terça-feira, 4 de setembro de 2007

Suboxone disponível no mercado português

Novo tratamento para heroinómanos recebe comparticipação no escalão C

Está disponível em Portugal a partir desta quarta-feira (5 de Setembro) um novo fármaco destinado a combater a dependência de heroína. O Suboxone, que obteve comparticipação no escalão C por parte da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), tem como princípios activos a buprenorfina que, tal como a metadona, faz de substituto, e a naloxona, que pretende impedir o consumo incorrecto por via intravenosa.

O novo tratamento para heroinómanos é especialmente benéfico por permitir ao doente uma maior autonomia, uma vez que pode ser tomado em casa, contribuindo para a reintegração social e laboral do indivíduo, contrariamente à metadona, que obrigava a uma deslocação diária ao Centro de Atendimento de Toxicodependentes.

Aprovado em Maio pela União Europeia, o Suboxone aguardava apenas comparticipação financeira do Infarmed que decide agora incluí-lo no escalão C, o que, de acordo com o Artigo 150.º da alteração ao Decreto-Lei n.º 118/92, de 25 de Junho, confere ao medicamento uma comparticipação do Estado de 37 por cento do preço de venda ao público.

O fármaco destina-se aos adultos e adolescentes portugueses, com mais de 15 anos de idade, que tenham concordado ser submetidos a tratamento da toxicodependência como substituição dos opiáceos que normalmente utilizam. Para além disso, é necessário que estejam também a receber apoio médico, social e psicológico.

A buprenorfina, um agonista/antagonista parcial opiáceo inibe a actuação da heroína, fazendo com que o doente deixe de ter necessidade de a consumir, já que esta não produz o efeito de euforia pretendido porque foi bloqueada pelo medicamento. Desta forma são evitados os sintomas de ressaca e a necessidade de consumo de heroína. Por sua vez, a naloxona, um antagonista dos receptores μ (mu)-opiáceos, administrada por via intravenosa a indivíduos com dependência de opiáceos induz efeitos antagonistas dos opiáceos marcados e abstinência dos opiáceos, impedindo desta forma o consumo incorrecto por via intravenosa.

O medicamento representa uma alternativa no tratamento dos cerca de um milhão de dependentes de opiáceos existentes nos países europeus, dos quais 70 por cento não recebem terapia. Os dados do Instituto da Droga e da Toxicodependência indicam que, em Portugal, entre os utentes que em 2005 recorreram às diferentes estruturas de tratamento da toxicodependência, a heroína continua a ser a substância mais referida como droga principal, entre 54 e 87 por cento.

Marta Bilro

Fonte: E-mail do farmácia-press, Farmacia.com.pt, Diário da República - Lei n.º 53-A/2006 de 29 de Dezembro.

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