segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Schering-Plough divulga "bons resultados" nos testes
Medicamento trava propagação do HIV

A companhia farmacêutica norte-americana Schering-Plough está a testar um novo medicamento para combater a propagação do vírus responsável pela sida, e divulgou nesta segunda-feira que os dados disponíveis sobre aquele estudo apontam para "bons resultados" na prossecução daquele objectivo.

O novo medicamento entrou na terceira fase de estudos, com duas experiências internacionais que acompanham, cada uma delas, 375 pacientes de todo o mundo, e as primeiras experiências, de acordo com informações avançadas pelo laboratório norte-americano, alcançaram resultados muito satisfatórios, apesar de terem sido registados alguns casos de cancro entre os voluntários sujeitos ao tratamento experimental, sem que a relação entre o novo fármaco e esse diagnóstico tenha sido comprovada.
As duas experiências internacionais agora em curso visam aferir a validade dos resultados obtidos numa primeira abordagem, que teve a duração de 48 semanas e ficou marcada por uma potente taxa de supressão viral na generalidade dos participantes. Segundo a equipa de cientistas responsável por este projecto, o novo medicamento não actua no combate ao vírus já existente, servindo antes como uma espécie de "rescaldo", bloqueando a proteína CCR5, o principal caminho seguido pelo HIV, e evitando a propagação do vírus, para ajudar os doentes em que o vírus já tenha desenvolvido resistência aos tratamentos actualmente praticados.
De acordo com uma notícia divulgada na edição desta segunda-feira do «Correio da Manhã», os responsáveis portugueses pela área do combate à sida erguem reservas a esta novidade farmacológica. Em declarações ao jornal, o rosto principal da Coordenação Nacional de Infecção VIH para a Sida, Henrique de Barros, diz-se "expectante" face ao novo medicamento, preferindo “esperar que comprovativos dos resultados sejam publicados em revistas científicas”. Na opinião daquele responsável, "é necessário fazer uma análise detalhada dos números, antes de se avançar com tais conclusões”.

Carla Teixeira
Fonte: «Correio da Manhã»

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