sábado, 21 de julho de 2007

REPORTAGEM

Peritos defendem adequação dos cuidados às necessidades
Novas soluções para os doentes renais


O desenvolvimento de tratamentos alternativos à hemodiálise (como a diálise peritonial) – que reúnam condições de segurança e de custo/efectividade – e a individualização da imunossupressão em transplantados renais são duas das mais recentes propostas de especialistas do sector para a melhoria da qualidade dos cuidados àqueles doentes. Procura-se agir numa área de grande diversidade e complexidade, defendendo os interesses dos portadores de doenças crónicas debilitantes.

A portuguesa Entidade Reguladora da Saúde deu há dias um primeiro passo na defesa dos interesses dos insuficientes renais, ao tornar públicos os resultados de um estudo que encomendou ao Centro de Estudos de Gestão e Economia Aplicada da Faculdade de Economia da Universidade Católica Portuguesa, e que atestam a existência de vários problemas na assistência aos doentes renais em Portugal. Um primeiro aspecto negativo do actual panorama nacional naquela área tem a ver, de acordo com o estudo – a que o farmacia.com.pt teve acesso –, com o facto de “o preço fixado para reembolso das clínicas de hemodiálise pelos serviços que prestaram ao Serviço Nacional de Saúde não tem acompanhado a evolução dos custos empresariais”.
Também a possibilidade de financiamento dos tratamentos de hemodiálise por preço compreensivo, bem como a circunstância de ser o Estado a assumir o pagamento das despesas com o transporte dos doentes para os tratamentos, sem que estes possam influir nas escolhas feitas, foram questões analisadas no estudo da Católica para a ERS, que lamentou igualmente “não existir, no actual cenário de organização dos cuidados aos insuficientes renais, incentivos para o desenvolvimento de formas de tratamento alternativas à hemodiálise”, como a diálise peritonial, que poderiam abrir caminho a importantes benefícios para os pacientes, além de “fomentar ou reforçar a concorrência no mercado, por via do alargamento dos serviços substitutos”.
Com base na análise dos dados compilados e tratados pelos autores do estudo, o conselho directivo da Entidade Reguladora da Saúde, com sede no Porto, emitiu há poucos dias um parecer em que faz algumas recomendações, que entretanto foram remetidas ao Governo, através do envio ao ministro da Saúde. Baseando-se mais na componente logística do acompanhamento dos doentes do que na parte terapêutica, a ERS recomenda, no caso de vir a ser adoptado o sistema de financiamento por preço compreensivo, a inclusão de um ponto de salvaguarde a remuneração do serviço de transporte dos doentes, cuja competência passaria a ser da entidade prestadora de serviços de hemodiálise.
Enquanto não for colocado em prática aquele princípio, a entidade preconiza a revisão da actual afectação dos utentes por centros de saúde, de modo a “aferir a racionalidade das práticas correntes de referenciação, na óptica da defesa dos interesses” dos utentes do Serviço Nacional de Saúde, e salienta que “deverá ser promovido o desenvolvimento de tratamentos alternativos à hemodiálise, como a diálise peritonial”. Álvaro Almeida, presidente do conselho directivo da Entidade Reguladora da Saúde, esclareceu, numa circular entretanto enviada aos órgãos de Comunicação Social, que as recomendações da ERS já foram remetidas ao Ministério da Saúde, aguardando agora que, tão brevemente quanto possível, as medidas escalonadas possam ser postas em prática.

Transplantados
No caso dos doentes insuficientes renais em estado mais avançado, que tiveram já a necessidade de se submeter a um transplante, os problemas não são menos, nem as soluções mais fáceis, apesar de terem sido importantes e consideráveis os avanços sentidos nos últimos anos, designadamente no que toca à terapia imunossupressora utilizada no transplante de órgãos. O brasileiro Roberto Ceratti Manfro, professor auxiliar da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e funcionário do Serviço de Nefrologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, naquele país, refere que o “arsenal de medicamentos e agentes biológicos” recentemente surgidos “veio proporcionar a possibilidade de terapias imunossupressoras mais adaptadas às características de determinados grupos de doentes, ou mesmo às necessidades individuais de cada um deles”.
Ao protocolo clássico com prednisona e azatioprina acrescentou-se, no início dos anos 80, a ciclosporina, e posteriormente diversas outras substâncias entretanto incorporadas na prática clínica: o tacrolimus, os micofenolatos (mofetil e sódico) e as rapamicinas (sirolimus e everolimus). Também os agentes biológicos, entre os quais a globulina anti-timocitária, foram aprimorados, com recurso à tecnologia de produção de anticorpos monoclonais anti-CD3 (OKT3), alemtuzumab e anti-receptores da interleucina-2 (basiliximab e daclizumab). Adicionalmente, com o Belatacept inaugurou-se a era do uso clínico das proteínas de fusão, através do bloqueio dos sinais co-estimulatórios.
Seguindo as premissas básicas da individualização da imunossupressão – os doentes não são todos iguais no que toca aos riscos de desenvolver rejeição ou de perder enxertos; apresentam também diferenças quanto à susceptibilidade à ocorrência de efeitos colaterais dos fármacos imunossupressores; as terapias imunosupressoras podem influenciar negativamente co-morbidades significativas, que quando presentes podem alterar o desfecho dos casos clínicos – vislumbra-se, de acordo com o especialista brasileiro, duas conclusões principais: a de que a terapia com imunossupressão pode ser mais potente no início e ir diminuindo ao longo do tempo (estratégia mais comum e adequada sobretudo aos pacientes com maior risco de rejeição), e a alternativa inversa, isto é, iniciar o tratamento de uma forma menos intensa e aumentar a sua potência quando necessário ou em casos de rejeição aguda.

Carla Teixeira
Fonte: Entidade Reguladora da Saúde, Med Online
Suspensão de concurso internacional sobre genéricos
Infarmed e Apifarma trocam acusações


A Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) está preocupada com os possíveis efeitos, em termos de interesse público, da decisão da associação industrial do sector (Apifarma) que visa suspender a realização de um concurso internacional sobre medicamentos genéricos.

O presidente do Infarmed, Vasco Maria, considera que a instituição respondeu à citação judicial no prazo definido, com o argumento de que “questões de interesse público ficarão prejudicadas se a providência avançar”. A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica interpôs uma providência contra o concurso internacional de 500 mil euros para promover o mercado dos genéricos, defendendo que ao Infarmed cabe apenas proporcionar esclarecimentos para o uso racional dos medicamentos. Numa nota de imprensa a que o farmácia.com.pt teve acesso, a Apifarma questiona a legitimidade do Infarmed para, na qualidade de “entidade reguladora e independente”, lançar um concurso internacional de 500 mil euros a fim de favorecer o mercado de genéricos, alegando a ocorrência de uma agressão à lei da concorrência.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed, Apifarma, Agência Lusa, «O Primeiro de Janeiro»
Na apresentação de iniciativas para dinamização do mercado...
Infarmed reconhece preços altos dos genéricos


O presidente do Infarmed reconheceu a existência de alguns medicamentos genéricos comercializados a um preço demasiado alto, atribuindo o problema à existência de um preço de referência, ao número excessivo de fármacos com o mesmo princípio activo e ao também elevado número de substâncias activas sem genérico. Vasco Maria falava no arranque de uma campanha de informação que levará à distribuição de milhares de folhetos e cartazes pelas farmácias portuguesas. Na mesma sessão foi ainda anunciada a nomeação de um provedor do medicamento genérico, que terá a missão de dinamizar aquele mercado.

Em conferência de imprensa, o presidente da autoridade nacional revelou que a quota de mercado dos medicamentos genéricos atingiu, no mês de Junho, os 17,6 por cento em valor e os 11,3 por cento em número de embalagens. No entanto, a meta imposta pelo Infarmed é os 20 por cento no final do próximo ano. Para isso pôs em marcha uma campanha de promoção dos genéricos, o Plano Integrado dos Medicamentos Genéricos 2007, tendo Vasco Maria explanado que acções contempladas naquela iniciativa visam aumentar a informação sobre aqueles fármacos junto dos diferentes intervenientes no processo de prescrição, dispensa e utilização de medicamentos (médicos, farmacêuticos e utentes).
Depois do arranque, na última quarta-feira, da distribuição de milhares de folhetos pelas farmácias, centros de saúde e hospitais, onde deverão ser também colocados cartazes alusivos à campanha, que numa segunda fase, prevista para Setembro, abrangerá os principais órgãos de Comunicação Social, o presidente do Infarmed divulgou também a existência de um programa informático de consulta que visa facilitar a acessibilidade dos interessados à informação relativa aos medicamentos genéricos através do telemóvel ou pocket PC, que segundo apurou o farmacia.com.pt está já disponível para download no site do Infarmed.
O Infarmed, que funciona sob alçada do Ministério da Saúde, é a autoridade reguladora do sector do medicamento em Portugal, tendo como competências principais avaliar, autorizar, regular e controlar os fármacos de uso humano e os produtos de saúde. A sua principal missão é, segundo explicou fonte daquele organismo, “garantir a qualidade, a segurança e a eficácia dos medicamentos e dos produtos de saúde disponíveis no País, prevenindo os riscos decorrentes da sua utilização e assegurando elevados padrões de saúde pública, bem como a defesa dos interesses do consumidor”.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed, Ordem dos Farmacêuticos

Aclasta recebe recomendação para aprovação europeia

O Comité dos Medicamentos para Uso Humano (CHMP, sigla em inglês) emitiu uma opinião positiva para recomendar a autorização de comercialização do produto Aclasta, da Novartis. O Aclasta é um tratamento de dose única anual para mulheres com osteoporose pós-menopáusica, que mostrou proporcionar benefícios significativos de protecção óssea e que pode melhorar o cumprimento do tratamento a longo prazo .

