas hormonas chave do apetite, a grelina e o peptídeo YY, enquanto 90 minutos de levantamento de pesos apenas afecta os níveis da hormona grelina.

Os investigadores revelaram que a grelina é a única hormona que se conhece que estimula o apetite, enquanto o peptídeo YY suprime o apetite.

No estudo, 11 estudantes universitários masculinos participaram em três sessões de oito horas. Numa sessão, os participantes correram durante 60 minutos num tapete de corrida, tendo depois descansado por sete horas. Durante outra sessão, os estudante efectuaram 90 minutos de levantamento de pesos, tendo depois descansado durante 6 horas e 30 minutos. Durante outra sessão, os participantes não efectuaram qualquer tipo de exercício.

Durante cada uma das sessões, os participantes classificaram quanta fome sentiram em diversos momentos, tendo também recebido duas refeições durante cada sessão. Os investigadores mediram os níveis da grelina e do peptídeo YY em múltiplos momentos ao longo do estudo.

As descobertas, publicadas na “American Journal of Physiology - Regulatory, Integrative and Comparative Physiology”, revelaram que o exercício aeróbico produziu uma maior supressão da fome, tendo por base as classificações de fome. As alterações que os investigadores observaram foram de curto prazo, para ambos os tipos de exercício, durando cerca de 2 horas, incluindo o tempo gasto a exercitar.

O exercício aeróbico é aquele que requer uma acção contínua por um determinado período de tempo (no mínimo, 20 minutos). Caminhar, correr, jogar ténis, andar de bicicleta, fazer um aula de ginástica aeróbica ou step, andar de skate ou patins, praticar remo, natação ou hidroginástica são alguns exemplos de actividades aeróbicas.

O treino aeróbico melhora significativamente o funcionamento do coração, pulmões e todo o sistema cardiovascular, contribuindo para uma entrega de oxigénio mais rápida por todo o corpo.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/17/Walking_better_than_lifting_to_lose_weight/UPI-99541229572676/

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Investigadores revelam que a vitamina D é crucial para a imunidade

Investigadores da Universidade Médica da Carolina do Sul, em Charleston, revelaram que agora a vitamina D não é simplesmente vista como tendo um papel na promoção da saúde óssea, mas também como uma hormona complexa que ajuda a regular a imunidade.

A equipa de investigadores, composta pela Dra. Carol Wagner, pela Dra. Sarah Taylor e pelo Dr. Bruce Hollis, revelou que a deficiência de vitamina D é comum em várias populações, mas particularmente entre as pessoas de pele mais escura, sendo que, a longo prazo, tem sido relacionada com distúrbios imunitários, tais como esclerose múltipla, artrite reumatóide, diabetes tipo 1 e cancro.

O estudo constatou que o raquitismo nutricional entre os lactentes, ou seja, nas crianças que ainda são amamentadas, cujas mães têm níveis insuficientes de vitamina D, é um distúrbio cada vez mais comum, mas evitável.

A vitamina D é agora reconhecida como sendo uma hormona essencial para o sistema imunitário humano, um papel que vai muito para além da prevenção do raquitismo.

O estudo, publicado na “Breastfeeding Medicine”, refere também que a informação mais surpreendente talvez seja a de que os adultos, na sociedade moderna, habitualmente têm deficiência de vitamina D.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/17/Study_Vitamin_D_critical_to_immunity/UPI-31631229541909/

Estudo: Sistema imunitário é mais forte durante a noite

Investigadores norte-americanos referiram que a luta do sistema imunitário contra as bactérias atinge o seu pico de actividade à noite e desce para o nível mais baixo durante o dia.

Experiências com um organismo modelo de laboratório, denominado “Drosophila melanogaster”, também conhecida por mosca da fruta, revelaram que a resposta imunitária específica, conhecida como fagocitose, oscila com o ritmo circadiano do organismo, ou seja, o período de 24 horas que regula os ciclos de actividade e repouso.

De acordo com a investigadora Mimi Shirasu-Hiza, da Universidade de Stanford, na Califórnia, estes resultados sugerem que a imunidade é mais forte à noite, o que é consistente com a hipótese de que as proteínas circadianas regulam as funções restauradoras, tais como as respostas imunitárias específicas, durante o sono, quando os animais não estão envolvidos em actividades metabólicas exigentes.

Em experiências anteriores, os investigadores constataram que as moscas da fruta doentes com uma infecção bacteriana perdiam o seu ritmo circadiano e que as moscas sem ritmo circadiano eram altamente susceptíveis a infecções.

As moscas foram infectadas com dois patógenos bacterianos diferentes: “Listeria monocitogenes” e “Streptococcus pneumoniae”. O estudo descobriu que as moscas da fruta infectadas à noite tinham melhores probabilidades de sobreviver do que as moscas infectadas durante o dia.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/16/Immunity_stronger_at_night_than_day/UPI-63291229489828/

Benefícios da amamentação superam os potenciais riscos tóxicos

Investigadores norte-americanos revelaram, num estudo publicado na “Breastfeeding Medicine”, que os efeitos benéficos da amamentação são superiores aos potenciais riscos relacionados com a exposição dos bebés a químicos, como as dioxinas.

Os autores do estudo, a Dra. Judy LaKind, da LaKind Associates, no Maryland, o Dr. Cheston Berlin Jr., do Centro Médico Milton S. Hershey, na Pensilvânia, e o Capitão Donald Mattison, do Instituto Nacional de Saúde norte-americano, aconselham os prestadores de serviços de saúde a continuarem a encorajar as novas mães a amamentarem os seus bebés.

As descobertas do estudo, baseadas em dados epidemiológicos, não desvalorizam os efeitos adversos da exposição às dioxinas e a outras toxinas ambientais. Contudo, os investigadores fizeram uma distinção entre a significância estatística das avaliações de risco/benefícios num indivíduo comparativamente aos efeitos populacionais.

De acordo com a Dra. Dr. Ruth A. Lawrence, da Faculdade de Medicina e Odontologia da Universidade de Rochester e editora da “Breastfeeding Medicine”, quando o leite materno foi escolhido, pelas agências reguladoras, como um meio prático para medir as toxinas ambientais, o público ficou preocupado que o leite materno estivesse contaminado.

Contudo, a Dra. Lawrence acrescentou que os autores do estudo, autoridades eminentes no assunto, acalmaram estes receios.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/17/Breastfeeding_benefits_outweigh_toxic_risk/UPI-81481229542300/

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

AVC: Doses elevadas de suplementos podem melhorar reabilitação

Resultados de um estudo, conduzido no Centro de Reabilitação do Hospital Burke, em Nova Iorque, revelaram que as pessoas que estavam subalimentadas, após sofrerem um acidente vascular cerebral (AVC), beneficiaram do consumo intensivo de suplementos alimentares durante a reabilitação.

O Dr. M. H. Rabadi, actualmente do Centro Médico de Veteranos, em Oklahoma City, e colegas compararam o consumo intensivo e de rotina de suplementos nutricionais em 102 pacientes subalimentados, que foram admitidos no espaço de quatro semanas após terem sofrido um AVC. Todos tinham perdido de forma não intencional, pelo menos, 2,5 por cento do seu peso corporal.

Os suplementos standard continham 127 calorias, 5 gramas de proteínas e 36 miligramas de vitamina C por dose, enquanto os intensivos continham 240 calorias, 11 gramas de proteínas e 90 miligramas de vitamina C por dose. Ambos os suplementos foram administrados a cada 8 horas juntamente com multivitaminas e minerais, em adição à dieta normal.

Os participantes do estudo que receberam os suplementos intensivos, em comparação com os que receberam suplementos standard, melhoraram significativamente mais as medidas de função motora, tais como a pontuação de independência funcional standard (31,5 vs. 22,9) e a alteração da distância que conseguiam percorrer em seis minutos (71 vs. 51,8 metros).

Os investigadores relataram, na “Neurology”, que estas diferenças foram percebidas como sendo clinicamente importantes pelos pacientes, pelas famílias, pelos médicos e por outros prestadores de serviços de saúde.

Uma maior percentagem de pacientes do grupo intensivo, cerca de 63 por cento, voltou a casa após o programa de reabilitação, em vez de ir para uma casa de saúde, em comparação com os 43 por cento do grupo standard.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2008/12/16/eline/links/20081216elin025.html

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Estudo: Ataques de pânico relacionados com maior risco cardíaco

Investigadores britânicos referiram que os ataques de pânico têm sido relacionados com um maior risco de ataques cardíacos e doença cardíaca, especialmente em pessoas mais jovens.

O estudo, publicado na “European Heart Journal”, descobriu que as pessoas com menos de 50 anos, quando foram diagnosticadas com distúrbio de pânico, apresentavam um risco significativamente mais elevado de ataques cardíacos subsequentes, ou enfartes do miocárdio, mas este não era o caso nas pessoas mais velhas.

O distúrbio de pânico foi associado a um aumento de 38 por cento do risco de ataque cardíaco entre as pessoas com menos de 50 anos. A taxa foi mais elevada nas mulheres jovens, entre os 16 e os 40 anos, nas quais o risco aumentou mais de três vezes.

Os investigadores descobriram ainda uma incidência significativamente maior de doença coronária subsequente nas pessoas diagnosticadas com ataques/distúrbio de pânico, em todas as idades, mas esta situação era mais marcada naquelas com menos de 50 anos. Novamente, as mulheres jovens com distúrbio de pânico apresentaram um risco mais elevado.

Contudo, a investigação também demonstrou que, na realidade, o risco de morrer devido a doença coronária foi reduzido entre as pessoas de todas as idades que tinham sido diagnosticadas com ataques/distúrbio de pânico.

