O estudo, realizado pelo Laboratório Nacional Lawrence Berkeley sob a orientação do biofísico Ehud Isacoff, analisou a actuação de uma proteína artificial, activada pela luminosidade, inserida geneticamente nos neurónios de um peixe-zebra. Os investigadores observaram que quando a luz é activada dentro do peixe, com um determinado comprimento de onda, os reflexos normais são bloqueados assim como a resposta ao toque. Por sua vez, ao ser atinfido com um segundo raio luminoso, com maior comprimento de onda, os reflexos do animal são recuperados.
Os primeiros testes com o LiGluR (Light-gated Ionotropic Glutamate Receptor), nome atribuído ao dispositivo, foram executados com neurónios do hipocampo, uma região do cérebro que se situa a um nível muito profundo, à direita e à esquerda, no interior dos lobos temporais do córtex cerebral.
“Pela primeira vez, temos capacidade para atingir um tipo específico de neurónios nos circuitos neurais do cérebro para proceder a uma activação selectiva”, salientou Isacoff. A capacidade para estimular neurónios seleccionados, quer em tecidos isolados ou em animais vivos, representa “uma grande vantagem para os cientistas que procuram determinar de que forma especifica é que as células neurais contribuem para as funções e para o comportamento do cérebro”, referiu o mesmo responsável.
Isacoff acredita que a aplicação do LiGluR em ratos e outros animais deverá fornecer um controlo semelhante sobre os reflexos. Caso não surja nenhuma contradição, é provável que esta tecnologia possa também ser aplicada noutros tipos de inibidores dos receptores ionotrópicos e noutras classes de neurónios. Num futuro próximo, os cientistas pretendem utilizar o mecanismo para estudar a formação de circuitos neurais e para investigar as bases neurais de vários comportamentos.
Marta Bilro
Fonte: IDG Now, Science@Berkeley.
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