O Aclasta mostrou que reduz as fracturas da coluna em 70 por cento e as fracturas da anca em 40 por cento, em comparação com placebo, dados revelados num estudo publicado no “New England Journal of Medicine”. Uma em cada duas mulheres com mais de 50 anos tem predisposição para ter fracturas relacionadas com a osteoporose na sua vida, levando a um número elevado de mortes, incapacidade e custos com a saúde.

O Aclasta (ácido zoledrónico 5 mg) passou um marco importante, após ter recebido a recomendação para aprovação europeia como o primeiro tratamento de bifosfonato de toma anual para a osteoporose pós-menopáusica. O Aclasta funciona ao ligar-se ao osso, parando o quebrar excessivo e reequilibrando o processo natural de remodelação do osso.

A opinião positiva emitida pelo CHMP, que revê os fármacos para a Comissão Europeia, é um importante passo em frente para as mulheres com osteoporose. Uma infusão de 15 minutos numa dose única anual permite aos pacientes receber a medicação de um ano numa única aplicação. A recomendação do CHMP baseou-se na revisão extensiva dos dados de estudos clínicos da osteoporose. O dossier inclui dados de 7.700 mulheres de um ensaio, que demonstrou uma redução de 70 por cento de fracturas da coluna nas mulheres que utilizaram Aclasta, em comparação com as do placebo, enquanto o risco de fracturas da anca, que estão associadas com uma mortalidade significativa em pessoas idosas, foi reduzido em 41 por cento, em comparação com placebo. O Aclasta foi considerado como sendo seguro e bem tolerado nos ensaios clínicos.

Segundo o director de desenvolvimento da Novartis Pharma AG, James Shannon, as actuais terapias orais para a osteoporose têm de ser tomadas diariamente, semanalmente ou mensalmente e as pacientes frequentemente consideram estes regimes de tratamento difíceis de seguir. Como resultado, mais de 50 por cento das pacientes não cumprem a terapia após um ano. O Aclasta elimina as preocupações com o cumprimento durante um ano inteiro e fornece uma eficácia excelente na protecção das mulheres contra o risco de fracturas que podem colocar a vida em perigo.

A Comissão Europeia segue, geralmente, as recomendações do CHMP e espera-se que emita uma decisão acerca do Galvus dentro de três meses. A decisão será aplicada a todos os 27 estados-membro da EU, mais a Islândia e a Noruega.

Esta é a primeira vez que um tratamento foi mostrado num único estudo para fornecer protecção contra todos os tipos de fracturas devido a osteoporose em todos os principais sítios – coluna, anca e outras fracturas sem ser da coluna.

O Aclasta foi submetido para aprovação da FDA, em 2006, para o tratamento de osteoporose pós-menopáusica, com o nome de Reclast. O Aclasta já tem aprovação em mais de 50 países, incluindo na União Europeia, Estados Unidos e Canadá para pacientes com Doença de Paget, uma deficiência crónica que causa crescimento anormal dos ossos.

Isabel Marques

Fontes: Novartis, Pharmalive, Bloomberg

Comité Europeu emite opinião positiva acerca do Galvus

O Comité dos Medicamentos para Uso Humano (CHMP, sigla em inglês) emitiu uma opinião positiva em relação aos comprimidos Galvus 50 mg e 100 mg, da Novartis, recomendando a concessão de autorização para comercialização do produto. O Galvus, um novo medicamento oral de toma única diária para a diabetes tipo 2, proporciona uma redução significante de açúcar no sangue com uma boa tolerabilidade num leque de pacientes com este tipo de diabetes. O fármaco foi recomendado para ser utilizado em combinação com os medicamentos orais mais comuns para a diabetes – metformina, tiazolidinediona (TZD) ou sulfonilureia (SU) – a indicação mais abrangente proposta para qualquer membro da nova classe de fármacos inibidores de DPP-4.

O fármaco está planeado para o tratamento da diabetes mellitus tipo 2 como terapia oral dupla em combinação com a metformina, em pacientes com controlo insuficiente de glicémia apesar da dose máxima tolerada de monoterapia com metformina; juntamente com sulfonilureia, em pacientes com controlo insuficiente de glicémia apesar da dose máxima tolerada de sulfonilureia e para quem a metformina é desaconselhada devido a contra-indicações ou intolerância; e ainda combinado com tiazolidinediona, em pacientes com controlo insuficiente de glicémia e para quem a tiazolidinediona é apropriada.

A substância activa do Galvus é a vildagliptina, um inibidor de dipeptidil peptidase 4 (DPP-4), código ATC: A10BH02. A inibição de DPP-4 reduz a segmentação e desactivação da forma activa (intacta) das hormonas incretinas, incluindo GLP-1 (glucagon-like peptide 1, em inglês) e GIP (glucose-dependent insulinotropic polypeptide, em inglês), produzindo uma elevação de concentrações de incretinas que levam ao aumento de secreção de insulina dependente da glicose e a redução de libertação de glucagom ou glicagina, consequentemente contribuindo para a manutenção da homeostase da glicose.

Os benefícios da terapia de combinação do Galvus com metformina, com sulfonilureia ou com tiazolidinediona são clinicamente relevantes, uma vez que o Galvus induz reduções significantes de HbA1c e FPG (fasting plasma glucose, em inglês) em comparação com placebo. Os efeitos secundários mais comuns do Galvus em combinação com a metformina ou sulfonilureia são tremores, dores de cabeça, tonturas, fadiga e nasofaringite. Em combinação com tiazolidinediona, as reacções adversas podem ser aumento de peso, edema periférico, dores de cabeça e atenia.

O CHMP, com base na qualidade, segurança e eficácia dos dados submetidos, considerou que há um equilíbrio favorável na relação benefício/risco para o Galvus e, por isso, recomenda a concessão de autorização para comercialização. O Comité emitiu a opinião positiva baseado nos dados de mais de 5.700 pacientes em 13 estudos clínicos. Mais de 21.000 pacientes participaram no programa de ensaio clínico, incluindo aproximadamente 10.000 tratados com Galvus. A dose recomendada é de 100 mg uma vez por dia, quando utilizado em combinação com metformina ou TZD, e 50 mg uma vez por dia, em combinação com SU.

A Comissão Europeia segue, geralmente, as recomendações do CHMP e espera-se que emita uma decisão acerca do Galvus dentro de três meses. A decisão será aplicada a todos os 27 estados-membro da EU, mais a Islândia e a Noruega.

O Galvus, que pode valer cerca de mil milhões de dólares por ano, é um dos medicamentos com que a Novartis está a contar para compensar as perdas de patentes, tais como a do antifúngico Lamisil.

Um plano de farmacovigilância será implantado para o Galvus, assim como para todos os produtos medicinais, como parte da autorização de comercialização.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive, Novartis, Bloomberg

112 recebeu quase 25 mil chamadas falsas em 2006

No ano passado, foram feitas 24.281 falsas chamadas de emergência para o 112, efectuadas por pura brincadeira e apesar da triagem, 8984 motivaram mesmo a deslocação recursos de auxilio até ao suposto local do sinistro. Apesar de algumas condenações, a grande maioria das chamadas não são identificadas e o infractor sai impune.

Pedro Coelho dos Santos, director de comunicação do INEM, diz que não há contabilidade das condenações em tribunal por este tipo de actuação, mas assegura que são poucas, tendo surgido essencialmente nos últimos dois anos. "Prestam serviço administrativo no INEM ou na PSP. Tenta-se mostrar como funciona o sistema do 112, para perceberem o transtorno causado e o prejuízo para quem precisa mesmo de assistência".

Todos os dias são feitas 66 chamadas falsas para o INEM e em média são activadas 25 ambulâncias. Coelho dos Santos sublinha que "tem havido uma diminuição ligeira no número de chamadas falsas, mas ninguém pode dizer que 24 mil é pouco".

Todas as chamadas feitas para o 112 que envolvam feridos ou doentes são transferidas pela PSP para os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM. Nestes centros, apesar da triagem feita pela Polícia, acabam ainda assim por ser recebidos alguns alertas falsos.

Os atrasos resultantes das chamadas falsas podem resultar em perigosas para a vida de quem realmente necessita de assistência rápida. Fátima Rato é médica do CODU de Lisboa, parte integrante do INEM, explica que “muitas vezes, vamos a determinada habitação e as pessoas ficam espantadas porque não pediram uma ambulância. Normalmente, os autores da brincadeira dão uma morada falsa, mas mesmo quando é a sua própria casa não reconhecem a infracção".