O estudo envolveu um total de 404.654 pessoas da Grã-Bretanha, das quais cerca de 58 mil eram maiores de 16 anos e tinham sido diagnosticadas com distúrbio de pânico, sendo as restantes 347 mil sujeitos de controlo. Os participantes foram seleccionadas de uma população de cuidados primários, que pode ser largamente generalizada a outros países com uma estrutura sócio-demográfica semelhante.

De acordo com a investigadora principal, a Dr. Kate Walters, da Universidade College London, não se sabe muito acerca da relação entre o distúrbio de pânico e a doença cardíaca. Contudo, parece que existe uma relação complexa entre ambos, pois os sintomas dos ataques de pânico podem imitar de perto os de um ataque cardíaco ou da doença cardíaca aguda.

Isabel Marques

Fontes:

Cancro da mama: Inibidores da aromatase mais efectivos do que tamoxifeno

Investigadores norte-americanos revelaram que os inibidores da aromatase, que reduzem as quantidades de estrogénio no organismo, são mais efectivos na prevenção do retorno do cancro da mama do que o tamoxifeno.

Duas meta-análises distintas de ensaios clínicos internacionais testaram o tamoxifeno em comparação com fármacos inibidores da aromatase, em mulheres na pós-menopausa com cancro da mama em fase inicial, tendo ambas chegado à mesma conclusão: os inibidores da aromatase são mais efectivos na prevenção do retorno do cancro da mama.

O tamoxifeno e os inibidores da aromatase, como o letrozol, o anastrozol, o exemestano e o formestano, são largamente utilizados para prevenir a recorrência ou para tratar tumores que são receptores positivos de estrogénio, que representam entre 70 e 80 por cento de todos os cancros da mama.

De acordo com o Dr. James Ingle, da Mayo Clinic, em Rochester, no Minnesota, o tamoxifeno é um bom fármaco, mas parece que os inibidores da aromatase podem ser algo melhores.

O Dr. Ingle referiu que a importância destas descobertas pode ser observada no facto de 80 mil a 90 mil mulheres, apenas nos Estados Unidos, estarem a utilizar terapia endócrina este ano e, embora uma diferença de 3 por cento na recorrência do cancro possa não parecer muito, isto pode significar que vários milhares de mulheres possam ser poupadas a uma recorrência do cancro da mama.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/16/Aromatase_inhibitors_better_than_tamoxifen/UPI-56251229404952/

Peso perdido pode ser mantido independentemente da estratégia utilizada

Descobertas de um estudo revelaram que as pessoas obesas que perderam quantidades substanciais de peso sem cirurgia podem manter o peso saudável tão bem como as pessoas que perderam peso através de cirurgia gástrica.

Contudo, as pessoas que se submetem a uma solução não cirúrgica podem ter de trabalhar mais para não recuperarem os quilos perdidos, ressaltou o Dr. Dale S. Bond, da Universidade Brown University, em Providence, Rhode Island.

Os investigadores revelaram, na “International Journal of Obesity”, que é aceite que a cirurgia bariátrica, ou de “redução de estômago”, é a forma mais fiável de perder peso a longo prazo, para as pessoas muito obesas, ou seja, aquelas que têm em excesso mais de 45 quilos ou com um Índice de Massa Corporal de 40 ou mais. Embora investigações recentes tenham demonstrado que as intervenções comportamentais também podem ajudar, a sua efectividade a longo prazo era desconhecida.

Para investigar esta questão, os investigadores compararam 105 pacientes que se submeteram a uma cirurgia bariátrica a 210 pessoas que perderam peso de forma não cirúrgica, sendo este o primeiro estudo a comparar as duas estratégias.

Todos os pacientes perderam cerca de 56 quilos e não recuperaram, pelo menos, 13,5 quilos perdidos durante uma média de 5,5 anos. Aproximadamente dois terços dos pacientes que perderam peso de forma não cirúrgica tiveram ajuda profissional, enquanto os restantes referiram não ter tido assistência especializada.

Entre um a dois anos após o início do estudo, ambos os grupos ganharam uma média de 1,8 quilos por ano. A maioria das pessoas, em ambos os grupos, manteve a perda de peso original com variações de cerca de 5 quilos.

Aqueles que se submeteram a cirurgia comiam mais gorduras e "fast food” e eram menos activos do que aqueles que perderam peso através de uma abordagem não cirúrgica.

O único factor que prognosticou se uma pessoa iria ou não manter o peso perdido foi o nível de desinibição, ou perda da capacidade de controlar os impulsos, no início do estudo, assim como qualquer aumento da desinibição durante os anos seguintes.

Os investigadores concluíram que delinear métodos para aumentar a resistência aos sinais que despoletam a vontade de comer em excesso entre as pessoas que atingiram grandes perdas de peso, através de cirurgia bariátrica ou de métodos não cirúrgicos, pode ajudar a prevenir que se volte a ganhar o peso.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4BE5KR20081215

Frutas e vegetais podem ajudar a fortalecer os ossos

Investigadores norte-americanos revelaram que um novo estudo descobriu que aumentar os níveis de álcali através de comprimidos ou pelo consumo elevado de frutas e vegetais pode ajudar a fortalecer os ossos.

Dados anteriores sugerem que consumir muitas proteínas e cereais provoca excesso de produção de ácido, o que pode aumentar a excreção de cálcio e provocar o enfraquecimento dos ossos.

Este estudo, que será publicado na edição de Janeiro da “Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism”, incluiu 171 homens e mulheres com 50 anos ou mais que receberam aleatoriamente placebo ou doses elevadas de bicarbonato de potássio, ou de bicarbonato de sódio, ou de cloreto de potássio, durante três meses. As pessoas que receberam bicarbonato demonstraram reduções significativas da excreção de cálcio e da reabsorção óssea.

A reabsorção óssea é um processo no qual os ossos se decompõem para libertar minerais, tais como cálcio, fosfatos e sais alcalinos (básicos) no sangue. O aumento da reabsorção óssea leva a uma redução da massa óssea e a um aumento do risco de fracturas.

As dietas normais de muitos adultos mais velhos acrescentam ácido ao organismo. À medida que as pessoas envelhecem, são menos capazes de excretar o ácido. A reabsorção óssea é uma forma do organismo tentar contrariar os níveis elevados de ácido.

Contudo, quando as frutas e os vegetais são metabolizados adicionam bicarbonato, um composto alcalino, ao organismo, segundo a Dra. Bess Dawson-Hughes, da Faculdade de Medicina da Universidade de Tufts, em Boston.

De acordo com a investigadora, neste estudo foi demonstrado que adicionar álcali em formato de comprimido reduziu a reabsorção óssea e as perdas de cálcio pela urina, durante um período de três meses. Esta intervenção garante investigações adicionais como um suplemento seguro e bem tolerado para reduzir a perda óssea e o risco de fracturas em homens e mulheres idosos.

Segundo a Dra. Dawson-Hughes, a heretariedade, a dieta e outros factores de estilo de vida contribuem para o problema da perda óssea e fracturas. No que se refere a preocupações alimentares relativamente à saúde óssea, o cálcio e a vitamina D têm recebido a maior atenção, mas há cada vez mais evidências de que o equilíbrio ácido-base da dieta também é importante.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_72748.html

Terbutalina pode ajudar a prevenir hipoglicemia nocturna na diabetes tipo 1

Resultados de um estudo piloto indicaram que uma dose baixa de terbutalina, antes de dormir, parece prevenir a queda dos níveis de açúcar no sangue, ou hipoglicemia, durante a noite, em pacientes com diabetes tipo 1, sem fazer com que os níveis de glicose fiquem muito elevados na manhã seguinte.

O Dr. Philip E. Cryer e colegas, da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis, relataram anteriormente que uma dose de 5 miligramas de terbutalina preveniu a hipoglicemia nocturna, mas os níveis de glicose no sangue na manhã seguinte eram elevados.

Para o ensaio actual, 15 pacientes, a maioria com bom controlo da glicose, que tinham uma média de 29 anos, receberam aleatoriamente doses baixas ou elevadas de terbutalina (2,5 ou 5 mg) ou placebo em três noites separadas, às 22 horas.

Os resultados, publicados na recente edição da “Diabetes Care”, demonstraram que a média mais elevada das concentrações de glicose no sangue foram de 87 miligramas por decilitro (mg/dL) após placebo, 100 mg/dL após 2,5 mg de terbutalina ou 122 mg/dL após 5 mg de terbutalina. Os níveis de açúcar no sangue correspondentes na manhã seguinte foram de 113, 127 e 183 mg/dL.

Cinco pacientes apresentaram níveis de glicose no sangue nocturnos abaixo dos 50 mg/dL, após tomarem placebo, e dois apresentaram níveis semelhantes após receberem doses baixas de terbutalina. Nenhum dos pacientes que tomou a dose elevada apresentou níveis de glicose abaixo dos 60 mg/dL.

Embora o ensaio tenha sido demasiado pequeno para demonstrar diferenças estatisticamente significativas entre o placebo e a dose baixa de terbutalina, os investigadores referiram que a dose pretendida de terbutalina é mais do que placebo e menos do que 5 mg.

A equipa de investigador concluiu que estudos maiores e controlados poderão demonstrar que a terbutalina é segura e efectiva no tratamento preventivo da hipoglicemia nocturna na diabetes tipo 1.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4BA71R20081211

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Exercícios de respiração podem ajudar a melhorar sintomas da asma

Investigadores britânicos revelaram que os adultos com asma podem melhorar o seu bem-estar e o controlo da sua doença, através da aprendizagem de exercícios de respiração e da incorporação desses exercícios no regime de medicação para a asma.

O Dr. Mike Thomas, da Universidade de Aberdeen, na Escócia, salientou que os exercícios de respiração não curam a asma. Contudo, se forem utilizados juntamente com os tratamentos habituais, estes exercícios podem ajudar a melhorar os sintomas da asma e a qualidade de vida dos pacientes asmáticos.

