segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Alergia à penicilina mais comum nas mulheres

Estudo norte-americano sugere relação entre antibiótico de Fleming e sexo do doente

A alergia à penicilina é mais comum nas mulheres. A conclusão saiu de um estudo norte-americano publicado na revista «Annals of Allergy, Asthma & Immunology». O resultado dos testes cutâneos efectuados revelou que a intolerância àquele antibiótico esteve 3,6 vezes mais presente no sexo feminino, comparativamente, com o sexo masculino.

Se a alergia à penicilina está relacionada com o sexo do doente - foi a “incerteza” que catapultou a investigação conduzida por uma equipa de cientistas da Mayo Clinic College of Medicine, nos Estados Unidos.

Partiram de duas certezas: de que alergia a medicamentos é uma condição de suprema importância pelas diversas repercussões clínicas que podem espoletar, e que os antibióticos (penicilinas, sulfonamidas) e os anti-inflamatórios (ácido acetil salicílico - AAS), são os fármacos que mais, comumente, se relacionam a um quadro alérgico.

Descobriram que a penicilina – primeiro antibiótico natural derivado de um fungo, o bolor do pão Penicillium chrysogenum (ou P. notatum) – desencadeia mais alergias nas mulheres: 83% dos casos analisados eram do sexo feminino e os 17% restantes eram do sexo masculino.

Segundo informa a «Annals of Allergy, Asthma & Immunology», o estudo envolveu 1.759 participantes com histórico de alergia àquele antibiótico, mas apenas 4% dos doentes avaliados apresentavam teste cutâneo confirmatório de alergia à penicilina, positivo.

Como resultado conclusivo, os investigadores da Mayo Clinic, apontaram o facto de a alergia ter estado 3,6 vezes mais presente no sexo feminino, em comparação com o sexo masculino.

A Penicilina foi descoberta em 22 de Setembro de 1928, pelo médico e bacteriologista escocês Alexander Fleming e está disponível como fármaco desde 1941, sendo o primeiro antibiótico a ser utilizado com sucesso. O nome penicilina é usado também para outros antibióticos relacionados.

Sintomas mais comuns

A alergia à penicilina manifesta-se de forma imprevisível e variada, desde sintomas discretos até quadros potencialmente fatais, nomeadamente: Erupção na pele - caracterizada pelo aparecimento de “pintinhas” ou lesões rendilhadas e avermelhadas na pele.; Comichão intensa, rubor, urticária; Inchaço dos lábios, pálpebras e face; Casos graves poderão evoluir com envolvimento de múltiplos órgãos e sistemas do organismo, manifestando-se com sintomas graves e variados: asma (broncoespasmo), rinite, sintomas gastro-intestinais, alterações cardiovasculares,etc.

Raquel Pacheco
Fonte: «Annals of Allergy, Asthma & Immunology» (Julho)/Prontuário

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