Desde 2000, o número de saídas desnecessárias de ambulâncias diminuiu, não chegando, em média, a metade da quantidade de chamadas falsas efectuadas para o 112.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

Construção do novo hospital privado de Braga começa segunda-feira

Na próxima segunda-feira será lançada a primeira pedra da construção do novo hospital privado de Braga, um investimento de 30 milhões de euros a cargo das empresas Britalar, de Braga e grupo Hospital da Trofa. A localização do hospital será em Nogueira, uma área de "fácil acesso, disponibilidade de transportes públicos e facilidade de estacionamento", terá 90 camas e criará 200 empregos fixos, e outros tantos em regime de "tempo parcial", adianta Gerardo Saraiva, administrador da Britalar.

A parceria desenvolvida conta ainda com o com apoio financeiro do Banco Espírito Santo (BES), sendo que a compra do terreno, a construção do edifício e o respectivo financiamento estão a cargo da Britalar, enquanto que ao grupo hospitalar da Trofa compete a concepção, gestão e desenvolvimento do projecto, que deverá entrar em funcionamento em 2009.

O projecto, cujo prazo de construção é de 18 meses, prevê a construção de um edifício de seis pisos, com quartos privativos, suites, enfermarias de duas e três camas e um bloco operatório com seis salas, preparado para cirurgias de grande complexidade, cirurgia de urgência e também cirurgia de ambulatório.

Os utentes do hospital poderão ainda contar com seis quartos privativos de cuidados intensivos, e outros seis para a fase de dilatação e parto, consulta externa com 40 gabinetes, serviço de urgência com áreas funcionais autónomas de adultos, crianças, traumatizadas e emergência, imagiologia com TAC e ressonância, fisioterapia com piscina, restaurante, capela, lojas e outros.

O objectivo traçado pelo Hospital da Trofa passa pela construção de um hospital que vá ao encontro de "um novo conceito de medicina centrada no doente”, um projecto de saúde privada inovador, “que se pretende afirmar como uma verdadeira e completa alternativa ao sistema público”.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Exame auditivo neonatal é indispensável na prevenção da surdez profunda

A melhor forma de combater a surdez profunda passa pela realização de um teste auditivo neonatal universal, tal como hoje se faz com o teste do pezinho, que permita detectar precocemente bebés com problemas auditivos graves, pois só assim será possível conseguir uma reabilitação rápida e efectiva. A sugestão parte de um estudo sobre a reabilitação da criança surda, apresentado hoje na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

De acordo com o antigo responsável pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS), Rui Nunes, "o processo não é dispendioso e permitiria ao Estado poupar os tratamentos mais onerosos e menos eficazes inerentes à detecção tardia da surdez profunda infantil e garantir uma melhor inserção social destas crianças".

O estudo, desenvolvido pela FMUP, através do seu Serviço de Bioética (dirigido por Rui Nunes) e com o apoio do Serviço Nacional de Reabilitação, concluiu que as crianças surdas que frequentam a escola normal estão em desvantagem relativamente às que estudam em escolas especiais. Para Rui Nunes, "esta conclusão aponta para a necessidade de efectuar uma revisão a nível da política do Ministério da Saúde quanto aos exames neonatais e para a urgência de apostar no ensino especial, que se revela muito mais eficaz para o desenvolvimento das crianças surdas, que nos últimos anos tem estado em declínio".

Em análise estiveram dois grupos de crianças surdas com idades compreendidas entre os seis e os 12 anos, sendo que um dos grupos estava integrado no ensino normal e o outro no ensino especial bilingue, onde é ensinada a língua gestual a par da língua portuguesa escrita. Os resultados apresentados pelas crianças integradas no ensino normal são mais fracos ao nível da comunicação, integração social e capacidade associativa e cognitiva, quando comparadas com as crianças surdas integradas no ensino bilingue.

Por outro lado, o estudo revelou também que a falta de uma língua impede estas crianças de compreenderem o que as rodeia, de comunicarem eficazmente e de socializar, o que compromete o seu desenvolvimento e as pode deixar frustradas e ansiosas. Em contrapartida as crianças que são inseridas em escolas bilingues e que dominam a língua gestual vivem mais calmas e mais seguras, estão mais aptas a explorar o meio e a estabelecer relações com os outros e, por isso, desenvolvem-se mais eficientemente.

Para além dos excelentes resultados apresentados pelas crianças em ensino bilingue, o estudo mostrou também que a aprendizagem da língua gestual deve ocorrer o mais prematuramente possível, pois as crianças que iniciaram a aprendizagem da língua gestual com três anos de idade ou menos, obtiveram os melhores resultados.

Rui Nunes propõe que se criem escolas próprias, que integrem surdos e ouvintes, mas que possuam ensino bilingue, que garantem resultados muito melhores para o desenvolvimento de crianças com surdez, contrariamente ao que acontece no sistema educativo português, que integra as crianças surdas nas escolas convencionais, apesar destas não responderem às necessidades comunicativas dos alunos surdos.

"São pessoas com pouca capacidade de reivindicação, pelo que nos cabe a nós intervir junto das autoridades governamentais, chamando a atenção para estas questões”, conclui Rui Nunes que pretende apresentar as conclusões deste estudo aos ministérios da Saúde e da Educação.

A surdez profunda atinge um em cada mil nascimentos e resulta essencialmente de factores genéticos ou da prematuridade do bebé. Em Portugal existem 35 mil surdos profundos e 135 mil pessoas afectadas por deficiências auditivas.

Inês de Matos

Fonte: Lusa
Contra malária, sida e tuberculose
Deputados exortam Governo a aderir à UNITAID


A Assembleia da República recomendou ao Governo, de forma unânime, que inicie o processo de adesão à UNITAID, organismo que mobiliza esforços para diminuir o custo dos medicamentos para países pobres, declarou ontem o deputado do PSD José Luís Arnaut.

A Facilidade Internacional para a Compra de Medicamentos (UNITAID, na sigla em inglês) foi lançada em Setembro de 2006, à margem da Assembleia-Geral da ONU, por França, Brasil, Reino Unido, Noruega e Chile, com vista a reduzir os preços dos medicamentos para o combate à malária, à tuberculose e à sida nos países pobres e com maiores dificuldades na aquisição daqueles fármacos. Desde a sua criação mais de 34 países iniciaram o processo de adesão ao organismo, que estipula que “pelo menos 85 por cento dos fundos disponíveis sejam atribuídos a países de baixo rendimento”, e que colabora com organizações como a Organização Mundial de Saúde, o Fundo Global ou a Fundação Clinton.
Arnaut disse que “a Assembleia da República solidarizou-se unanimemente com os objectivos desta causa e deu um claro sinal da sua atenção e do seu empenho na ajuda da resolução dos problemas de saúde pública. Cabe ao Governo ponderar a adesão à UNITAID, através do modelo que considerar mais adequado à realidade jurídica e económica do País”. O orçamento da UNITAID para 2007 ultrapassa os 300 milhões de dólares, estimando-se que em 2009 exceda os 500 milhões, graças a uma crescente adesão à iniciativa.
Estima-se que actualmente 40 milhões de pessoas no mundo estejam infectadas com o HIV (2,3 milhões com menos de 15 anos) e que dos seis milhões de doentes que necessitam de medicamentos urgentes apenas um milhão consiga aceder aos tratamentos adequados. Segundo a UNITAID, a malária provoca um a três milhões de mortes por ano (um óbito infantil a cada 30 segundos em África). A tuberculose mata dois milhões de pessoas por ano, “quando podia ser prevenida e tratada em seis meses”.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa

Governo nigeriano suspende processo contra a Pfizer

Acusação pretende acrescentar novas provas

O governo nigeriano decidiu protelar o processo contra a farmacêutica norte-americana Pfizer acerca de um ensaio com Trovan Floxacin levado a cabo, em 1996, naquele país e que alegadamente terá causado a morte a 11 crianças. O julgamento, que será realizado em Abuja, capital da Nigéria, deveria estar prestes começar, porém foi adiado para que se adicionassem novos dados ao processo.

A acusação pede uma indemnização no valor de 5,06 mil milhões de euros (7 mil milhões de dólares norte-americanos) ao laboratório, alegando que a Pfizer utilizou como pretexto uma campanha de solidariedade que se destinava a combater uma epidemia de meningite e sarampo para realizar testes que envolviam o novo medicamento do grupo. O governo da Nigéria diz agora ter tido acesso a novas provas pretendendo construir um caso ainda mais sólido contra a farmacêutica.

De acordo com Babatunde Irukera, um dos advogados do governo nigeriano, a acusação terá tido acesso a provas que indicam que a Pfizer cometeu uma fraude ao administrar o fármaco. O novo processo judicial deverá incluir esses materiais que permitirão esclarecer alguns dos argumentos iniciais apresentados pelo governo.

A Pfizer mantém a sua versão original sobre o assunto, negando todas as acusações e garantindo que obteve aprovação do governo local e das entidades internacionais para realizar o ensaio clínico utilizando o referido medicamento que, segundo afirma, ajudou a salvar vidas. Os responsáveis da empresa garantem que todos os requisitos éticos foram tidos em conta na aplicação do tratamento e “em conformidade com o compromisso da companhia para com a segurança dos doentes”.

