segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Penicilina lidera reacções adversas

FMUP estudou prevalência das RAM e concluiu que mulheres são mais susceptíveis

Uma investigação realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) intitulada «Prevalência das reacções adversas a medicamentos» revelou que a penicilina foi o medicamento mais apontado pelas pessoas inquiridas. Outro resultado permitiu ainda concluir que as mulheres são, significativamente, mais susceptíveis de apresentarem os “sintomas adversos”.

De acordo com o estudo feito por marcação telefónica aleatória à população adulta do Porto - e que o farmacia.com.pt teve acesso - o fármaco mais apontado no quadro das reacções adversas a medicamentos (RAM) foi a penicilina (47,4%).

Segundo a FMUP, foram realizados 200 contactos telefónicos, dos quais 103 indivíduos (51,5%) responderam ao questionário. A idade dos participantes varia entre 18 e 85 anos e a maioria são mulheres (74,5%). No contexto das adversidades, os inquiridos indicaram ainda outros antibióticos (10,5%) e outros medicamentos não especificados (26,3%). Dos 103 participantes, 9,7% realizaram algum tipo de teste para confirmar a reacção.

A equipa de investigadores portuenses explicou que, as manifestações clínicas referidas no questionário estiveram divididas em cutâneas, respiratórias e digestivas. Os resultados apurados indicaram que as mais comuns são as cutâneas e as digestivas (ambas com 46,2%). As reacções cutâneas foram mais referidas entre as pessoas de 40-50 anos e os medicamentos mais mencionados associados a este tipo de manifestação foram a penicilina (23,1%) e outros não especificados (30,8%).

Entre as pessoas de 30-40 anos, as reacções digestivas são as predominantes. Os medicamentos mais referidos relacionados com esta manifestação foram o Brufen (16,7%) e outros não especificados (25,0%). As reacções respiratórias verificaram-se em 4% dos indivíduos, sendo mais comuns nas idades 18 – 35 anos. A medicação mais comumemte associada a esta manifestação foi a penicilina (66,7%). Em todos os indivíduos esta foi a primeira vez que entraram em contacto com este medicamento, sendo que nenhum teve esta sintomatologia sem o contacto com o medicamento.

“Os testes mais realizados foram os cutâneos e os sanguíneos (60,% e 20%, respectivamente). A doença alérgica mais frequente é a rinite (36,4%). A idade mais comum é entre os 51 e 65 anos (31,2%). No entanto, 34% dos participantes têm outro tipo de reacção que não a medicamentos (pó, animais e alimentos)”, divulgaram os investigadores .

Prevalência de auto-relato: 21,4%

“Nós podemos afirmar com 95% de confiança que, entre as percentagens de 18 a 36%, os indivíduos têm reacções adversas a medicamentos”, destacaram, acrescentando que, a prevalência de auto-relato de reacções alérgicas a medicamentos é de 21,4%, sendo que, 18,4% têm a confirmação do médico.

“Podemos afirmar com 95% de certeza que, entre as percentagens de 13 a 29%, os indivíduos acreditam ser alérgicos a medicamentos, e podemos afirmar ainda com 95% de certeza que entre as percentagens de 11 a 26% os indivíduos têm a confirmação médica de alergia a medicamentos”, asseveraram os investigadores da FMUP.

Outro resultado sugere que as mulheres são, significativamente, mais susceptíveis de apresentarem RAM (78,9%). "Entre 10% e 29% podemos afirmar com 95% de certeza que os indivíduos do sexo feminino apresentam hipersensibilidade a medicamentos", concluiram os cientistas da FMUP.

Raquel Pacheco
Fonte: Estudo da FMUP

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