terça-feira, 17 de julho de 2007

Quando a medicina traz de volta o sorriso

Nova técnica cirurgica permite recuperação do movimento dos músculos da face

Uma equipa de cirurgiões norte-americanos, da Universidade de Medicina John Hopkins, em Baltimore, EUA, desenvolveu uma nova técnica cirúrgica que pode devolver o sorriso aos doentes com paralisia facial, uma vez que permite a recuperação do movimento dos músculos da face, num curto espaço de tempo, cerca de uma semana após a intervenção.

A técnica é conhecida por temporalis tendon transfer e apresenta diversas vantagens face às técnicas que têm vindo a ser utilizadas no tratamento da paralisia facial, uma vez que tem uma aplicação simples, possibilitando a reanimação dos músculos faciais, com resultados rápidos e melhores do que as técnicas antigas.

A equipa americana iniciou a preparação da técnica em 2004, em sete pacientes, tendo ainda aplicado a mesma a outros nove doentes que demonstraram igualmente resultados muito positivos.

Os cirurgiões, liderados pelo Dr. Patrick Byrne, devolveram o sorriso a seis dos sete pacientes submetidos à aplicação desta técnica. “ A capacidade de sorrir é aquilo que mais preocupa os pacientes na paralisia facial”, adianta Patrick Byrne, mas com a nova técnica cirúrgica este problema pode ser ultrapassado e dentro de uma semana o paciente volta a sorrir.

A cirurgia é pouco invasiva e como tal as cicatrizes ficam quase invisíveis e apesar de não garantir a 100 por cento a recuperação do movimento dos músculos faciais, os resultados ainda assim, são muito animadores.

De acordo com o líder da equipa, “a paralisia facial é um problema para o qual não temos ainda todas as respostas”, pois a face é uma parte do corpo humano que apresenta grande complexidade. A paralisia facial total atinge 39 músculos e ainda não é possível recuperar o movimento em todos, no entanto, foi já percorrido um longo caminho.

A causa mais comum de paralisia facial é a paralisia de Bell - causada por uma insuficiente função dos tendões faciais, que provoca a inactividade dos músculos da face - no entanto, também os tumores cerebrais e os enfartes podem levar à perda de movimento facial.

No caso dos doentes afectados pela paralisia de Bell, a recuperação pode ser total ainda que demore alguns meses, já no que respeita aos doentes que foram vitimas de enfarte, existem algumas limitações, pois uma intervenção cirúrgica acarreta sempre grandes riscos.

Ainda que não possa ser aplicada a todos os pacientes com paralisia facial, Patrick Byrne acredita que esta técnica pode representar uma nova esperança para os doentes que sofram de paralisia facial há muito tempo e que tenham já experimentado outros métodos de tratamento, que se tenham revelado pouco eficazes.

Inês de Matos

Fonte: Reuters

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