Marta Bilro

Fonte: Jornal de Negócios, CNN Money.

Novartis quer liderar mercado de vacinas

O laboratório suíço Novartis tem planos para investir mais de 1,4 mil milhões de euros durante os próximos cinco anos, de forma a incrementar o seu sector de vacinas, tornando-se numa das três farmacêuticas de topo, nesse âmbito, a nível mundial.

Durante uma reunião no centro de investigação de Siena, em Itália, o director executivo do departamento de vacinas e diagnósticos da empresa, Jörg Reinhardt, anunciou ter intenções de colocar aquela unidade na liderança mundial ao nível de vacinas para a meningite. Reinhardt vai mais longe, e diz mesmo ter ambições de tornar a Novartis numa das duas produtoras de topo no ramo das vacinas da gripe e vacinas do viajante, até 2012, noticia o Financial Times.

A venda de vacinas rendeu à Novartis perto de 600 milhões de euros, em 2006, valor que deverá ascender aos 723 milhões de euros no final deste ano, segundo as previsões avançadas pelo responsável. O ranking actual relativo aos líderes de mercado no campo das vacinas coloca a Novartis atrás da Sanofi-Aventis, da GlaxoSmithkline, da Merck e da Wyeth.

Marta Bilro

Fonte: Financial Times, MSNBC, Hemscott.

Limitar a actividade da insulina pode ser chave a para a longevidade

Restringir a exposição do cérebro à insulina, mantendo um peso saudável, pode ser o segredo para uma vida mais longa, afirmam cientistas norte-americanos. Um estudo realizado com ratos revelou que reduzir os sinais de insulina no interior das células cerebrais aumenta a esperança média de vida.

A insulina é uma hormona hipoglicemiante segregada pelo pâncreas que ajuda o organismo a regular a utilização de açúcar necessário ao funcionamento das células. De acordo com o estudo publicado pela revista “Science”, um estilo de vida saudável e o baixo peso reduzem os níveis de insulina, podendo, por isso, prolongar a esperança média de vida. A comprovar-se esta descoberta, a insulina será apenas um entre muitos factores, como é o caso dos genes, a influenciar a longevidade.

Investigações anteriores realizadas em minhocas e moscas da fruta indicaram que a redução da actividade da hormona insulina pode aumentar a esperança média de vida. Este novo estudo analisou a actuação da proteína IRS2, responsável pela transmissão dos sinais da insulina ao cérebro. Os especialistas observaram que os roedores que possuíam metade da quantidade normal desta proteína no organismo aumentaram a longevidade em 18 por cento.

Os animais geneticamente modificados conseguiram prolongar a esperança de vida porque o surgimento de doenças letais, como o cancro e os problemas cardiovasculares, estavam a ser adiados devido à redução do sinal de insulina no cérebro e apesar dos níveis de insulina a circular serem elevados, explicaram os cientistas.

Segundo Morris White, director do laboratório de Boston no qual decorreu a pesquisa, a descoberta poderá ajudar a explicar porque é que as dietas equilibradas e o exercício são tão benéficos para o organismo. Os investigadores acreditam que, no futuro, possam ser desenvolvidos medicamentos redutores da actividade da proteína IRS2 que surtam o mesmo efeito, apesar de terem de actuar especificamente ao nível do cérebro.

Marta Bilro

Fonte: Channel4, BBC News, Portal da Saúde.

Galapagos recebe pagamento no âmbito da parceria com a Boehringer Ingelheim


A empresa belga de biotecnologia Galapagos anunciou que a sua divisão BioFocus DPI terá recebido um pagamento da farmacêutica Boehringer Ingelheim relativo a uma colaboração de investigação no âmbito de uma descoberta auto-imunológica.

A Galapagos obteve uma comissão adiantada e deverá continuar a receber fundos relativos à investigação e desenvolvimento, incluindo o montante que será pago logo que sejam preenchidos determinados critérios relativos à descoberta do medicamento. De acordo coma empresa, o valor total do contrato poderá exceder os 2 milhões de euros.

O acordo de colaboração, com um prazo de duração de três anos, teve início em Janeiro de 2006 e envolve a expansão do SilenceSelect sh-RNA da BioFocus DPI, baseado num conjunto de genes que envolve o desenvolvimento de um exame celular delicado no campo das doenças auto-imunes e a sua aplicação duma descoberta alvo para a investigação auto-imune da farmacêutica alemã.

“Estamos muito satisfeitos pelo progresso da cooperação com a Boehringer Ingelheim ter evoluído da forma como estava planead e por continuar bem encaminhado”, afirmou Onno van de Stolpe, directo executivo da Galapagos.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Forbes, Euronext.

Celsentri recebe parecer positivo do CHMP

O Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento (CHMP) recomendou a aprovação do Celsentri (maraviroc) na União Europeia, um bloqueador do co-receptor CCR5 indicado no tratamento de doentes infectados com HIV-1.

O parecer positivo deverá ser avaliado pela Comissão Europeia, que poderá divulgar a decisão final dentro dos próximos meses, avançou a Pfizer, farmacêutica responsável pela produção do medicamento.

Ao contrário da maioria dos tratamentos actualmente disponíveis, o Celsentri não ataca directamente o HIV, mas bloqueia o vírus impedindo-o de entrar nas células. Caso seja aprovado, o fármaco deverá ser maioritariamente utilizado por pacientes que deixaram de reagir aos tratamentos convencionais anti-HIV.

A substância foi aprovada em Abril pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA).

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Forbes, PR Newswire.

Wyeth cresce 13% no segundo trimestre de 2007

Os resultados líquidos da farmacêutica Wyeth aumentaram 13 por cento no segundo trimestre do ano. Este crescimento fica a dever-se, principalmente, às vendas do Enbrel (Etanercept), indicado no tratamento da artrite reumatóide, e do Prevnar, uma vacina pneumocócica conjugada, um factor que leva o laboratório norte-americano a aumentar as previsões para 2007.

De acordo com os dados revelados pela empresa, os resultados líquidos da Wyeth atingiram os 870 milhões de euros, ou 63 cêntimos por acção, dos 768,7 milhões, ou 57 cêntimos por acção, registados no mesmo período do ano anterior. Excluindo a contabilização de algumas iniciativas de produtividade, os resultados líquidos teriam chegado aos 899 milhões de euros, ou 65 cêntimos por acção.

Por sua vez, a inclusão do Prevnar e do Enbrel nos programas de imunização europeus, e o sucesso de vendas do Enbrel fora dos Estados Unidos da América (EUA), fizeram subir as receitas do laboratório norte-americano em 9,5 por cento, para os 4 mil milhões de euros. Os ganhos ajudaram a Wyeth a aumentar os lucros à medida que começa a empenhar-se nas campanhas de promoção do Lybrel e do Torisel e enquanto espera aprovação de três novos produtos.

“Tivemos um excelente primeiro semestre e estamos ansiosos por registar um óptimo ano”, salientou o director executivo da empresa Robert Essner. As receitas relativas aos medicamentos prescritos subiram 11 por cento, para os 3,45 mil milhões de euros. As vendas do Enbrel aumentaram 37 por cento, enquanto as do Prevnar não ultrapassaram os 22 por cento.

A empresa prevê um lucro anual na ordem dos 2,52 mil milhões de euros, ou 2,58 euros por acção, um pouco acima da previsão anterior que apontava para os 2,47 mil milhões de euros, ou 2,53 euros por acção.

Segundo afirmou o presidente da Wyeth, Bernard Poussot, a empresa espera lançar sete novos contraceptivos hormonais nos próximos 18 meses. Os primeiros deverão ser o Lybrel, uma pílula anticontraceptiva que permite que as mulheres deixem de ter o período menstrual, e o Torisel, para um tipo de cancro renal. No final do ano, a Wyeth deverá obter aprovação da entidade reguladora dos EUA para o Pristiq, para o Viviant, um medicamento que previne a perda de densidade óssea na menopausa, e do bifeprunox para o tratamento da esquizofrenia.

Marta Bilro

Fonte: The New York Times, Forbes.

Bial anuncia desenvolvimento de um antipiléptico
Primeiro fármaco de raiz e patente portuguesa


O grupo farmacêutico Bial – Portela & Companhia SA está a preparar a produção do primeiro medicamento de raiz e patente portuguesa, no âmbito de um arrojado plano de expansão da empresa, que quer apostar na diminuição da dependência do mercado nacional, no qual hoje obtém 72 por cento das suas vendas.

