segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Novo teste para detectar gripe das aves é 10 vezes mais rápido que os actuais

Aparelho pode ajudar a evitar pandemia provocada pelo H5N1

Cientistas singapurianos desenvolveram um aparelho capaz de detectar a presença de gripe das aves em humanos ou animais com uma rapidez dez vezes superior à técnica que é actualmente utilizada. O aparelho, do tamanho de uma palma da mão, consegue identificar, em apenas 30 minutos, a presença do vírus H5N1.

Este pode ser um passo importante para evitar uma potencial epidemia de gripe aviaria, refere Juergen Piper, investigador do Instituto de Bioengenharia e Nanotecnologia de Singapura. Até porque, os resultados deste teste indicam não só a presença do vírus como também a sua gravidade, explicou o responsável.

Este novo mecanismo de análise pode ser utilizado por médicos ou assistentes para detectar o vírus através de amostras de esfregaços na garganta. No caso dos animais, o teste é realizado através de uma análise aos excrementos. O aparelho “pode facilmente ser transportado para o campo, onde poderá detectar o vírus no momento em que a pessoa é infectada, em vez que ter que aguardar durante 10 dias para que surjam os primeiros sintomas da doença”, referiu a cientista Lisa Ng.

Esta rapidez na obtenção dos resultados permite que o tratamento se inicie de imediato e que sejam tomadas medidas para travar a doença. O teste pode revelar-se ainda mais valioso caso o vírus sofra uma mutação e comece a transmitir-se entre seres humanos, um dos piores receios dos especialistas. Se o vírus sofrer tal mutação poderá desencadear uma pandemia humana, provocando a morte a milhares de pessoas.

De acordo com Piper, este novo teste distingue-se de outros que estão já disponíveis no mercado por conter no seu interior uma espécie de laboratório em forma de chip, que custa entre 40 a 100 vezes menos do que os que são actualmente comercializados. Os resultados da investigação foram publicados na “Nature Medicine”.

Os dados da Organização Mundial de Saúde indicam que, em 12 países da África e Ásia, 328 pessoas estiveram infectadas com o vírus H5N1, das quais 200 acabaram por falecer. A Indonésia foi o país mais afectado, tendo sido contabilizadas 85 mortes.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times.

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