sábado, 30 de junho de 2007

Synagis pode contribuir para reduzir complicações respiratórias em prematuros

Um novo estudo publicado no “Journal of Pediatrics” indica que o Synagis (palivizumab) poderá contribuir para reduzir as complicações respiratórias recorrentes em crianças prematuras.

A Abbott e a MedImmune anunciaram os resultados de um novo estudo, publicado na edição de Julho do “Journal of Pediatrics”, que demonstra que o tratamento com Synagis (palivizumab) poderá reduzir quase para metade as complicações respiratórias recorrentes nas crianças prematuras.

O Synagis é uma terapia biológica conhecida como um anticorpo monoclonal administrado mensalmente nas crianças prematuras para prevenir as infecções graves do tracto respiratório inferior causadas pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), uma das principais causas de infecções víricas nas crianças. As complicações respiratórias ou sibilos são reconhecidos através de um assobio produzido quando o ar passa pelas vias respiratórias, que se estreitam por causa da inflamação ou espasmos musculares.

Especificamente, o estudo demonstrou que as crianças prematuras, que não sofrem de doença crónica do pulmão, e que receberam Synagis antes do estudo, experimentaram uma redução de 49 por cento na incidência de complicações respiratórias recorrentes, em relação aos prematuros que não receberam Synagis. O estudo, com a duração de dois anos, permitiu descobrir que se tinha conseguido uma redução de 51 por cento na incidência de complicações respiratórias recorrentes no grupo do Synagis, em comparação com as crianças que não receberam o tratamento.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 64 milhões de pessoas são infectadas com VSR todos os anos e 160 000 irão morrer devido a esta doença. Aproximadamente metade de todas as crianças são infectadas por VSR durante o primeiro ano de vida, e quase todas serão infectadas, pelo menos uma vez, até completarem o segundo aniversário.

As infecções por
VSR manifestam-se normalmente como sendo uma infecção do tracto respiratório superior com sintomas semelhantes aos de uma constipação. Nas crianças prematuras a inflamação apresenta um risco acrescido de progressão da infecção para o tracto respiratório inferior, pelo que é frequente a hospitalização, ventilação mecânica e cuidados intensivos. Para além das consequências agudas da infecção, os dados epidemiológicos sugerem uma relação entre hospitalização associada ao VSR inicial e complicações respiratórias crónicas, tais como sibilos recorrentes e asma, que poderiam chegar até à adolescência.

O Synagis, quando administrado a prematuros como profilaxia do
VSR, tinha demonstrado anteriormente uma redução de 55 por cento nas hospitalizações devido ao VSR. Os investigadores do actual estudo puseram a hipótese de o Synagis, ao prevenir as doenças graves provocadas pelo VSR, poder ser responsável pela redução das complicações respiratórias recorrentes ao longo da vida.

Na recente pesquisa, os investigadores estudaram um grupo de prematuros (nascidos com menos de 35 semanas de gestação) que receberam, pelo menos, três doses de Synagis para a profilaxia do
VSR, durante o primeiro ano de vida, e um grupo semelhante que não recebeu tratamento com Synagis. O grupo do Synagis tinha 191 prematuros com menos de 36 meses e que não estavam hospitalizados por causa do VSR. O grupo de controlo era formado por 230 prematuros que foram emparelhados cronologicamente por idade e por gestação: 76 foram hospitalizados com VSR, ao contrário de 154. Os sujeitos do estudo submeteram-se a um acompanhamento durante 24 meses, sendo a idade média de 19 meses.

O principal objecto deste estudo foi a incidência de complicações respiratórias recorrentes, definidas por três ou mais episódios nos 12 meses posteriores. Um episódio de complicações respiratórias define-se por um ou mais dias consecutivos de complicações, precedidos e seguidos por um período saudável de, pelo menos, uma semana.

Depois do acompanhamento destas crianças durante dois anos, os resultados demonstraram que a incidência de complicações respiratórias recorrentes foi 49 por cento inferior nas crianças que receberam Synagis, em comparação com os que não receberam (13% versus 26%, p=0,001). Houve também significativamente menos complicações respiratórias diagnosticadas por médicos no grupo que recebeu Synagis (8% versus 16%, p=0,011).

O Synagis foi aprovado para comercialização nos Estados Unidos em 1998, na Europa em 1999 e no Japão em 2002, estando actualmente disponível em 62 países.

Isabel Marques

Fontes: PRNewswire, www.abbott.com

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