Os investigadores compararam os benefícios do treino da respiração supervisionado por fisioterapeuta e a educação sobre a asma apresentada por uma enfermeira em pacientes asmáticos moderadamente incapacitados, mas de outra forma saudáveis, com uma média de 46 anos.

A equipa distribuiu aleatoriamente 183 pacientes por dois grupos, para receberem três sessões de treino da respiração supervisionado por fisioterapeuta ou de educação sobre a asma apresentada por uma enfermeira.

As sessões de respiração explicaram a respiração normal versus a disfuncional, ensinaram técnicas de respiração nasal e diafragmática e encorajaram os participantes a praticar os exercícios durante, pelo menos, 10 minutos por dia.

Um mês após todas as sessões terem sido completadas, os investigadores notaram melhorias semelhantes e significativos na pontuação da qualidade de vida na asma, em ambos os grupos.

Após seis meses, 64 pacientes do grupo do treino da respiração e 66 do outro grupo ainda continuavam no estudo, sendo que, neste ponto, a pontuação da qualidade de vida na asma melhorou em mais de 90 por cento dos participantes que completaram o treino da respiração, em comparação com os 64 por cento dos participantes que completaram a intervenção de educação.

Adicionalmente, os pacientes do grupo do treino da respiração apresentaram melhorias nas questões centradas no paciente, tais como sentir-se mais em controlo dos sintomas da asma e sentir-se menos ansioso e deprimido.

Estas descobertas, publicadas online na “Thorax”, sugerem que os exercícios de respiração podem beneficiar os pacientes com asma ligeira a moderada parcialmente controlada. Os investigadores recomendam utilizar estas técnicas em conjunto com os regimes de medicação para a asma supervisionados medicamente.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2008/12/10/eline/links/20081210elin002.html

Actividade física ajuda a reduzir futuras dores e desconfortos músculo-esqueléticos

Um estudo alargado, conduzido na Noruega, demonstrou que o exercício físico está associado a taxas mais baixas de queixas dolorosas músculo-esqueléticas crónicas, aproximadamente uma década mais tarde.

A Dra. Helene Sulutvedt Holth, da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, em Trondheim, e colegas examinaram a relação entre a inactividade física e o desenvolvimento de queixas músculo-esqueléticas crónicas. As descobertas foram publicadas online na “BMC Musculoskeletal Disorders”.

Os investigadores avaliaram os resultados de dois estudos de saúde pública, nos quais 39.520 participantes responderam a questões sobre os padrões de actividade física, entre 1984 e 1986, e sobre queixas músculo-esqueléticas crónicas 11 anos mais tarde, entre 1995 e 1997.

As queixas músculo-esqueléticas crónicas foram definidas como queixas músculo-esqueléticas que duraram três meses ou mais no ano anterior ao questionário. As queixas músculo-esqueléticas crónicas difusas foram definidas como dores no tronco, acima ou abaixo da cintura, durante 15 dias ou mais no mês anterior.

No questionário de seguimento, os investigadores descobriram que 51 por cento dos participantes relataram queixas músculo-esqueléticas e 5,9 por cento relataram queixas músculo-esqueléticas crónicas difusas.

Os participantes que estavam a praticar exercício físico, quando o estudo começou, tinham 9 por cento menos probabilidade de ter queixas músculo-esqueléticas crónicas, em comparação com os indivíduos inactivos. Aqueles que praticavam exercício três ou mais vezes por semana tinham 28 por cento menos probabilidade de ter queixas músculo-esqueléticas crónicas difusas.

De acordo com a Dra. Holth, no estudo actual, o nível de actividade física baseou-se somente no exercício efectuado nos tempos de lazer, pelo que o impacto da carga física ocupacional pode ter contribuído para os resultados.

Os investigadores sublinharam que estudos posteriores devem tentar clarificar se as queixas músculo-esqueléticas crónicas são uma causa ou uma consequência da inactividade.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2008/12/09/eline/links/20081209elin032.html

Fármaco para o tratamento da gravidez ectópica não prejudica ovários

Investigadores espanhóis referiram que a utilização de uma única dose do fármaco metotrexato para tratar uma gravidez ectópica não parece reduzir a fertilidade da mulher.

Os investigadores, para perceberem se a terapia com metotrexato para a gravidez ectópica prejudica a fertilidade futura, mediram os níveis no sangue de uma proteína denominada hormona anti-mülleriana (HMA), que é um indicador da reserva ovariana.

Os investigadores efectuaram uma medição dos níveis antes do tratamento com metotrexato e novamente, pelo menos, uma semana após a resolução da gravidez ectópica em 25 mulheres.

O Dr. Juan Antonio Garcia-Velasco, do Instituto Valenciano de Infertilidade de Madrid (IVI-Madrid) e colegas relataram, na “Fertility and Sterility”, que não existiram diferenças significativas nos níveis de HMA antes e depois da administração do metotrexato.

De acordo com o Dr. Garcia-Velasco, o tratamento médico de uma gravidez ectópica com metotrexato é conhecido como sendo uma alternativa segura e eficiente à cirurgia. Além disso, agora sabe-se que não prejudica a reserva ovarina para uma fertilidade futura.

Uma gravidez ectópica (fora do lugar) é aquela em que o feto se desenvolve fora do útero, quer seja na trompa de Falópio, no canal cervical ou na cavidade pélvica ou abdominal. Estas gravidezes podem provocar hemorragias e morte se o embrião não for removido, seja cirurgicamente ou através de terapia farmacológica. Uma gravidez ectópica constitui um risco para a vida e deve ser extraída o mais rapidamente possível.

Uma em cada 100 ou 200 gravidezes é ectópica, sendo cada vez mais frequentes, por razões não muito claras. São factores de risco uma doença na trompa de Falópio, uma gravidez ectópica anterior, a exposição fetal ao dietilestrilbestrol ou uma laqueação de trompas falhada (um procedimento de esterilização em que se corta ou se obstrui a trompa de Falópio).

Geralmente, as gravidezes ectópicas ocorrem numa das trompas de Falópio. Não são habituais as gravidezes no canal cervical, no ovário ou na cavidade abdominal ou pélvica.

Isabel Marques

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Estudo: Fenofibrato não reduz riscos cardíacos em diabéticos

Um relatório, publicado na revista cientifica “Journal of the American College of Cardiology”, revelou que o tratamento a longo prazo com o fármaco antidislipidémico fenofibrato, um tipo de fibrato utilizado para baixar o colesterol, não reduz as placas coronárias ou os sinais de aterosclerose em pacientes com diabetes tipo 2.

Investigações anteriores têm sugerido que a terapia com fibratos pode ter efeitos cardiovasculares benéficos. Contudo, na principal análise do estudo relativo à utilização do fenofibrato na diabetes, denominado FIELD, os investigadores descobriram que o tratamento com fenofibrato não reduziu os ataques cardíacos nos diabéticos tipo 2.

O ponto principal do sub-estudo do FIELD, que incluiu 170 pacientes que receberam aleatoriamente fenofibrato ou placebo durante cinco anos, era determinar se a terapia com fenofibrato reduz a aterosclerose, um grande factor de risco para ataques cardíacos, em pacientes com diabetes tipo 2.

A Dra. Anne Hiukka, da Universidade de Helsínquia, na Finlândia, e colegas relataram que, durante o seguimento, a aterosclerose progrediu num grau semelhante em ambos os grupos.

Num editorial, o Dr. Evan A. Stein, do "Metabolic and Atherosclerosis Research Center", em Cincinnati, no Ohio, comentou que estes resultados do sub-estudo, combinados com as principais descobertas do FIELD, sugerem que o tratamento com fenofibrato oferece poucos benefícios cardíacos aos pacientes diabéticos.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_72625.html

Alzheimer: Inibidores da colinesterase efectivos e seguros para sintomas de demência

Investigadores norte-americanos referiram que os inibidores da colinesterase, utilizados para tratar os problemas cognitivos da Doença de Alzheimer, são seguros e efectivos para os sintomas comportamentais e psicológicos da demência.

Os investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Indiana, do Instituto Regenstrief e dos Serviços de Saúde de Wishard, em Indianapolis, reviram nove ensaios clínicos aleatórios, controlados por placebo, que avaliaram a efectividade de três populares inibidores da colinesterase na gestão dos sintomas comportamentais e psicológicos manifestados pelos pacientes com Doença de Alzheimer.

Os resultados do ensaio indicaram que os inibidores da colinesterase levaram a uma redução estatisticamente significativa dos sintomas comportamentais e psicológicos, tais como agressividade, deambulação ou paranóia, quando utilizada a mesma dosagem como a administrada para melhorar a incapacidade cognitiva.

Em conclusão, a revisão, publicada na “Clinical Interventions in Aging”, relatou que os inibidores da colinesterase são seguros, não produzindo efeitos secundários de maior.

De acordo com o Dr. Malaz Boustani, da Faculdade de Medicina da Universidade de Indiana, existe a necessidade de alternativas seguras para os fármacos antipsicóticos utilizados actualmente para gerir os sintomas comportamentais e psicológicos da Doença de Alzheimer. Os resultados analisados são encorajadores e sugerem que os inibidores da colinesterase são uma alternativa segura e eficaz.

Os investigadores sublinharam que nove em cada dez pacientes com Alzheimer manifestam sintomas comportamentais e psicológicos devido à doença.

Contudo, os inibidores da colinesterase, como a rivastigmina, comercializada como Exelon e Prometax, o donepezilo, comercializado como Aricept ou em diversas versões genéricas, e a galantamina, comercializada como Reminyl ou em diversas versões genéricas, são subaproveitados e prescritos normalmente durante menos de três meses e a menos de 10 por centos dos pacientes com Doença de Alzheimer.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/10/Drug_for_Alzheimers_behaviors_underused/UPI-58291228955193/

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Estudo: Grávidas devem evitar utilização de estatinas

Investigadores britânicos alertam que as mulheres grávidas ou aquelas que estão a tentar engravidar devem evitar a utilização de estatinas para baixar o colesterol.

