sábado, 30 de junho de 2007

Exposição ao fumo passivo pode provocar cancro do pulmão

Ao mesmo tempo que Portugal acaba de aprovar a nova Lei do Tabaco, um estudo norte-americano revela que breves exposições ao fumo passivo, em bares e restaurantes, podem provocar a acumulação no organismo de níveis consideráveis de uma toxina responsável pelo cancro do pulmão. A conclusão resulta de uma investigação realizada por cientistas do “Multnomah County Health Department”, no Oregon.

O estudo, que analisou um grupo de trabalhadores não-fumadores, observou que aqueles que trabalhavam num bar ou restaurante onde era permitido fumar tinham mais probabilidades de possuir níveis de uma substância cancerígena no organismo relacionada com o desenvolvimento do cancro do pulmão, do que os que eram funcionários de estabelecimentos livres de fumo.

Conforme explicou Michael Stark, um dos responsáveis pela pesquisa, a referida substância “só é encontrada no organismo dos fumadores ou daqueles que respiram o fumo de outras pessoas”. O estudo envolveu 52 não fumadores que estavam expostos ao fumo nos locais de trabalho e comparou os resultados com os de 32 não fumadores que trabalhavam em locais sem fumo.

Os trabalhadores forneceram amostras de urina imediatamente antes de cada turno, o que permitiu aos cientistas detectar que 75 por cento dos participantes que tinham trabalhado num estabelecimento onde fumar era permitido continham níveis da substância carcinogénea no organismo.

“Quatro em cada cinco pessoas pertencentes ao grupo dos não fumadores que trabalhavam num ambiente com fumo tinham vestígios da substância química fatal no organismo e, por cada hora que trabalhavam, o nível aumentava 6 por cento”, referiu Stark. Outros estudos demonstraram que os não fumadores expostos ao fumo passivo correm um risco 20 por cento maior de desenvolver cancro do pulmão e um risco acrescido de sofrer de asma e complicações perinatais, no caso das mulheres.

Os malefícios não se ficam por aqui, segundo os especialistas, os fumadores passivos estão expostos a mais de quatro mil substâncias químicas, das quais 69 podem provocar cancro. Por sua vez, os regulamentos sobre a limpeza do ar no interior dos espaços fechados protegem cerca de 70 por cento dos trabalhadores da exposição ao fumo do tabaco, conclui a mesma investigação.

A nova Lei do Tabaco, aprovada no dia 28 de Junho, no Parlamento português, parece vir em defesa dessa camada de trabalhadores, uma vez que prevê que cada proprietário possa decidir se o seu estabelecimento será para não fumadores, para fumadores ou para ambos, desde que fique garantida a qualidade do ar para os não fumadores.

Marta Bilro

Fonte: Medical News, The Vancouver Sun, eMaxHealth.

1 comentário:

ptcp disse...

Um bom e pertinente artigo.