Segundo adianta o «Diário de Notícias» na sua edição de hoje, a estratégia da Bial deverá passar por assegurar no estrangeiro a maior parte da sua facturação dentro dos próximos cinco anos, valendo-se, para cumprir aquele objectivo, de um maior alargamento da rede de empresas comerciais do grupo. Ao cabo de 13 anos de investigação, o primeiro medicamento português deverá ser um antiepiléptico, com base no princípio activo eslicarbazepina, estimando-se que deva poder entrar no mercado entre 2009 e 2010. “Os novos produtos resultantes da nossa investigação e desenvolvimento são um dos factores-chave para a nossa entrada em mercados da União Europeia”, declarou José Redondo, administrador do grupo Bial e director da área de internacionalização.
Sobre o novo fármaco, o responsável considerou que “vai dar uma nova dimensão à actividade da Bial”, nomeadamente nos mercados do primeiro mundo, onde hoje a empresa não está ainda presente, a não ser em Portugal, Espanha e Chipre. De acordo com José Redondo, “a eslicarbazepina é uma nova molécula patenteada a nível mundial. Foi estudada em mais de 1 500 doentes, em ensaios clínicos em 23 países. Terminamos agora a fase III dos ensaios clínicos e estamos a preparar a submissão do novo medicamento às autoridades regulamentares”. Depois disso, há as fases de registo do medicamento e de negociação de preço com as autoridades sanitárias de cada país.

Carla Teixeira
Fonte: Diário de Notícias

Cadeiras de bebé aumentam risco de síndrome de morte súbita do lactente

Os recém-nascidos transportados sentados em bancos de automóveis ou em cadeiras de transportes e retenção de crianças correm um risco mais elevado de sofrer de Síndroma de Morte Súbita do Lactente (SMSL), revela um novo estudo.

A investigação, que analisou 508 bebés com idade inferior a 1 ano, observou que 17 mortes ocorreram quando as crianças se encontravam “sentados em determinados aparelhos”, 10 das quais permaneceram por explicar, refere Aurore Côté, do Centro de Saúde da Universidade McGill, e orientadora do estudo publicado pelo “Archives of Disease in Childhood”.

Porém a análise aponta para um risco acrescido em todos os bebés que se encontram no primeiro mês de vida, quer sejam ou não prematuros, sempre que estão sentados em cadeiras de transporte para automóveis ou cadeiras de bebé. “A mensagem transmitida aos pais deve ser: não deixem que um bebé com menos de um mês de idade passe muito tempo sentado num carro ou num assento para bebés”, salientou a especialista.

Keith Tanswell, director do departamento de neurologia do Hospital de Crianças Toronto considera interessantes as conclusões do estudo, que “sugere que não é ideal transportar um bebé no assento de um carro sem colocar a cabeça em posição neutral”. No entanto, a dimensão da pesquisa é reduzida, considera o responsável, sublinhando que transportar os bebés sem a cadeira apropriada comporta riscos de ferimentos bem mais acrescidos. Os autores têm consciência que a investigação tem um alcance limitado por não haver um grupo de controlo com bebés vivos e saudáveis, mas destacaram que as crianças que cuja causa de morte conseguiu ser determinada funcionaram como um grupo de controlo nominal.

A SMSL é o nome atribuído à morte súbita e inesperada de um bebé, sem explicação da causa, mesmo após investigação apropriada. Nos países ocidentais constitui uma das causas mais frequentes de morte no primeiro ano de vida. O fenómeno existe também em Portugal mas desconhece-se ainda a sua verdadeira extensão. Embora não se conheça a causa desta síndroma, sabe-se que o risco aumenta se os bebés dormirem de bruços ou se a mãe fumou durante a gravidez e se continua a fumar após o parto.

Marta Bilro

Fonte: Med Page Today, The Star, Sociedade Portuguesa de Pediatria.

EMEA: Acomplia é contra-indicado em pacientes com depressão

O Acomplia (rimonabant), medicamento comercializado pela Sanofi-Aventis e destinado à perda de peso, deve ser tomado com precaução. Um parecer emitido pela Agência Europeia do Medicamento (EMEA) refere que o fármaco é contra-indicado em pacientes que estão a ser tratados com antidepressivos ou que sofram de uma depressão clínica.

De acordo com Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da EMEA (CHMP), a substância deve ser acompanhada de um alerta que esclareça os doentes acerca dos efeitos secundários inerentes à toma, entre os quais se destacam os pensamentos suicidas. Ainda assim, a EMEA decidiu não suspender a comercialização do medicamento por considerar que os benefícios superam os riscos, excepto em pacientes com depressões ou que tomem anti-depressivos.

O medicamento é indicado como adjuvante na dieta e no exercício físico para o tratamento de doentes obesos ou com excesso de peso e com factores de risco associados, tais como diabetes tipo 2 ou a dislipidemia. Em Junho, Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drug Administration – FDA) recusou a aprovação do medicamento no mercado daquele país baseando-se num estudo que, apesar de confirmar a eficácia do tratamento na diminuição de peso, referia que os pacientes a quem foi administrado o fármaco relataram, com frequência, a ocorrência de pensamentos ou actos suicidas e perturbações psicológicas.

O Acomplia está à venda na Europa desde Junho de 2006, porém, a EMEA salienta que os médicos estão apreensivos relativamente aos riscos de utilização do medicamento desde que este foi disponibilizado no mercado. Os reguladores europeus recomendam agora que as contra-indicações do fármaco sejam actualizadas. “Se começar a sentir sintomas de depressão enquanto toma o Acomplia, ou se está a ser tratado com antidepressivos, consulte o seu médico”, refere a EMEA, sublinhando que tem registo de 364 reacções psiquiátricas, 16 das quais incluíam pensamentos suicidas, enquanto 48 eram referentes a sinais de depressão.

O laboratório francês afirmou que os avisos que acompanham o Acomplia já foram actualizados de forma a “incluírem informação acerca das perturbações depressivas”.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Reuters, The Earth Times.

Autoridades suspendem venda de medicamento importado
Nutriflex retirado do mercado brasileiro


O secretário de Saúde e Defesa Civil do Brasil deu nesta semana indicações ao sector farmacêutico do país no sentido da suspensão imediata da distribuição e da comercialização de todas as embalagens do lote 6081A159 do medicamento Nutriflex Lipid Plus, com data de fabrico de 20 de Fevereiro de 2006 e prazo de validade de Janeiro do próximo ano, bem como das embalagens do mesmo lote com data de fabrico de 9 de Março de 2006 e validade até Fevereiro de 2008.

Ambas as versões do fármaco são fabricadas e comercializadas pela empresa farmacêutica B. Braun Melsungen, com sede na Alemanha, e importados para o Brasil pelos Laboratórios B. Braun SA. O secretário de Saúde e Defesa Civil adianta que a retirada do medicamento do mercado se deve a uma suspeita de contaminação microbiológica em algumas embalagens daqueles lotes, razão pela qual ordenou a suspensão da sua distribuição e venda. O não cumprimento desta ordem será considerado pelas autoridades brasileiras como uma infração de cariz sanitário e poderá acarretar sanções previstas na lei federal.

Carla Teixeira
Fonte: JB Online
Estudo publicado na revista médica «Chest»
Obesidade presdispõe a distúrbios respiratórios

O excesso de peso está relacionado com o aumento do risco do surgimento da apneia obstructiva do sono, que pode levar ao desenvolvimento da síndrome de hipoventilação, e nos casos mais graves ao agravamento das manifestações respiratórias nocturnas. Um estudo agora divulgado na revista médica «Chest» aconselha, por isso, os profissionais de saúde a estimular a perda de peso nos seus doentes.

Considerando que a obesidade constitui um grave problema de saúde pública nas sociedades modernas, e tendo em conta que a sua prevalência tem vindo a aumentar nos últimos anos, os investigadores avaliaram as várias manifestações respiratórias, identificadas através da polissonografia realizada em indivíduos que apresentavam factores de risco daquelas doenças, e concluíram que os obesos graves têm maior propensão para a coexistência da apneia obstructiva do sono e da hipoventilação, num cenário que tem como consequência uma menor irrigação de oxigénio no sangue arterial durante os períodos de sono, que culmina numa exacerbação da sintomatologia de falta de ar, elevando igualmente o risco de complicações graves que podem levar à morte directa ou indirecta, já que muitas vezes a obesidade, que prevalece em indivíduos de todas as idades e de todos os grupos sócio-económicos, surge frequentemente associada a outras doenças, como as cardiovasculares, principal causa de morte nos países desenvolvidos.

Carla Teixeira
Fonte: Chest, Bibliomed, Fundação Portuguesa de Cardiologia
Quando administrados nas grávidas
Multivitamínicos podem evitar cancro nos bebés

As gravidezes acompanhadas da administração de suplementos vitamínicos têm maior probabilidade de ter como desfecho o nascimento de crianças saudáveis. Um estudo conduzido por uma equipa de cientistas da Universidade de Toronto, no Canadá, concluiu que a ingestão daqueles suplementos é importante para um melhor desenvolvimento do feto.

Segundo os resultados da pesquisa agora divulgada, a toma de um suplemento antes da gravidez e durante os primeiros meses de gestação pode reduzir o risco do desenvolvimento de certos tipos de tumores nos bebés. No caso da leucemia infantil, por exemplo, essa diminuição poderá chegar aos 36 por cento, de acordo com a investigação destes especialistas. A incidência de outros problemas, como a formação de tumores malignos no tecido nervoso (neuroblastomas), pode ainda chegar mais longe, registando diminuições de 47 por cento, enquanto os cancros no cérebro revelam menos 27 por cento de probabilidades de se desenvolverem. Os cientistas canadianos suspeitam que o ácido fólico presente nos suplementos multivitamínicos seja um dos elementos responsáveis pela maior protecção dos filhos das mulheres que, enquanto grávidas, os tomaram.

