terça-feira, 7 de agosto de 2007

Flurizan promete revolucionar tratamento da doença de Alzheimer

Não existe, no mercado, qualquer fármaco capaz de bloquear a doença de Alzheimer, porém, a empresa biotecnológica Myriad Genetics está a trabalhar numa substância que tem potencial para abrandar a doença. O Flurizan (tarenflurbil), nome atribuído ao fármaco, pode representar uma lufada de ar fresco para as mais de 26 milhões de pessoas que, em todo o mundo, são afectadas pela patologia.

Actualmente, há alguns fármacos indicados para o tratamento sintomático da doença de Alzheimer, é o caso do Aricept (Donepezilo), da Pfizer, do Exelon (Rivastigmina), da Novartis ou do Namenda (Memantina, comercializado em Portugal pela H. Lundbeck A/S como Ebixa). Porém, estes medicamentos apenas atrasam a deterioração da memória causada pelo avanço da doença. A substância experimental, desenvolvida pela Myriad, representa uma inovação, uma vez que tem como alvo a própria doença e não apenas a perda de memória associada a esta.

A empresa norte-americana de biotecnologia está actualmente a realizar um ensaio clínico de última fase com a substância, que conta com a participação de 1.600 pacientes. O estudo que envolve o Flurizan é considerado pelos analistas do sector como um dos mais importantes de sempre na área dos medicamentos. A investigação está a avaliar a capacidade do fármaco para atrasar o progresso da doença de Alzheimer. Os resultados devem ser anunciados durante os primeiros seis meses de 2008.

A doença de Alzheimer conduz a uma deterioração mental progressiva, afectando regiões do cérebro, que alteram, mais frequentemente, o comportamento físico, mental e a linguagem conduzindo à demência. A necessidade de terapias que combatam esta patologia torna-se mais urgente à medida que os anos avançam, já que, um estudo da Universidade Johns Hopkins indica que, em 2050, o número de portadores da doença deverá ascender aos 100 milhões.

A Schering-Plough, a AstraZeneca, a Elan, a Wyeth e a Accera estão a desenvolver investigações experimentais com fármacos para a doença de Alzheimer, mas o Flurizan é colocado pelos especialistas na linha da frente no que diz respeito às terapias mais avançadas. William Ho, analista do Banco da América, prevê que a aprovação do Flurizan possa fazer subir as acções da Myriad para os 50,1 cêntimos de euro por acção, dos 30,1 cêntimos que regista actualmente.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Portal da Saúde, Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer.

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