Um estudo de 2007, que examinou o risco de malformações congénitas nos bebés de mulheres grávidas que utilizam estatinas, sugeriu que os efeitos prejudiciais destes fármacos podiam estar restritos apenas às estatinas lipofílicas ou solúveis em gordura, tais como a atorvastatina e a sinvastatina.

Contudo, os investigadores da Universidade de Manchester demonstraram que mesmo as estatinas hidrofílicas, ou solúveis em água, como a pravastatina, a cerivastatina e a fluvastatina, podem afectar o desenvolvimento da placenta, levando a resultados piores na gravidez.

O estudo, publicado na “Journal of Cellular and Molecular Medicine”, descobriu que a estatina solúvel em gordura cerivastatina afectou a placenta, resultando num crescimento reduzido. Os investigadores também descobriram que a pravastatina, a estatina solúvel em água, que se pensava ser potencialmente compatível para ser utilizada durante a gravidez, teve o mesmo efeito prejudicial.

A Dra. Melissa Westwood referiu que o rápido aumento da obesidade e da diabetes tipo 2 é um grande problema de saúde, sendo que as pessoas afectadas são frequentemente tratadas com estatinas para baixar os níveis de colesterol na circulação e reduzir o risco de doença cardíaca.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/10/Study_Pregnant_women_should_avoid_statins/UPI-45581228947369/

Terapias não hormonais benéficas para pacientes com cancro da mama

Investigadores gregos referiram que, nos últimos 35 anos, os tratamentos não hormonais têm melhorado a sobrevivência geral das pacientes com cancro da mama avançado.

Os investigadores conduziram uma revisão de 128 ensaios clínicos que incluíram mais de 26 mil mulheres com cancro da mama. A revisão demonstrou que a utilização de regimes à base de antraciclina levou a uma redução relativa do risco de 22 por cento na mortalidade geral, em comparação à quimioterapia com agente único mais antiga.

O tratamento com apenas um taxano levou a uma redução relativa do risco de 33 por cento, enquanto que a combinação de um taxano com capecitabina ou gemcitabina levou a uma redução relativa do risco de 51 por cento em relação à quimioterapia com agente único.

O estudo, publicado na edição de 9 de Dezembro da “Journal of the National Cancer Institute”, revelou que a maioria dos regimes pareceu ser efectiva, independentemente das mulheres terem recebido ou não tratamento anteriormente.

De acordo com os investigadores, esta meta-análise quantifica o progresso conseguido, nos últimos 35 anos, no tratamento do cancro da mama avançado com a terapia sistémica não hormonal.

Diversos regimes têm demonstrado efectividade e, em alguns deles, os efeitos de tratamento, em magnitude, são praticamente indistinguíveis. Assim, pode-se explorar os benefícios na sobrevivência conferidos por diversos regimes efectivos utilizados de forma sequencial, visto que linhas de tratamento subsequentes podem apresentar benefícios relativos semelhantes aos do cenário de primeira linha.

De acordo com o Dr. Philippe Bedard e a Dra. Martine Piccart-Gebhart, do Instituto Jules Bordet, em Bruxelas, esta revisão é importante, porque não tem havido consenso relativamente à melhor dosagem, tempo, sequência ou combinação de terapias para o tratamento do cancro da mama metastático, uma vez que os comparadores standard não têm estado disponíveis.

A descoberta de que muitos dos regimes têm uma efectividade relativa semelhante, tanto nas pacientes que não receberam tratamento como nas tratadas anteriormente, significa que outras considerações, como a toxicidade, irão continuar a ajudar a determinar a escolha de regime para pacientes individuais.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_72604.html

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Estatinas não inibem tratamento farmacoterapêutico de linfomas

Investigadores norte-americanos revelaram que as estatinas, fármacos para baixar o colesterol, não interferem com a terapia à base de rituximab, utilizada para o tratamento de linfomas. Além disso, descobriram que as estatinas podem mesmo atrasar a progressão de alguns tipos de linfomas.

Um estudo, publicado no início deste ano, sugeriu que as estatinas podem inibir a capacidade do rituximab se ligar à CD20, uma proteína encontrada nas células dos linfomas. O rituximab é um anticorpo monoclonal utilizado frequentemente sozinho ou em combinação com quimioterapia para tratar linfomas, isto é, cancros do sistema linfático.

De acordo com o Dr. Grzegorz Nowakowski, hematologista da Mayo Clinic, essas descobertas levantaram questões relativamente à manutenção ou paragem do tratamento do colesterol com estatinas, por parte dos pacientes com linfoma, sendo que um em cada cinco pacientes com linfoma toma estes fármacos.

Para clarificar esta questão, os investigadores estudaram 228 pacientes com linfoma difuso de grandes células B agressivo e 293 pacientes com linfoma folicular lentamente progressivo. Vinte e dois por cento dos pacientes com linfoma difuso de grandes células B e 19 por cento dos pacientes com linfoma folicular estavam a tomar estatinas quando começaram o tratamento para os linfomas.

De acordo com o estudo, a utilização de estatinas não influenciou os resultados para os pacientes com linfoma difuso de grandes células B. Entre os pacientes com linfoma folicular, aqueles que tomaram estatinas tiveram, na realidade, melhores resultados.

Após dois anos, 80 por cento dos pacientes com linfoma folicular a tomar estatinas não apresentaram progressão do cancro nem precisaram de novo tratamento, em comparação com 69 por cento dos pacientes que não tomaram estatinas. Este efeito positivo foi observado independentemente do tipo de tratamento.

Segundo o Dr. Nowakowski, estes resultados podem fornecer garantias aos oncologistas e aos pacientes de que as estatinas não irão reduzir a efectividade do rituximab e que, de facto, estas podem melhorar os resultados para alguns pacientes com linfomas.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_72590.html

Fármacos para a diabetes podem duplicar risco de fracturas nas mulheres

Resultados de um estudo revelaram que a utilização a longo prazo de fármacos antidiabéticos, como o Avandia (rosiglitazona), da GlaxoSmithKline, ou o Actos (pioglitazona), da Takeda, duplica o risco de fracturas ósseas em mulheres com diabetes tipo 2.

Os investigadores já sabiam que os dois fármacos para a diabetes da classe das tiazolidinedionas estavam associados a fracturas, mas a magnitude do risco ainda não tinha sido avaliada.

O Dr. Sonal Singh, da Faculdade de Medicina da Universidade de Wake Forest, na Carolina do Norte, referiu que este estudo demonstrou que estes agentes duplicam o risco de fracturas em mulheres com diabetes tipo 2, que já têm um risco mais elevado antes de tomarem a terapia.

Os investigadores, que trabalharam com colegas da Universidade de East Anglia, em Inglaterra, basearam as suas descobertas numa análise de 10 estudos clínicos anteriores, que duraram, pelo menos, um ano, envolvendo 14 mil pacientes.

A equipa de investigadores concluiu que se as tiazolidinedionas forem utilizadas por mulheres diabéticas por volta dos 70 anos, durante um ano, ocorreria uma fractura adicional por cada 21 mulheres. Entre as mulheres mais novas, por volta dos 56 anos, a utilização dos fármacos pode levar a uma fractura extra por cada 55 mulheres.

Os resultados podem aumentar as preocupações existentes acerca deste tipo de fármacos, que já estão relacionados com efeitos cardiovasculares adversos.

Os investigadores acrescentaram que ainda não é clara a causa essencial do efeito específico do sexo e das tiazolidinedionas nas fracturas, mas sugerem que os fármacos podem provocar este problema devido à substituição da medula óssea por células de gordura.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4B90UL20081210

Vitamina B1 pode ajudar a reverter doença renal em pacientes diabéticos

Investigadores britânicos e paquistaneses referiram que elevadas doses de vitamina B1, ou tiamina, podem ajudar a reverter o desenvolvimento da nefropatia diabética em fase inicial, isto é, a doença renal que ocorre em pacientes diabéticos.

A Dra. Naila Rabbani e o Dr. Paul J. Thornalley, da Faculdade de Medicina da Universidade de Warwick, em colaboração com investigadores da Universidade de Punjab e do Hospital Sheik Zaid, em Lahore, no Paquistão, referiram que tomar oralmente doses elevadas de tiamina pode diminuir drasticamente a excreção de albumina e reverter o estágio inicial da nefropatia diabética em paciente com diabetes tipo 2.

O estudo, publicado online na revista “Diabetologia”, demonstrou que a toma oral diária de 300 miligramas de tiamina, durante três meses, reduziu a taxa de excreção de albumina em pacientes com diabetes tipo 2. A taxa de excreção de albumina diminuiu 41 por cento relativamente ao seu valor no início do estudo.

Os resultados também demonstraram que 35 por cento dos pacientes com microalbuminúria apresentaram um retorno a uma normal excreção de albumina urinária, após terem sido tratados com tiamina.

No estudo, 40 pacientes com diabetes tipo 2, com idades entre os 35 e os 65 anos, receberam aleatoriamente placebo ou três doses de comprimidos de 100 miligramas de tiamina por dia, durante três meses.

A equipa de investigadores da Universidade de Warwick demonstrou que a deficiência de tiamina pode ser a chave para um leque de problemas vasculares para os pacientes diabéticos.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/09/Thiamine_reverses_diabetic_kidney_disease/UPI-70851228867601/

Atropina e pala igualmente eficazes para tratar “olho preguiçoso” nas crianças

Resultados de um estudo, publicados na revista científica “Archives of Ophthalmology”, referem que as gotas oculares de atropina e a aplicação de uma pala são similarmente efectivas para melhorar o “olho preguiçoso”, ou ambliopia, nas crianças entre os 7 e os 12 anos.

