A farmacêutica suíça Novartis vai investir 45,8 milhões de euros numa parceria com o Instituto de Tecnologia do Massachussets (MIT na sigla inglesa). O montante será fornecido ao longo dos próximos 10 anos e visa o desenvolvimento de novos métodos de produção de medicamentos.
O objectivo desta é desenvolver um processo tecnológico contínuo, que venha substituir o habitual sistema de produção por lotes, que envolve muitas interrupções e várias fases de trabalho, explicou a Novartis em comunicado.
De acordo com o MIT, a verba correspondente ao acordo estabelecido com a Novartis deverá ser suficiente para apoiar o trabalho de investigação de 10 membros académicos, e dezenas de estudantes graduados, colaboradores pós-doutorados e cientistas. Os responsáveis do instituto acreditam que esta será a maior parceria de âmbito académico a nível mundial centrada na modernização do processo de produção de medicamentos.
“Não há nada com esta magnitude e esta concentração”, afirmou Bernhardt Trout, professor associado do MIT de engenharia química e responsável pela orientação do projecto intitulado “Novartis-MIT Centro para Produção Contínua”. Grande parte do financiamento, perto de 32 milhões de euros, deverá ser entregue durante os primeiros cinco anos do acordo, revelou Trout.
A produção em lotes é feita através da sintetização dos ingredientes farmacêuticos activos numa fábrica, que posteriormente são enviados para outra unidade de produção que os converte em lotes de comprimidos, líquido ou creme.
A produção contínua tornaria o processo mais eficiente utilizando pequenas fábricas, diminuindo os desperdícios e os gastos com energia e consumo de matéria-prima. Para além disso permitiria a monitorização contínua da qualidade, tornando o processo mais fiável e mais apto a responder às exigências.
Para Trout, actualmente, as farmacêuticas baseiam-se na produção em lotes simplesmente porque sempre o fizeram e não têm conhecimento para mudar. “Precisamos de desenvolver uma série de novas tecnologias que ainda não existem”, referiu o responsável. “Somos os primeiros a agregar todos os recursos para tornar isto possível”, acrescentou.
O MIT e a Novartis vão partilhar os direitos relativos a qualquer descoberta desenvolvida em conjunto e cada um vai controlar os direitos a qualquer tecnologia que desenvolvam sozinhos no âmbito do projecto criado.
Marta Bilro
Fonte: The Boston Globe, Reuters, Pharmalot.
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