Carla Teixeira
Fonte: Performance Online

Fármaco experimental da Metabasis para a diabetes falha objectivo

A Metabasis declarou que os dados da fase intermédia do ensaio do fármaco experimental oral para a diabetes tipo 2, o CS-917, mostraram que o fármaco falhou na redução dos níveis crónicos de açúcar no sangue. O composto está a ser desenvolvido pela Daiichi Sankyo, como parte de um acordo de licenciamento entre as duas companhias. A Metabasis e a Daiichi Sankyo estão a analisar as descobertas do estudo.

No que se refere ao CS-917, a Daiichi Sankyo informou a Metabasis que os resultados do ensaio de fase 2b, recentemente finalizado, mostraram que o produto candidato falhou, em ambas as doses testadas, o objectivo de baixar o nível ajustado por placebo de hemoglobina glicosilada (HbA1c), uma medida de carga de glicose. O estudo envolveu 392 pacientes, divididos por quatro tratamentos. Dois grupos receberam CS-917 a 50 mg bid e 100 mg bid respectivamente. O terceiro grupo recebeu metformina a 850 mg bid e o quarto grupo recebeu placebo. O nível médio de HbA1c, no início do estudo, era de aproximadamente 7,6-7,7 por cento. O nível ajustado por placebo de HbA1c no final do tratamento de três meses ficou inalterado com a dose baixa e houve um decréscimo de 0,17 por cento no grupo tratado com a dose elevada de CS-917. O tratamento com metformina resultou num decréscimo de 0,50 por cento. O CS-917 pareceu ser seguro e bem tolerado pelos pacientes. A Daiichi Sankyo e a Metabasis continuam a avaliar os resultados.

O CS-917 é um profármaco de um inibidor activado oralmente, potente e selectivo de fructose-1, 6-bisfosfatase, uma enzima reguladora no caminho responsável pela produção de glicose no fígado, conhecido como o caminho de gliconeogénese. O CS-917 foi descoberto através da utilização da tecnologia NuMimetic da Metabasis e está a ser desenvolvido pela Daiichi Sankyo.

O vice-presidente executivo na área de investigação e desenvolvimento da Metabasis, Dr. Mark Erion, revelou que a companhia está surpreendida e desapontada com os resultados revelados até agora por esta importante fase 2b do ensaio clínico, especialmente após os resultados promissores de pequenos estudos iniciais e pré-clínicos de 14 e 18 dias. Neste momento, a companhia tem muitas questões sem resposta, como, por exemplo, se o facto dos níveis de glicose no plasma em jejum e dos níveis de HbA1c nos pacientes no início da fase 2b do ensaio serem substancialmente mais baixos, do que os que foram estudados na anterior fase 2a, poderá ter tido impacto nos resultados. Este é apenas um dos factores que a empresa pretende avaliar, esperando trabalhar de perto com a Daiichi Sankyo, nas próximas semanas, na análise e comparação dos resultados deste e de ensaios anteriores. Estes esforços podem ajudar a equipa da Metabasis a determinar o impacto destas descobertas no CS-917 e nos fármacos experimentais do tipo de inibidor de gliconeogénese , incluindo o MB07803.

O presidente da Metabasis, Dr. Paul Laikind, sublinhou que a companhia tem outros programas entusiasmantes nos estádios clínico e pré-clínico, como é do conhecimento dos accionistas. Por exemplo, o MB07811, o produto candidato para o tratamento do colesterol elevado, que está actualmente a ser avaliado num ensaio clínico importante e pode representar uma grande oportunidade de mercado, se for um produto bem sucedido. A Metabasis revelou ainda recentemente dados promissores do MB07133, o fármaco experimental para o cancro primário do fígado.

Independentemente do resultado da análise dos dados do CS-917, a companhia continua entusiasmada com as perspectivas dos seus vários produtos e com o seu próprio futuro.

Isabel Marques

Fontes: FirstWord, Bloomberg, SmartMoney

Schering-Plough termina acordo com Metabasis e Valeant

A Schering-Plough terminou o acordo com a Metabasis e com a Valeant para o desenvolvimento e comercialização de um composto para o tratamento da hepatite B, o pradefovir, um fármaco antiviral oral, segundo anunciou a Metabasis. A Schering-Plough tomou esta decisão de devolver todos os direitos sobre o fármaco à Metabasis, devido, em parte, aos dados pré-clínicos do pradefovir que sugeriam um aumento da incidência de cancro com doses mais elevadas.

Resultados promissores da fase 2b do estudo do pradefovir foram relatados em 2006 pela Valeant, a detentora anterior da licença do produto. Todavia, depois de os direitos exclusivos de desenvolvimento e comercialização do pradefovir terem sido concedidos à Schering-Plough, foram completados estudos de carcinogenicidade de 24 meses em ratos e ratazanas que revelaram um acréscimo na incidência de cancro com as doses mais elevadas do fármaco. Como resultado destas descobertas e outras considerações, a Schering-Plough tomou a decisão de terminar o acordo.

A Metabasis inicialmente licenciou o composto à Valeant, que depois vendeu os direitos à Schering-Plough em Dezembro. A Schering-Plough adquiriu a licença do tratamento em Janeiro, tendo efectuado pagamentos de 19,2 milhões de dólares à Valeant e de 1,8 milhões de dólares à Metabasis.

O presidente da Metabasis, Paul Laikind, disse que a Schering-Plough ainda não tinha iniciado as actividades de desenvolvimento clínico do pradefovir quando foram conhecidos os resultados do estudo de carcinogenicidade. A Metabasis acredita que a Schering-Plough tomou a decisão de terminar o acordo por várias razões, contudo, isto não significa necessariamente que o desenvolvimento e aprovação do pradefovir não sejam viáveis. Nos próximos meses, a Metabasis irá rever cuidadosamente os resultados clínicos e toxicológicos e outros factores para determinar o futuro do pradefovir.

Isabel Marques

Fontes: FirstWord, Bloomberg, SmartMoney

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Daqui a oito anos 75% da população dos EUA será obesa

Um novo estudo desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins em Baltimore, EUA, revelou que em 2015, três em cada quatro norte-americanos terão excesso de peso, o que corresponde a 75 por cento da população total do país. Se a obesidade é já uma realidade alarmante, no futuro ela será mesmo uma epidemia mortal, afirmam os investigadores.

Youfa Wang, dirigente do estudo, considera que «a obesidade é uma crise de saúde pública. Se o nível de obesidade e de peso a mais continuar a subir a este ritmo, em 2015, 75 por cento dos adultos e quase 24 por cento das crianças e adolescentes vão ser gordos ou obesos».

O estudo baseou-se na análise de investigações anteriores, recorrendo também a algumas sondagens nacionais que contabilizam pesos e comportamentos. A partir desta análise, os investigadores definiram as taxas de obesidade dos adultos através da fórmula que indica o índice de massa corporal (IMC), segundo a qual pessoas com um nível superior a 25 de IMC têm peso a mais e aquelas que apresentam um resultado superior a 30 são obesas.

Os resultados apresentados em 2003/2004 indicavam já que 66 por cento dos adultos americanos tinham peso a mais, tal como 16 por cento das crianças e adolescentes norte-americanos, existindo ainda 34 por cento em risco de ficarem com peso a mais.

«É provável que a obesidade continue a aumentar e, se nada for feito, vai tornar-se brevemente a maior causa de morte, passível de prevenção, dos Estado Unidos», diz Wang, pois a obesidade leva ao aparecimento de doenças cardíacas, diabetes e alguns tipos de cancro.

Os investigadores deixam o alerta, no futuro, mais do que a um corpo rechonchudo, a obesidade passará a estar associada à principal causa de morte nos EUA.

Inês de Matos

Fonte: Sol
Doentes com cancro fazem apelo ao PR

A UHDC apela para vetar a nova lei do tabaco,aprovada na Assembleia da república no dia 28 de Junho.