O tratamento da ambliopia envolve fazer com que a criança utilize o olho mais fraco, através da aplicação de uma pala ou da administração de gotas oculares no olho considerado bom para enevoar temporariamente a visão. Ainda não existe um tratamento comprovado para adultos.

No estudo actual, o Dr. Mitchell M. Scheiman, do Centro Jaeb na Florida, e colegas compararam as duas estratégias em 193 crianças, com idades entre os 7 e os 12 anos, com ambliopia moderada.

As crianças receberam aleatoriamente um dos tratamentos, ou seja, atropina no olho saudável ou a aplicação de uma pala no olho saudável durante duas horas todos os dias. Após 17 semanas, não foram observadas diferenças significativas na visão entre os dois grupos.

Catorze participantes do grupo da atropina, o equivalente a 16 por cento, relataram efeitos secundários envolvendo o olho, e três participantes, ou seja, 3 por cento, relataram efeitos secundários mais generalizados. Quatro crianças do grupo da pala, o mesmo que 5 por cento, experienciaram irritação moderada a grave devido à pala.

Com base nestes resultados e nas descobertas iniciais, os investigadores concluíram que tanto a a utilização de uma pala como a aplicação de atropina podem melhorar a ambliopia em crianças entre os 7 e os 12 anos. Além disso, a experiência indica que os ganhos são continuados após o final do tratamento.

A ambliopia é a causa mais frequente de incapacidade visual na infância e afecta entre 2 a 3 por cento das crianças, segundo o Instituto Nacional dos Olhos norte-americano. Caso não seja tratada com sucesso, a doença persiste na idade adulta.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2008/12/09/eline/links/20081209elin031.html

Obesidade pode aumentar o risco de enxaquecas

Descobertas de um novo estudo sugerem que o excesso de peso ou a obesidade podem aumentar a probabilidade de se sofrer de dores de cabeça e enxaquecas fortes. Da mesma forma, uma maior prevalência de enxaquecas pode também estar associada ao peso abaixo do normal.

O Dr. Earl S. Ford e colegas, do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças norte-americano, em Atlanta, analisaram 7.601 homens e mulheres adultos, tendo relatado, na edição de Dezembro da revista “Cephalalgia”, que ter excesso de peso ou ser obeso aumenta a probabilidade de se ter enxaquecas entre 1,2 e 1,4 vezes.

Os investigadores estudaram a associação entre o Índice de Massa Corporal (IMC), o rácio entre a altura e o peso frequentemente utilizado para determinar se o peso das pessoas está dentro ou fora dos parâmetros normais, e a enxaqueca em homens e mulheres, com 20 anos ou mais, que participaram num estudo sobre saúde e nutrição entre 1999 e 2002.

No geral, cerca de 15 por cento dos homens e 28 por cento das mulheres relataram sofrer de enxaquecas e dores de cabeça fortes durante os primeiros três meses.

Aproximadamente, 35 por cento dos participantes tinham excesso de peso (IMC entre 25 e 30), 30 por cento eram obesos (IMC acima de 30) e 33 por cento estavam no peso normal (IMC entre 18,5 e 25).

Os investigadores observaram entre os participantes com peso abaixo do normal, cerca de 2 por cento, uma prevalência duas vezes maior de enxaquecas, mas o número limitado destes participante não permitiu uma análise adicional.

Após a verificação de outros factores potencialmente associados a um aumento do risco de enxaquecas, tais como género, etnia, tabaco, consumo de álcool, actividade física, diabetes e níveis de colesterol, os participantes com excesso de peso ou obesos apresentaram uma maior frequência de enxaquecas do que os participantes com peso normal.

De acordo com o Dr. Ford, se a obesidade aumenta o risco de enxaquecas, o controlo do peso pode ser uma abordagem útil na gestão das dores de cabeça.

Os investigadores recomendam ainda que sejam realizadas análises adicionais para estabelecer se a obesidade está causalmente relacionada com o desenvolvimento de enxaquecas.

Isabel Marques

Fontes:

www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4B86F020081209

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Selénio pode ajudar a proteger contra cancro da bexiga

Resultados de um estudo, publicados na revista “Cancer Prevention Research”, revelaram que o mineral selénio pode desempenhar um papel preventivo em determinados tipos genéticos de cancro da bexiga, ou em determinadas populações.

A Dra. Margaret R. Karagas, da Faculdade de Medicina de Dartmouth, em New Hampshire, e colegas analisaram as concentrações de selénio nas unhas dos pés de 767 pessoas recentemente diagnosticadas com cancro da bexiga e de 1.108 pessoas da população geral.

Os investigadores descobriram que a concentração média de selénio nas unhas era significativamente mais baixa entre os pacientes com cancro da bexiga do que nas pessoas da população geral. Mas, no geral, uma concentração mais elevada de selénio não foi significativamente associada a um menor risco de cancro da bexiga.

Contudo, houve uma significativa associação inversa entre o selénio e o cancro da bexiga em subgrupos específicos. Nomeadamente, as mulheres, os fumadores moderados e as pessoas com tumores que contêm uma proteína denominada p53 apresentaram reduções significativas, de 34 por cento, 39 por cento e 43 por cento, respectivamente, do risco de cancro da bexiga com elevadas taxas de selénio.

Os investigadores referiram que dados experimentais indicam potenciais efeitos anti-carcinogénicos do selénio, mas os mecanismos moleculares exactos continuam a ser desconhecidos.

Por último, se for verdade que o selénio pode ajudar a prevenir que um determinado subgrupo de indivíduos, como as mulheres, desenvolva cancro da bexiga, ou ajude a prevenir o desenvolvimento de determinados tipos de tumores, como aqueles que evoluem a partir do caminho p53, isto fornece pistas sobre como os tumores podem ser prevenidos no futuro. Além disso, potencialmente pode levar a tratamentos que podem prevenir o cancro da bexiga.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2008/12/08/eline/links/20081208elin027.html

Vitamina K ajuda a reduzir resistência à insulina em homens mais idosos

Um novo estudo descobriu que a vitamina K ajuda a retardar o desenvolvimento da resistência à insulina em homens mais idosos, mas o efeito parece não ser o mesmo para as mulheres.

O estudo de três anos, desenvolvido por investigadores do Centro de Pesquisa de Nutrição Humana e Envelhecimento Jean Mayer USDA, da Universidade de Tufts, em Boston, incluiu 355 homens e mulheres não diabéticos com idades entre os 60 e os 80 anos.

Um grupo tomou diariamente multivitaminas contendo 500 microgramas de vitamina K (5 vezes acima dos níveis recomendados), juntamente com um suplemento de cálcio e vitamina D. O grupo de controlo não tomou quaisquer suplementos de vitamina K, mas recebeu as multivitaminas e o suplemento de cálcio e vitamina D. Ambos os grupos foram aconselhados a continuar as suas dietas alimentares normais.

No final do estudo, publicado na “Diabetes Care”, os homens que receberam vitamina K melhoraram a resistência à insulina e tinham os níveis de insulina no sangue mais baixos, comparativamente aos homens do grupo de controlo.

De acordo com a investigadora principal, a Dra. Sarah Booth, os homens que receberam os suplementos de vitamina K apresentaram uma menor progressão da sua resistência à insulina, no final do ensaio clínico. Por outro lado, foi observada uma progressão da resistência à insulina nas mulheres que receberam os suplementos de vitamina K, assim como nos homens e mulheres que não receberam estes suplementos.

O peso pode explicar a razão pela qual a vitamina K não pareceu melhorar a resistência à insulina nas mulheres mais idosas. A Dra. Booth referiu que, no estudo, existia uma maior prevalência de mulheres obesas ou com excesso de peso no grupo dos suplementos de vitamina K, em comparação com os elementos masculino a tomar estes suplementos.

Segundo a investigadora, a vitamina K é armazenada no tecido gordo, pelo que, se existir excesso de gordura, a vitamina K pode não estar prontamente disponível para as células que precisam dela para processar a glicose.

A quantidade de vitamina K contida nos suplementos utilizados neste estudo é atingível através do consumo de uma dieta saudável. As couves-de-bruxelas, os brócolos e os vegetais de folhas verde-escuro, tais como os espinafres e couves, são boas fontes de vitamina K.

A resistência à insulina, um precursor da diabetes, ocorre quando o organismo não consegue utilizar convenientemente a insulina. Como resultado, a glicose acumula-se no sangue. As pessoas com excesso de peso ou obesas têm tendência para desenvolver resistência à insulina, porque o excesso de gordura pode interferir com o funcionamento da insulina.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_72475.html

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Fármaco para a epilepsia demonstra-se promissor contra Doença de Alzheimer

Investigadores canadianos descobriram que o fármaco para epilepsia à base de ácido valpróico minimizou os problemas de memória num modelo animal da Doença de Alzheimer.

O Dr. Weihong Song, da Universidade de British Columbia, em Vancouver, e colegas relataram que, em ratos e em culturas de células, o ácido valpróico diminuiu a produção da proteína beta-amilóide, uma proteína no organismo que forma placas amilóides no cérebro, uma característica chave da Doença da Alzheimer.

Os investigadores relataram, na "The Journal of Experimental Medicine”, que o tratamento com ácido valpróico reduziu significativamente a formação de placas e melhorou os problemas de memória em ratos com Alzheimer.

O Dr. Song referiu que descobriram que se utilizassem o ácido valpróico na fase inicial da Doença de Alzheimer, em ratos, este reduzia a formação de placas e adicionalmente prevenia a morte celular no cérebro e o dano axonal.

