quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Identificada proteína que pior a asma

Investigadores identificaram uma substância no organismo que pode aumentar a gravidade da asma. Uma proteína, que pode ter originariamente evoluído para ajudar a proteger as vias aéreas, agora parece ser um biomarcador que indica asma grave, e também pode ter um papel no desenvolvimento da doença. Esta é uma descoberta que pode levar a um melhor tratamento da doença respiratória.

Num estudo com 253 adultos descobriu-se que aqueles com asma tinham níveis mais elevados de uma proteína, a YKL-40, do que os que não sofriam da doença, segundo um relatório publicado na última edição da “New England Journal of Medicine”. Um teste sanguíneo aos níveis da YKL-40 poderá substituir as biopsias invasivas utilizadas actualmente para avaliar as vias aéreas.

Os asmáticos com um nível mais elevado da molécula tiveram ataques mais graves. Grandes quantidades da proteína foram associadas a uma função pulmonar reduzida e a paredes dos brônquios mais espessas que dificultam a respiração, de acordo com a investigação liderada pelas escolas médicas da Universidade de Yale e da Universidade de Paris, e pela MedImmune, unidade da AstraZeneca Plc.

A proteína poderá ser um marcador, facilmente detectável através de uma simples análise de sangue, para monitorar a progressão da doença ou para identificar as pessoas em risco de desenvolver uma forma mais grave de asma, que vitimou 255 mil pessoas, em 2005, e que perturba cerca de 300 milhões em todo o mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde. Contudo, o novo estudo não prova que a YKL-40 é uma causa da asma, somente que os níveis elevados parecem ser um marcador da asma grave.

Algumas companhias, incluindo a MedImmune, estão em testes pré-clínicos de anticorpos que poderão inibir a proteína ou os seus efeitos nos asmáticos. A tecnologia está, pelo menos, a três anos de distância dos testes de última fase em humanos.

A YKL-40 é uma proteína tipo quitinase que se liga à quitina, uma substância abundante encontrada em fungos, crustáceos e insectos, como ácaros e baratas. Os humanos não fabricam quitina, mas produzem quitinases (enzimas que param a quitina) e enzimas tipo quitinase (enzimas que se ligam à quitina, mas que não a param). A presença da quitina nos pulmões pode fazer com que o organismo acredite que tem uma infecção e que precisa de se defender. Infelizmente, este mecanismo de defesa pode estar a reagir a ácaros inofensivos.

Isabel Marques

Fontes: Bloomberg, www.eurekalert.org, Forbes

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