A União Humanitária dos Doentes com Cancro (UHDC) anunciou hoje que vai apelar ao Presidente da República, Cavaco Silva, para que vete a nova Lei do Tabaco.
Segundo o Presidente da UHDC, em declarações à agência Lusa, a lei é anticonstitucional, "Estamos na presença de uma lei anticonstitucional que discrimina os cidadãos em geral e os trabalhadores da restauração em particular, pelo que vamos apelar ao Presidente da República para que vete a lei"
A UHDC alega também que, "se está provado cientificamente que fumar prejudica gravemente a saúde de quem fuma e a dos que o rodeiam, não pode haver nenhum argumento para justificar que um fumador, num espaço fechado, possa fumar junto de um não fumador".
Contestam a possibilidade de " os proprietários dos estabelecimentos de restauração com menos de 100 metros quadrados poderem decidir se querem ser um espaço para fumadores, para não fumadores ou para ambos", adiantou Luís Filipe Soares.
A UHDC afirma que"essa prerrogativa viola o princípio do artigo 64º da Constituição, ao não proteger os empregados dos estabelecimentos que optarem por serem espaços para fumadores, em detrimento dos empregados dos estabelecimentos que optarem por serem espaços para não fumadores".
O artigo 64º da Constituição determina que "todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover".
A UHDC propõe que se mantenha a redacção tal como constava na proposta de lei que o ministro da Saúde, Correia de Campos, apresentou na Assembleia da República.
Essa proposta"Expressava a proibição de fumar, nomeadamente, nos estabelecimentos de restauração ou de bebidas, incluindo os que possuam salas ou espaços destinados a dança, com excepção dos estabelecimentos com mais de 100 metros quadrados, onde poderão ser criadas áreas específicas para o efeito, desde que não excedam 30 por cento da área afecta ao público, sejam totalmente compartimentadas, disponham de ventilação separada e sejam áreas onde os empregados não tenham que permanecer".
A União Humanitária dos Doentes com Cancro considera-se "precursora" da Lei do Tabaco, por ter entregue a 07 de Abril de 2004 uma petição na Assembleia da República para que fosse "proibido fumar em todos os espaços públicos fechados".
A nova Lei do Tabaco aprovada pelo parlamento é mais tolerante que a proposta de diploma inicialmente apresentada pelo Governo e deverá entrar em vigor a 1 de Janeiro de 2008.
Relativamente à proposta que saiu do Conselho de Ministros a 1 de Março, a lei apresenta uma redução de mil para 750 euros no limite máximo das multas a aplicar a fumadores transgressores e autoriza os proprietários dos estabelecimentos mais pequenos a escolher se querem ou não ser espaços sem fumo, o que lhes era imposto segundo a formulação inicial.
Agora, cada proprietário poderá decidir se quer ser um espaço para não fumadores, para fumadores ou para ambos, desde que fique garantida a qualidade do ar para os não fumadores.
Quanto aos estabelecimentos com mais de 100 metros quadrados, mantém-se a obrigação de serem destinados a não fumadores, embora possam ter um espaço para fumadores, desde que não ultrapasse 30 por cento do total do espaço.

Sandra Cunha

Fontes:Lusa/SOL
Terapia prolongada pode ser a salvação de seropositivos

Um estudo clínico, publicado hoje pela revista médica "The Lancet" concluiu que as pessoas que reagem positivamente aos tratamentos antiretovirais podem ver um "marcador-chave" do sistema imunitário voltar ao normal,se a triterapia se prolongar o suficiente.

Amanda Mocroft explicou que os resultados só se aplicam " aos pacientes que tenham uma reacção óptima à terapia anti-retroviral e devem, por isso, ser considerados como o melhor cenário possível".
O estudo do cenário óptimo incidiu sobre 1.835 pacientes seropositivos incluídos no abrangente estudo europeu EuroSida (14.262 pacientes) que tinham iniciado uma triterapia e estavam a reagir bem ao tratamento, já que a quantidade de vírus no sangue (carga viral) desceu abaixo do limite de 50 vírus por mililitro de sangue.
No início do tratamento, os pacientes tinham em média uma taxa de linfócitos CD4 (um tipo de glóbulos brancos que têm um papel fundamental na regulação da resposta do sistema imunitário e servem como marcadores de evolução da doença) de cerca de 204 por milímetro cúbico de sangue, sendo que a taxa normal é superior a 500.
A capacidade de um paciente seropositivo evitar as doenças oportunistas, como a tuberculose, e consequentemente a morte, está ligada à contagem dos CD4.
Pesquisas anteriores davam contam de que a taxa de CD4 estagnava após alguns anos de tratamento.
Os novos resultados demonstram que a recuperação pode prosseguir de forma duradoura até regressar à normalidade, ou quase.
O maior aumento médio anual da taxa de CD4 (mais 100 células por milímetro cúbico) é observado no primeiro ano de tratamento.
Seguem-se nos cinco anos seguintes aumentos anuais mais fracos.
Para os pacientes que tinham um baixo nível deste tipo de glóbulos bracos à partida (inferior a 200), existem subidas significativas após cinco anos de tratamento.
E para os pacientes que tinham começado com uma contagem de 350 CD4, no final de três anos de tratamento, a taxa era aproximada das pessoas não infectadas pelo vírus da SIDA (HIV).
Segundo os autores, o regresso a uma taxa normal de CD4 pode ser conseguido para todas as pessoas infectadas "se a redução da carga viral, graças ao tratamento, se puder manter durante um período suficientemente longa".
A estimativa da UNAIDS ( AIDS epidemic update, UNAIDS) aponta para cerca de 42.000 pessoas infectadas em Portugal, ou seja, cerca de 0,4% da população Portuguesa. As taxas de novos diagnósticos de infecção VIH em Portugal são as maiores da Europa.Este estudo poderá ser uma nova esperança para os infectados com VIH.

Sandra Cunha
Fontes:Lusa / SOL,www.fcsh.unl.pt/cadeiras/ciberjornalismo/ci.../sida/portu1.htm,www.roche.pt


Erro médico custou 112.500 euros


Um erro médico num parto ocorrido no Hospital de São Marcos em Fevereiro de 1993, que motivou lesões diversas ao então nascituro,leva a uma indemnização de 112.500 euros

O Tribunal concluiu que o parto deveria ter sido realizado por cesariana e não parto natural, dado que o bebé se apresentava na posição de pés, o que colocava, à partida, vários riscos para a sua saúde.Após o nascimento, a criança ficou com paralisia cerebral e foi «afectada de paralisia à esquerda (com lesão do membro superior esquerdo e diafragmática), sofrendo, ainda, de graves dificuldades respiratórias».Tem, também, infecções frequentes das vias respiratórias, com febres e muita tosse, tendo tido uma pneumonia em tenra idade.
Em declarações à Lusa, o advogado do Hospital São Marcos, Artur Marques, anunciou que vai recorrer para o Tribunal Central: «O Hospital discorda da fixação das indemnizações e da conclusão de que houve erro médico«.
O advogado dos queixosos José Carlos Moniz da Cunha disse, por seu lado, que a mãe do menor «é a melhor cliente do mundo: soube sofrer e sabe esperar.Acrescentou que «só mesmo uma mãe tão paciente a cuidar dele pôde aguardar tão calmamente todo este tempo, senhora do reconhecimento das razões do filho...»
O jurista deixou também uma «homenagem à classe médica e ao sábio Colectivo de juízes que tomou a decisão». Disse que «a sentença só foi possível porque houve sumidades da Obstetrícia que, apresentado que lhes foi o caso, se dispuseram a depor para melhor ilustração da matéria a ajuizar».Salientou que a queixa foi feita apenas contra o Hospital porque «a mãe não quer mal às médicas que fizeram nascer o seu filho». A decisão judicial garante que a mãe, quando grávida, frequentou os serviços do Hospital, onde, e através dos parâmetros de duas ecografias se constatou que o feto se encontrava em posição de pés.
A mãe deu entrada na Maternidade a 8 de Fevereiro, onde, depois de observada pela médica de serviço, entrou em trabalho de parto, tendo-lhe sido feita uma radiografia.
O juiz escreve que «não lhe foi realizada qualquer acção para monitorizar o andamento do trabalho de parto nas oito ou nove horas em que esteve na sala de expectantes, mas já em trabalho de parto».O bebé nasceu de pés para a frente, e foi puxado pela médica assistente, dado ter ficado «encravado» por um braço e retido pela cabeça por tempo não apurado.A saída do menino «só foi conseguida com recurso à manobra de Mauriceau - a introdução manual no útero para tentar corrigir a posição do nascituro - e de ter sido cortada para a facilitar"»No final, o Serviço de Neonatologia registou vários traumas de parto, que «foram consequência directa e necessária de diversas lesões».
O Tribunal concluiu que «a opção médica recomendada seria a Cesariana por envolver uma menor probabilidade de ocorrência de lesões traumáticas, mormente a do braço» e apontou «várias insuficiências em termos de exames médicos à parturiente». «O parto vaginal exigia cuidada avaliação dos factores de risco», diz o tribunal, considerando que houve violação da boa prática médica e que «não terão sido tomadas todas as medidas clinicamente correctas para o êxito do parto».
Nos primeiros anos de vida, a criança apresentava dificuldades alimentares e teve de fazer reabilitação físico-motora do braço esquerdo e exercícios respiratórios, duas vezes por semana, bem como terapia ocupacional.Tinha dificuldades na fala e na movimentação do braço esquerdo, ao nível do ombro e clavícula, não conseguia elevar o antebraço, e o pulmão esquerdo quase não tinha actividade respiratória.Viveu até agora com incapacidade parcial e permanente, que se prolongará por toda a vida e sofreu de «dores e padecimentos físicos» que foram atenuados pelos cuidados especiais dos pais, já que mãe deixou de trabalhar para o acompanhar.
A acção envolveu «a responsabilidade civil extracontratual do Hospital de São Marcos por factos ilícitos, praticados pelos seus órgãos ou agentes acto ilícito e culposo e nexo causalidade».
A administração do Hospital ainda não se prenunciou sobre o assunto, uma vez que ainda não lhe foi notificado, mas uma fonte do órgão garantiu que actuará na defesa do interesse público.