Segundo o investigador, o fármaco também melhorou a performance nos testes de memória, realizados pelos animais.

Os investigadores revelaram estar muito entusiasmados com estes resultados, porque agora sabem quando o ácido valpróico deve ser administrado para ser mais efectivo e também sabem como o ácido valpróico está a actuar para prevenir a Doença da Alzheimer.

De acordo com o Dr. Song, actualmente está a decorrer um pequeno ensaio clínico com humanos e espera-se que os resultados estejam disponíveis no próximo ano.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2008/12/05/eline/links/20081205elin029.html

Vitamina E pode ajudar a diminuir inflamação crónica

Investigadores norte-americanos sugerem que a inflamação muscular crónica pode ser diminuída através da toma de vitamina E.

A Dra. Kimberly Huey, da Universidade de Illinois, referiu que a vitamina E pode estar relacionada a uma redução das citoquinas, proteínas que estimulam a resposta imunitária.

No estudo, publicado na “Experimental Physiology”, a Dra. Huey, o Dr. Rodney Johnson e outros colegas observaram o efeito da vitamina E em ratos, que foram injectados com uma dose baixa de lipopolissacarídeo de Escherichia coli para induzir uma inflamação sistémica aguda.

De acordo com a Dra. Huey, os ratos receberam vitamina E durante três dias, antes de lhes ser administrado o equivalente a uma pequena infecção bacteriana sistémica.

Os ratos que receberam a vitamina E tinham menos proteínas oxidadas no tecido muscular do que os que receberam placebo.

A oxidação pode ser deteriorante e, nos músculos, tem sido associada à redução da força muscular. Potencialmente, a redução das proteínas oxidadas pode estar correlacionada a um aumento da força muscular.

A Dra. Huey referiu que alguns dos restantes efeitos foram mistos, devendo-se recordar que isto foi efectuado em modelos animais, mas que a vitamina E pode ser benéfica para pessoas com inflamação crónica, tais como idosos, pacientes com diabetes tipo 2 ou com insuficiência cardíaca crónica.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/12/04/Vitamin_E_may_lessen_chronic_inflammation/UPI-71681228441626/

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Ezetimiba e estatinas apresentam resultados positivos para aterosclerose

Uma análise de dados de um estudo para a diabetes tipo 2 demonstrou que o tratamento com estatinas isoladamente, ou combinadas com ezetimiba, para atingir níveis agressivamente baixos de “mau colesterol” (LDL), resultou numa regressão semelhante da espessura da íntima-média da artéria carótida, em ambos os grupos.

O estudo de 36 meses envolveu 427 pacientes com diabetes tipo 2 e sem antecedentes de eventos cardiovasculares. Os pacientes receberam tratamento com estatinas, ou estatinas mais ezetimiba, para baixar os níveis de colesterol das proteínas de baixa densidade (LDL), conhecido como o "mau colesterol", para um objectivo agressivo de 70 mg/dl ou objectivo standard de 100 mg/dl.

Os resultados, publicados na “Journal of the American College of Cardiology”, demonstraram que, no grupo dos pacientes que receberam tratamento agressivo, os que tomaram ezetimiba mais estatinas atingiram uma redução da espessura da artéria carótida de 0,025 milímetros, em comparação com uma redução média de 0,012 milímetros para aqueles que tomaram apenas estatinas. No grupo do tratamento standard, a espessura da artéria carótida média aumentou 0,039 milímetros.

Relativamente aos benefícios de adicionar ezetimiba, o investigador principal, o Dr. William Howard, referiu que ambos os grupos do tratamento agressivo atingiram um grau muito semelhante de regressão da espessura da íntima-média da artéria carótida. Contudo, se não tivesse sido adicionada a ezetimiba, os pacientes não teriam atingido o objectivo em termos de colesterol LDL e, assim, não teriam alcançado esse grau de regressão.

Isabel Marques

Fontes:

www.firstwordplus.com/Fws.do?articleid=4C2695E261964F7AA4BAC342331D8AFD

Dieta rica em hidratos de carbono benéfica para distúrbio muscular raro

Resultados de um pequeno estudo indicaram que uma dieta rica em hidratos de carbono, em vez de proteínas, melhora a capacidade de praticar exercício físico das pessoas com doença de McArdle.

Dois pequenos estudos anteriores tinham sugerido que uma dieta rica em proteínas poderia ser benéfica para os pacientes com doença de McArdle.

No estudo actual, o Dr. S. T. Andersen e o Dr. John Vissing, da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca, examinaram comparativamente os efeitos de uma dieta rica em hidratos de carbono e de uma dieta risca em proteínas na tolerância do exercício físico, em sete adultos com doença de McArdle. Os pacientes seguiram aleatoriamente uma das duas dietas durante três dias, tendo-se exercitado numa bicicleta estacionária após a dieta.

Os investigadores descobriram que a performance no exercício físico foi melhor com a dieta rica em hidratos de carbono do que com a dieta rica em proteínas. Por exemplo, o ritmo cardíaco e o esforço percebido foram consistentemente mais baixos, e o consumo máximo de oxigénio foi 25 por cento mais elevado nos pacientes da dieta com hidratos de carbono, em comparação com os da dieta com proteínas.

Este estudo, publicado na ediçao de Dezembro da “Journal of Neurology, Neurosurgery, and Psychiatry”, sugere que os pacientes com doença de McArdle devem ser mantidos numa dieta com um elevado conteúdo de hidratos de carbono para melhorarem a sua capacidade de tolerar o exercício físico.

A doença de McArdle é um distúrbio muscular metabólico. As pessoas que sofrem desta doença são incapazes de produzir uma enzima chamada fosforilase muscular, que é importante na produção da fonte de energia requerida pelos músculos para o exercício físico.

As pessoas com doença de McArdle desenvolvem dores musculares graves e fadiga nos primeiros minutos da prática de exercício físico, frequentemente seguidos por espasmos musculares graves se continuarem a exercitar.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4B265T20081203

Comprimidos de combinação para a hipertensão mais efectivos do que diuréticos

Um estudo revelou que um comprimido que contém dois fármacos para a pressão sanguínea foi mais efectivo, do que uma estratégia baseada em diuréticos, na redução do risco de problemas cardiovasculares graves e morte em pessoas com hipertensão.

No estudo, que envolveu mais de 11 mil pacientes dos Estados Unidos, Suécia, Noruega, Dinamarca e Finlândia, os pacientes receberam um comprimido contendo benazepril (um inibidor da enzima de conversão da angiotensina) e amlodipina (um bloqueador dos canais de cálcio) ou um comprimido contendo benazepril e hidroclorotiazida (um tipo de diurético).

Ambos os comprimidos de combinação ajudaram a reduzir a pressão sanguínea em mais de 75 por cento dos pacientes, mas os que tomaram o primeiro comprimido (benazepril+amlodipina) apresentaram menos 20 por cento de eventos cardiovasculares do que aqueles que tomaram o outro comprimido de combinação com o diurético.

O estudo, publicado na “The New England Journal of Medicine”, definiu os eventos cardiovasculares como mortes cardiovasculares, ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais (AVC), hospitalizações devido a angina instável e tratamentos para reabrir as artérias coronárias bloqueadas.

O investigador principal, o Dr. Kenneth Jamerson, professor de Medicina Interna na Faculdade de Medicina da Universidade do Michigan, referiu que este estudo demonstrou que mudar os pacientes para um único comprimido de combinação significou que o dobro conseguiu atingir o objectivo de pressão sanguínea, independentemente da terapia anterior.

A pressão sanguínea elevada aumenta o risco de AVC, ataque cardíaco, insuficiência cardíaca e outros problemas do coração. Os fármacos podem ajudar a controlar a pressão sanguínea, mas muitos pacientes têm dificuldade em tomar a medicação múltipla que necessitam, pelo que foram desenvolvidos os comprimidos de combinação.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_72379.html

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Azarga aprovado na Europa para o tratamento do glaucoma

A Agência Europeia do Medicamento (EMEA) autorizou a comercialização da suspensão oftálmica Azarga (brinzolamida 10mg/ml+timolol 5mg/ml), da Alcon Inc, para o tratamento do glaucoma.

A EMEA aprovou o Azarga, em forma de gotas oculares, para a diminuição da pressão intra-ocular em adultos com glaucoma de ângulo aberto ou hipertensão ocular. Esta aprovação já era esperada, após a recomendação para comercialização em Setembro.

Dois estudos clínicos demonstraram que o Azarga era mais confortável e mais bem tolerado pelos pacientes do que o Cosopt (cloridrato de dorzolamida e maleato de timolol, solução oftálmica), da Merck & Co., Inc.

Os ensaios também demonstraram que os ingredientes activos do Azarga são mais efectivos quando administrados em combinação do que qualquer um deles isoladamente. O Azarga revelou uma eficácia superior na redução da pressão intra-ocular, em qualquer ponto medido no estudo, em comparação com os componentes individuais isolados, tendo demonstrado um perfil de segurança semelhante. Adicionalmente, um estudo comparativo revelou que o Azarga fornece uma eficácia na redução da pressão intra-ocular semelhante ao Cosopt.

O glaucoma é uma perturbação que aumenta a pressão dentro do globo ocular, danificando o nervo óptico e causando perda de visão. O glaucoma provoca a perda da visão periférica ou pontos cegos no campo visual. Em geral, o glaucoma não tem uma causa conhecida. No entanto, por vezes afecta membros de uma mesma família.

