segunda-feira, 1 de outubro de 2007

CDS-PP quer vacina contra cancro do colo do útero no plano de vacinação e comparticipada

O CDS-PP quer ver a vacina contra o cancro colo do útero incluída no Plano Nacional de Vacinação. Nesse sentido, os democratas-cristãos vão apresentar no Parlamento um projecto que recomenda ao Governo a adopção da medida, abrangendo já em 2008 as raparigas com 10 e 11 anos.

"Com a evolução da ciência, o cancro do colo do útero - o segundo mais comum entre as mulheres - pode ser prevenido com uma vacina 100 por cento eficaz contra o vírus do papiloma humano, responsável por três quartos do cancro do colo do útero", sublinhou a deputada do CDS-PP, Teresa Caeiro, citada pela Agência Lusa.

A responsável considera “uma tremenda injustiça social” o facto da vacina não estar incluída no plano nacional de vacinação e não ter qualquer comparticipação, uma vez que “quem não tem dinheiro fica sujeito com muito maior probabilidade a este cancro”, alertou, sublinhando que "morre uma mulher por dia em Portugal vítima deste tipo de cancro". A vacina está disponível em Portugal desde o inicio do ano corrente, porém as três doses necessárias para garantir a eficácia da mesma custam perto de 500 euros.

Para contrariar este facto, o CDS-PP vai entregar esta segunda-feira na Assembleia da República um projecto de resolução que faz algumas recomendações ao Governo. "Em primeiro lugar, queremos que o Governo encontre uma forma de baixar o preço da vacina", disse Teresa Caeiro, salientando que em Espanha foi criada uma comissão interministerial que conseguiu baixar o preço para 300 euros.

Consciente de que o alargamento imediato a toda a população feminina teria "custos incomportáveis", o CDS pede uma entrada "progressiva e faseada" da vacina no Plano Nacional de Vacinação. "Todos os especialistas dizem que a vacina é mais eficaz na pré-adolescência e adolescência, ou seja entre os 10 e os 16 anos", explicou, justificando a exigência do CDS para que a vacina seja integrada no Plano Nacional para as raparigas de 10 e 11 anos, em 2009 alargada às que têm 12 e 13 anos e assim sucessivamente de forma a abranger, em 2011, toda a população feminina entre os 10 e 16 anos.

No caso da população feminina não abrangida por esta medida, o CDS propõe uma comparticipação do Estado para a vacina, como acontece no caso das vacinas contra a gripe. Esta é a altura certa para “dar um passo em frente”, afirma a deputada, uma vez que o Orçamento de Estado para 2008 está em fase de preparação e a vacina permite "salvar muitas vidas" e "poupar muito dinheiro" no tratamento futuro de doenças oncológicas.

Esta não é a primeira vez que a proposta chega ao Parlamento. Recorde-se que, em Abril, foi rejeitado um projecto de resolução do Partido Ecologista “Os Verdes” que recomendava ao Governo a inclusão imediata da vacina contra o vírus do Papiloma Humano no Programa Nacional de Vacinação, sem uma perspectiva faseada ou de aplicação apenas a alguns escalões etários. No entanto, a iniciativa foi rejeitada pelo PS, que alegou falta de informação científica e custos financeiros, argumentos que, segundo o CDS, se esbatem face ao diploma que vão agora apresentar.

Marta Bilro

Fonte: Público, Diário Digital, Lusa.

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