terça-feira, 4 de dezembro de 2007

“Cocktails” de fármacos para a sida podem preservar cérebro

Os “cocktails” de fármacos para a sida podem restringir as lesões cerebrais associadas ao HIV-1, sugere um estudo sueco publicado no jornal «Neurology».

À luz de uma investigação conduzida por uma equipa da Universidade Goteborg, na Suécia, - que envolveu 53 doentes com HIV de ambos os sexos - o tipo de tratamento analiasado parece parar o processo neurodegenerativo causado pelo vírus.

De acordo com Asa Mellgren, professora que coordenou o estudo, o HIV pode atacar o cérebro e os nervos para provocar danos no sistema imunitário. “Antes da introdução dos ‘cocktails’ de fármacos – designados como terapêutica antiretroviral altamente eficaz (HAART na sigla em ingês) - cerca de 20% dos doentes desenvolviam demência”, informou, ressalvando que, “nem todos os fármacos usados nestas combinações penetram no cérebro, logo, não se sabe muito bem o quanto a HAART ajudou.”

Segundo explicou a investigadora, “foi testado o líquido cefalorraquidiano dos doentes” (também designado de fluido cerebrospinal, apresenta um aspecto límpido e transparente e localiza-se ao nível do sistema nervoso central) e “foi-lhes administrada HAART durante um ano”, rematando que “antes do tratamento, 21 doentes tinham elevados níveis de proteína leve dos neurofilamentos, que se julga indicar os danos cerebrais.”

Desta feita, os cientistas suecos revelaram que, três meses após o tratamento com HAART, “os níveis elevados da proteína baixaram para valores normais em quase metade dos doentes e, após um ano, apenas quarto doentes tinham ainda níveis elevados da proteína leve dos neurifilamentos.”

Perante os resultados, Asa Mellgren disse acreditar que este tipo de tratamento “parece parar o processo neurodegenerativo causado pelo HIV", destacando que o estudo “confirma que a proteína leve dos neurifilamentos é útil como marcador para a monitorização dos danos cerebrais em indivíduos com HIV e para avaliar a eficiência da HAART."

Raquel Pacheco

Fontes: http://www.neurology.org/Reuters

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