A forma mais frequente de glaucoma, o glaucoma de ângulo aberto, é comum depois dos 35 anos, mas, por vezes, aparece em crianças. A doença tem tendência para aparecer em vários membros de uma mesma família e é mais comum entre as pessoas diabéticas ou míopes. O glaucoma de ângulo aberto desenvolve-se com maior frequência e pode ser mais grave nas pessoas de raça negra.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/rbssHealthcareNews/idUSL336248520081203
www.marketwatch.com/news/story/Alcon-Announces-AZARGAR-Ophthalmic-Suspension/story.aspx?guid=%7BEB4FEA12-3DDB-4030-8F81-4FCA84DB69B5%7D
www.manualmerck.net/?url=/artigos/%3Fid%3D252

Antibióticos são a maior causa de hepatotoxicidade induzida por fármacos

Investigadores revelaram que os antibióticos são a maior classe de medicamentos que causa hepatotoxicidade induzida por fármacos, ou seja, danos no fígado provocados por medicamentos.

A hepatotoxicidade induzida por fármacos é provocada por uma ampla série de medicamentos que necessitam de prescrição médica ou não, suplementos nutricionais e produtos naturais.

Num novo estudo, os investigadores, da Faculdade de Medicina da Universidade de Indiana, observaram pacientes com suspeitas de hepatotoxicidade induzida por fármacos e descobriram que 73 por cento dos casos foram causados por uma única medicação prescrita, 9 por cento por suplementos alimentares e 18 por cento por agentes múltiplos.

O investigador principal, o Dr. Naga P. Chalasani, e colegas descobriram que mais de 100 agentes diferentes estavam associados à hepatotoxicidade induzida por fármacos e que os antibióticos, com 45,5 por cento, e os agentes que actuam sobre o sistema nervoso, com 15 por cento, eram os mais comuns.

Entre os suplementos alimentares associados à hepatotoxicidade induzida por fármacos, aqueles que declaram promover a perda de peso e aumentar a massa muscular foram responsáveis por cerca de 60 por cento dos casos. Pelo menos, 20 por cento dos pacientes com hepatotoxicidade induzida por fármacos ingeriram mais do que um agente potencialmente danificador do fígado.

O estudo, publicado na “Gastroenterology”, revelou que não houve qualquer associação entre o género dos pacientes e a gravidade da hepatotoxicidade induzida por fármacos, mas os pacientes com diabetes apresentaram uma forma mais grave deste problema.

De acordo com o Dr. Chalasani, a hepatotoxicidade induzida por fármacos é um problema de saúde sério, que tem impacto nos pacientes, médicos, reguladores e indústria farmacêutica, sendo necessários mais esforços para a definição da sua patogénese e para o desenvolvimento de meios para a detecção precoce, correcto diagnóstico, prevenção e tratamento.

Este problema é responsável por cerca de 13 por cento dos casos de falha hepática aguda nos Estados Unidos e é a causa mais comum de morte devido a esta doença.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_72260.html

Estudo: Medicamentos de marca não demonstram ser melhores do que genéricos

Investigadores norte-americanos referiram que não existe qualquer evidência de que os medicamentos de marca, para o tratamento de doenças cardíacas e cardiovasculares, actuem melhor do que os seus equivalentes genéricos.

De acordo com o Dr. Aaron Kesselheim, do Hospital Brigham e de Mulheres e da Faculdade de Medicina de Harvard, em Boston, estas descobertas vão contra a percepção, de alguns médicos e pacientes, de que os medicamentos de marca mais caros são clinicamente superiores.

O Dr. Kesselheim e colegas combinaram os resultados de 30 estudos realizados desde 1984 para comparar nove sub-classes de fármacos cardiovasculares aos seus equivalentes genéricos.

Segundo as descobertas, publicadas na “The Journal of the American Medical Association”, os medicamentos de marca não ofereceram qualquer vantagem para os resultados clínicos dos pacientes nesses estudos.

De acordo com o investigador, se é prescrito a um paciente um medicamento genérico, porque isso é o que é mais apropriado para a sua doença, então este deve-se sentir confiante acerca de tomar o fármaco. Mesmos os médicos também se devem sentir confiantes a prescrever genéricos quando for apropriado.

O estudo abrangeu bloqueadores beta, diuréticos, bloqueadores do canal de cálcio, estatinas, agentes anti-plaquetários, inibidores da enzima conversor da angiotensina (ECA), bloqueadores alfa, agentes anti-arrítmicos e varfarina.

O Dr. Kesselheim referiu que os fármacos cardiovasculares para tratar doenças do coração e vasos sanguíneos são a categoria mais comummente prescrita.

Os investigadores referiram que os fabricantes de medicamentos de marca têm sugerido que os genéricos podem ser menos efectivos e menos seguros, tendo também descoberto que muitos editorais em revista médicas questionam se os medicamentos genéricos são tão bons.

Segundo a presidente e CEO da “Generic Pharmaceutical Association”, Kathleen Jaeger, existem pacientes preocupados em conseguir receber e pagar cuidados de saúde de qualidade. Na medida em que todas as pessoas se estão a debater com a forma de aumentar o acesso e reduzir os custos, sabe-se que os genéricos fazem parte da solução.

As companhias farmacêuticas detêm os direitos exclusivos dos fármacos que desenvolvem durante um determinado número de anos, após os quais outras companhias podem comercializar versões genéricas que são quimicamente equivalentes.

Um genérico tem o mesmo ingrediente activo, forma farmacêutica e dosagem e a mesma indicação que o medicamento original, de marca, mas a cor e forma do fármaco podem diferir.

Isabel Marques
Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4B188Z20081202?sp=true

Estudo: Reacções alérgicas à vacina Gardasil são pouco comuns

Investigadores australianos revelaram que um estudo realizado à vacina Gardasil, da Merck & Co Inc, para a prevenção do cancro do colo do útero, descobriu que as reacções alérgicas são pouco comuns e que a maioria das mulheres jovens consegue tolerar as doses subsequentes.

A investigação, publicada na “British Medical Journal”, envolveu 25 mulheres australianas com suspeitas de hipersensibilidade à vacina, que foi administrada como parte do programa nacional de imunização, que iniciou em 2007, para mulheres entre os 12 e os 26 anos, na Austrália. De acordo com a Dra. Sharon Choo, do Hospital Pediátrico Royal, em Melbourne, foram administradas mais de 380 mil vacinas sob este programa.

A recomendação clínica dos investigadores é que as mulheres com suspeitas de hipersensibilidade à vacina quadrivalente devem ser avaliadas antes de receberam mais doses e qualquer alteração com a mesma vacina deve ser realizada num ambiente supervisionado.

Os investigadores referiram que alguns componentes da vacina, tais como sais de alumínio e leveduras, têm sido associados a reacções alérgicas. Todavia, os testes cutâneos realizados nas 25 mulheres com suspeitas de hipersensibilidade demonstraram que apenas três delas experienciaram prováveis reacções à injecção.

A equipa de investigação também referiu que supostas reacções, como urticária, são frequentemente idiossincráticas e não aumentam o risco de reacções adversas nas injecções subsequentes.

A Gardasil e a Cervarix, da GlaxoSmithKline Plc, estão delineadas para serem administradas em raparigas e mulheres jovens para a protecção contra as estirpes do Vírus do Papiloma Humano (VPH), que é transmitido sexualmente e que pode provocar o cancro do colo do útero.

Em Outubro, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos relatou que as raparigas e mulheres jovens que recebem a vacina Gardasil não têm mais probabilidade do que o normal de desmaiar, ter uma reacção alérgica, coágulos sanguíneos ou outra reacção adversa.

O relatório baseou-se em 375 mil doses da vacina administradas entre Agosto de 2006 e Julho de 2008, após a agência ter recebido 10.326 relatos de eventos adversos depois da vacinação contra o VPH nos Estados Unidos.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4B202320081203

Ácido fólico na gravidez pode estar relacionado a problemas respiratórios nos bebés

Um estudo norueguês revelou que os bebés de grávidas que utilizaram suplementos de folato, ou ácido fólico, durante o primeiro trimestre, parecem ter uma incidência ligeiramente maior de pieira e infecções do tracto respiratório inferior até aos 18 meses.

O investigador principal, o Dr. Siri E. Haberg, revelou à Reuters Health que, visto estas descobertas serem preliminares, as mulheres não devem entrar em pânico e devem definitivamente continuar a tomar os suplementos de ácido fólico.

O Dr. Haberg e os colegas referiram, na “Archives of Disease in Childhood”, que as mulheres são aconselhadas a aumentar a ingestão de ácido fólico, durante a idade fértil, para reduzir o risco de malformações congénitas nos bebés. Contudo, estudos em ratos indicam que o ácido fólico aumenta a actividade genética durante a gravidez e provoca padrões genéticos de asma alérgica nos recém-nascidos.

Os investigadores, do Instituto Norueguês de Saúde Pública, em Oslo, analisaram dados de 32.077 crianças nascidas entre 2000 e 2005. De acordo com as respostas aos questionários, 22,3 por cento das mães utilizaram suplementos de folato apenas no primeiro trimestre e 42,6 por cento utilizaram suplementos durante toda a gravidez.

Os investigadores, após ajustarem a exposição ao folato mais tarde na gravidez e na infância, descobriram que o risco de pieira aumentou em apenas 6 por cento para as crianças até aos 18 meses que foram expostas no primeiro trimestre.

Os riscos relativos de infecções do tracto respiratório inferior e de hospitalizações devido a este tipo de infecções foi de 9 por cento e de 24 por cento, respectivamente.

Contudo, como o Dr. Haberg sublinhou, a documentação referente ao papel preventivo dos suplementos de ácido fólico nas malformações congénitas está bem estabelecida, enquanto estes novos dados são apenas os primeiros em humanos e ainda nem se sabe se a associação é causal.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4B16TL20081202

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Fármaco demonstra ser eficaz para próstata aumentada difícil de tratar

Investigadores revelaram que o tratamento com o fármaco naftopidil pode ajudar a aliviar os sintomas incomodativos comuns da próstata aumentada, como idas nocturnas mais frequentes à casa de banho para urinar, em homens que não respondem à tansulosina.

O Dr. Hitoshi Oh-oka, do Centro Médico de Kobe, no Japão, avaliou os sintomas relacionados com a próstata aumentada, também denominada de hiperplasia benigna da próstata, em 122 homens que foram tratados com naftopidil (75 miligramas) durante seis semanas, após não terem experienciado qualquer melhoria com a tansulosina. Os dois tratamentos foram separados por um período de washout (durante o qual não se toma o medicamento), durante uma semana.

Os investigadores relataram, na revista científica “Urology”, que o tratamento com naftopidil levou a uma melhoria significativa na frequência urinária diurna e nocturna, taxa de fluxo urinário e qualidade de vida.

O naftopidil foi particularmente eficaz na redução das idas à casa de banho para urinar. A terapia com naftopidil também eliminou a hiperactividade do músculo detrusor, que controla o funcionamento da bexiga, em 31 de 40 pacientes que tinham esta questão.

Com base em critérios predefinidos para sintomas, qualidade de vida e fluxo urinário máximo, aproximadamente 70 por cento dos pacientes foram tratados com sucesso com naftopidil.

A próstata aumentada, uma doença comum em homens mais idosos, provoca frequentemente uma persistente necessidade ou vontade de urinar. A frequência urinária nocturna é um sintoma comum, para o qual os médicos podem prescrever um bloqueador alfa 1A, como a tansulosina. Contudo, estes fármacos podem apenas ajudar alguns homens.

O naftopidil é um bloqueador alfa 1D e, recentemente, relatórios têm demonstrado que os receptores alfa 1D são o tipo principal encontrado no músculo da bexiga.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_72185.html

Contraceptivos orais eficazes para dores relacionadas com endometriose

Um relatório, publicado na revista científica “Fertility and Sterility”, revelou que tomar um contraceptivo oral de baixa dosagem pode ajudar a reduzir a menstruação dolorosa e a dor não menstrual associadas à endometriose.

A equipa de investigadores relatou que o estudo actual demonstrou claramente, pela primeira vez, que os contraceptivos orais podem ser utilizados para tratar efectiva e seguramente a dor associada à endometriose.

O Dr. Tasuka Harada, da Faculdade de Medicina da Universidade de Tottori no Japão, e colegas avaliaram os resultados de 100 mulheres com menstruação dolorosa devido à endometriose, que receberam aleatoriamente um contraceptivo oral de baixa dosagem ou placebo.

O contraceptivo oral foi tomado durante 21 dias mais 7 dias de placebo, enquanto o grupo de controlo tomou comprimidos de placebo idênticos durante 28 dias, tendo as mulheres sido tratadas durante quatro ciclos. Foi autorizada a toma de medicação habitual para as dores.

Ambos os grupos demonstraram melhorias significativas da dor relacionada à menstruação. Contudo, durante o período de tratamento, a dor menstrual, também denominada dismenorreia, foi significativamente mais leve nas mulheres a tomar contraceptivo oral. As mulheres deste grupo também relataram menos dores não menstruais.

O tratamento com contraceptivo oral também foi associado a uma redução significativa do volume do tecido endometrial que cresce fora do útero, um efeito não observado com a utilização de placebo.

O contraceptivo oral foi geralmente bem tolerado e não foi associado a quaisquer efeitos secundários.

A endometriose é uma doença dolorosa que afecta as mulheres durante os anos reprodutivos e que provoca o crescimento das placas de tecido endometrial que, normalmente, só se encontra no revestimento interno uterino (endométrio), fora do útero.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_72184.html
www.manualmerck.net/?url=/artigos/%3Fid%3D263

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Tratar a depressão revela-se importante para insuficientes cardíacos

Um estudo refere que a depressão aumenta o risco de morte em pacientes com insuficiência cardíaca, mas o risco aparentemente desaparece com a utilização de antidepressivos.

O Dr. Christopher M. O'Connor, do Centro Médico da Universidade de Duke, em Durham, na Carolina do Norte, revelou que estudos recentes sugerem que a utilização de antidepressivos pode estar associada a um aumento da mortalidade em pacientes com doença cardíaca.

Contudo, visto que também tem sido demonstrado que a depressão está associada a um aumento da mortalidade nestes pacientes, ainda continua a não ser claro se esta associação é atribuível à utilização de antidepressivos ou à depressão em si.

Desta forma, os investigadores estudaram cerca de mil pacientes hospitalizados, devido a insuficiência cardíaca, que foram seguidos anualmente. Os autores também recolheram dados potenciais relativamente ao estado da depressão e utilização de antidepressivos.

Aproximadamente, 16 por cento dos participantes do estudo estavam a tomar alguma forma de antidepressivo durante a estadia inicial no hospital. No geral, 30 por cento das pessoas foram consideradas deprimidas e 24,5 por cento destas estavam a tomar antidepressivos. A equipa de investigadores também descobriu que 12,5 por cento dos pacientes não deprimidos estavam a tomar antidepressivos.

Durante uma média de cerca de 971 dias, morreram 429 pacientes, aproximadamente 43 por cento. Uma análise inicial, que não considerou relevantes variáveis potencialmente confundíveis, demonstrou que a utilização de antidepressivos estava associada a um aumento de 32 por cento do risco de morte.

Contudo, uma análise multivariável, que controlou a depressão e outros factores potencialmente confundíveis, demonstrou que a utilização de antidepressivos não estava associada a uma pior sobrevivência, mas que a depressão em si estava.

Esta descoberta, publicada na “Archives of Internal Medicine”, suporta a necessidade de ensaios clínicos aleatórios que sejam adequadamente monitorizados, para avaliar se a medicação antidepressiva pode reduzir a mortalidade, e outros desfechos relacionados com o coração, sem levantar questões de segurança entre os pacientes cardíacos deprimidos.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4AR5R920081128

Selénio ajuda a retardar replicação do vírus da SIDA

Investigadores norte-americanos revelaram que aumentar a produção de proteínas que contêm selénio, que ocorrem naturalmente, nas células sanguíneas humanas torna o vírus da SIDA mais lento.

O Dr. K. Sandeep Prabhu, da Universidade Estatal da Pensilvânia, referiu que o selénio é um micronutriente que o organismo necessita para manter o metabolismo normal. Contrariamente a outros nutrientes, que se ligam a determinadas proteínas e moldam a actividade destas, o selénio incorpora-se nas proteínas na forma de um aminoácido denominado selenocisteína.

As selenoproteínas são especialmente importantes na redução do stress provocado por uma infecção, dessa forma retardando a sua disseminação.

O Dr. Prabhu afirmou que os investigadores descobriram que aumentar a expressão das proteínas que contêm selénio afecta negativamente a replicação do Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH). Os resultados, publicados na “Journal of Biological Chemistry”, sugerem uma redução da replicação viral de, pelo menos, dez vezes.

O VIH, após infectar uma pessoa, rapidamente degrada as selenoproteínas, de modo a conseguir replicar-se eficientemente. Ainda não se sabe ao certo como o vírus consegue silenciar estas proteínas, mas os investigadores referem que o stress infligido nas células pelo vírus que se divide rapidamente, produzindo uma proteína chave conhecida como TAT, é o possível culpado.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/11/28/Selenium_slows_AIDS_virus_spread/UPI-79091227909780/

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Lacticínios e proteínas ajudam as crianças a desenvolver ossos mais fortes

Um novo estudo, publicado na "Journal of Pediatrics”, demonstrou que consumir bastantes produtos lácteos, carne e outros alimentos ricos em proteínas, na infância, resulta em ossos mais fortes e saudáveis na adolescência.

Os investigadores descobriram que as crianças que comiam, pelo menos, duas porções de alimentos lácteos por dia, ao longo da infância, apresentavam ossos mais densos na adolescência do que aquelas que consumiam menos quantidades.

De acordo com a Dra. Lynn L. Moore, da Faculdade de Medicina da Universidade de Boston, consumir quatro ou mais porções de carne, ou outros alimentos ricos em proteínas, também impulsionou a densidade óssea.

Os resultados de estudos sobre os efeitos dos lacticínios ou dos suplementos de cálcio na saúde dos ossos têm sido diversificados. Visto que a maioria destes estudos foram relativamente pequenos, durando entre um a dois anos, as melhores evidências disponíveis dos benefícios, a longo prazo, dos produtos lácteos teria de ter origem num seguimento prolongado, durante muitos anos, das dietas das crianças.

Os investigadores analisaram dados de 106 crianças que foram seguidas desde 1987, quando tinham entre 3 a 5 anos, até 1999. Foram recolhidos diversos diários alimentares ao longo do estudo e os participantes realizaram scans ósseos aos 15 e 17 anos.

Os participantes que consumiram, em média, duas ou mais porções de alimentos lácteos por dia, durante a infância, tinham um conteúdo mineral ósseo mais elevado, maior área óssea e maior densidade mineral óssea, em comparação com aqueles que consumiram menos produtos lácteos. As crianças que consumiram quatro ou mais porções de carne, ou outras fontes de proteínas, também apresentaram ossos mais densos.

Os lacticínios e as proteínas pareceram ter efeitos aditivos, uma vez que as crianças que consumiram as maiores quantidades de ambos os tipos de alimentos tinham os ossos mais densos e maiores, tendo aquelas que consumiram as menores quantidades apresentado os ossos mais finos.

Os benefícios foram observados em diversas regiões do corpo, tendo sido observada uma maior densidade óssea, em particular, nos braços, pernas, tronco, costelas e pélvis.

De acordo com os investigadores, as descobertas deste estudo confirmam a importância de uma dieta alimentar rica em produtos lácteos e outras fontes de proteínas para a massa óssea dos adolescentes.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4AP7RJ20081126