Sandra Cunha


Fontes:Lusa/SOL

Descoberto processo de análise do ADN cinco vezes mais rápido

Cientistas do “Jefferson Medical College” e da Universidade Johns Hopkins anunciaram ter desvendado uma nova técnica de análise do ADN cinco vezes mais rápida e menos dispendiosa do que a utilizada actualmente. A descoberta poderá ter um vasto leque de aplicações, desde a ciência forense, à clonagem ou ao bioterrorismo, afirmam os investigadores.

Jonathan Brody, professor de cirurgia em Jefferson, Filadélfia, e Scott Kern, em Johns Hopkins, Baltimore, afirmam que o processo de electroforese que conseguiram desenvolver poderá “poupar milhões de dólares por ano, apenas pelo facto de acelerar os procedimentos”.

A maioria das técnicas biológicas envolvem a electroforese, o que aconteceu foi que os cientistas analisaram o ADN, mas os compostos envolvidos no processo permaneceram inalterados por 30 anos. Os investigadores alegam que o composto de lítio presente no ácido bórico da electroforese do ADN é uma solução melhorada relativamente à que é utilizada há já 30 anos.

“Um processo que normalmente demora uma hora e meia ou duas horas para ser realizado pode ser efectuado em 10 minutos”, afirmou Jonathan Brody, salientando que o novo método poderá ter um grande conjunto de aplicações que vão desde a neurociência à biologia do desenvolvimento e a vários outros campos que envolvem a análise do ADN.

“Muita da nossa ciência é abstracta e resulta de um processo de crescimento contínuo”, considera o especialista até porque é raro estar-se perante a possibilidade de “provocar um impacto em quase todos os campos da ciência de uma só vez”. Conforme explicou Brody, o processo começa a ganhar aceitação e utilização a nível internacional, tornando-se mais frequente, mas “tal como qualquer coisa na ciência demorará algum tempo para que se torne prática comum”.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Daily India, Science Daily.

Marcador-chave no sistema imunitário
Anti-retrovirais podem salvar seropositivos


Os doentes que registem um grau óptimo de adesão aos tratamentos para a sida com fármacos anti-retrovirais podem ver um marcador-chave no sistema imunitário voltar ao normal, se a tripla terapia for prolongada por um período de tempo suficiente.

Um estudo levado a cabo por investigadores europeus e argentinos, publicado na revista médica «The Lancet», dá conta da boa notícia, mas explica que, de acordo com os autores da pesquisa, os seus resultados “só se aplicam aos pacientes que tenham revelado uma reacção óptima à terapia anti-retroviral, pelo que devem ser considerados apenas diante do melhor cenário possível”. O estudo acompanhou 1.835 seropositivos incluídos no abrangente estudo europeu «EuroSida» (em que foram observados 14.262 pacientes). Todos tinham iniciado a triterapia e estavam a reagir bem ao tratamento, com a carga viral a descer abaixo do limite de 50 vírus por mililitro de sangue.
A taxa média de linfócitos CD4 (um tipo de glóbulos brancos com papel fulcral na resposta do sistema imunitário e que servem como marcadores da doença, além de contribuírem para a capacidade de o doente seropositivo evitar o surgimento das chamadas doenças oportunistas) era, no início do tratamento daqueles doentes, de 204 por milímetro cúbico de sangue (a taxa normal é superior a 500). No entanto, a evolução do estudo permitiu aferir uma recuperação muito significativa daquele tipo de células, que prosseguiu de forma duradoura, até à normalidade ou muito perto disso. O maior aumento tem lugar durante o primeiro ano de tratamento, seguindo-se aumentos menores nos anos seguintes. Assim, se a terapia for suficientemente prolongada, os doentes com sida poderão atingir os níveis normais de CD4.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa

Merck volta a enfrentar processos interpostos por accionistas

Um tribunal norte-americano voltou a accionar os processos de vários accionistas contra a farmacêutica Merck por alegações de que esta terá ocultado os riscos inerentes à toma do anti-inflamatório Vioxx.

Os três juízes encarregues de analisar o recurso do processo consideraram que este deveria ser devolvido ao magistrado do tribunal federal da Nova Jérsia que os tinha anulado em Maio de 2006.

O Vioxx, que rendia à farmacêutica norte-americana 1,8 mil milhões de euros por ano, foi retirado do mercado em Setembro de 2004, por suspeitas de provocar um elevado risco de ataque cardíaco, enfarte e morte. Os accionistas afirmam que esses efeitos secundários foram omitidos pelos directores da empresa.

O tribunal de recurso apurou que o juiz Stanley R. Chesler cometeu um erro ao não permitir que os queixosos incluíssem no processo provas adicionais, baseando-se em fundamentos de que esses materiais teriam sido adquiridos em resultado de um acordo de descoberta consensual. O novo painel de juízes considerou que Chesler deverá determinar se essas provas poderiam afectar o mérito da lei.

Marta Bilro

Fonte: BBC News, Forbes.

Ranbaxy duplica lucros no terceiro trimestre de 2007

A Ranbaxy, o segundo maior laboratório farmacêutico indiano, registou uma duplicação dos resultados no segundo trimestre do ano impulsionada por um forte crescimento no mercado europeu e pela valorização da rupia que lhe reduziu os custos com empréstimos contraídos no estrangeiro. Os resultados divulgados pela empresa superam as previsões avançadas anteriormente.

Os lucros da empresa aumentaram para os 47 milhões de euros (2,64 mil milhões de rupias) no segundo trimestre de 2007, relativamente aos 21,7 (1,21 mil milhões de rupias) milhões de euros registados em igual período do ano anterior. O director executivo da Ranbaxy, Malvinder Singh, afirmou, em declarações aos jornalistas, que a performance da empresa deverá melhorar ainda mais no segundo semestre do ano à medida que a companhia lança novos produtos no mercado.

O responsável adiantou ainda que a farmacêutica considera a possibilidade de proceder a novas aquisições para aumentar o crescimento, isto depois das oito operações de compra levadas a cabo no ano passado, metade das quais na Europa, com o objectivo de cortar nos custos de distribuição e aumentar a venda de genéricos. As estimativas apontam para um crescimento do mercado global de genéricos na ordem dos 73,3 mil milhões de euros em 2010, e os laboratórios concorrentes estão a proceder a aquisições para manter o crescimento dos lucros.

“A empresa anunciou um bom crescimento das vendas em todos os seus mercados, crescimento esse que deverá continuar”, afirmou Saion Mukherjee, analista da Brics Securities, em Bombaim, acrescentando que “as aquisições serão uma contribuição vital para o crescimento na Roménia e na África do Sul”. A Ranbaxy, que tem ambições de pertencer ao top cinco das maiores empresas de genéricos, registando vendas anuais no valor de 3,6 mil milhões de euros em 2012, viu as suas acções subirem à medida que os analistas partilhavam o optimismo acerca do futuro da empresa. “Continuamos positivos. A empresa empenha-se em prestar bons serviços”, salientou Sarabjit Kaur Nangra, analista do sector farmacêutico na Angel Broking Ltd.

As vendas do laboratório indiano subiram 55 por cento na Europa, para os 62 milhões de euros no segundo semestre, já na América do Norte o aumento das vendas não ultrapassou os 12 por cento, atingindo os 73,8 milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Bloomberg.

Certolizumab Pegol representa alternativa no tratamento da doença de Crohn

Dois estudos divulgados pelo “New England Journal of Medicine” sugerem que o Certolizumab Pegol pode ser uma ajuda importante para as pessoas que sofrem da doença de Crohn, principalmente para aquelas que não reagem à medicação convencional.

O medicamento desenvolvido pela UBC Pharma, que actua de forma similar aos fármacos já existentes, ainda não se encontra disponível no mercado. Porém, a farmacêutica já submeteu o pedido de Autorização de Introdução no Mercado (AIM) à Agência Europeia do Medicamento (EMEA). Gerald W. Dryden Jr., professor de medicina na Universidade de Louisville, considera que a substância poderá “oferecer mais opções aos pacientes”.

A causa da doença de Crohn é desconhecida, no entanto, as investigações centraram-se em três possibilidades principais: uma disfunção do sistema imunitário, uma infecção e a dieta alimentar. Por norma, os doentes de Crohn são tratados com adalimumab (Humira), infliximab (Remicade) e certolizumab, sendo que, este último é considerado menos destrutivo das células imunitárias do organismo.

No primeiro estudo, realizado por Stefan Schreiber na Universidade Christian Albrechts, na Alemanha, foram administradas 400 mg do medicamento no inicio da análise e uma segunda dose na quarta semana, a 668 pacientes com casos severos a moderados da doença. Posteriormente os doentes que reagiram ao tratamento foram administrados com uma outra dose do fármaco ou com um placebo a cada quarto semanas. Os cientistas observaram que 48 por cento dos pacientes que anteriormente tinham manifestado uma reacção ao medicamento estavam ainda em remissão na 26ª semana quando continuavam a tomar o medicamento. No entanto, apenas 29 por cento dos doentes que inicialmente reagiram ao medicamento mas que depois ingeriram placebos, entraram em remissão.

No outro estudo, conduzido por William Sandborn, da Clinica Mayo, em Rochester, no Minesota, 662 pacientes foram administrados com o medicamento ou com um placebo três vezes num período de quatro semanas e depois uma vez a cada quatro semanas. Os doentes que ingeriram o medicamento demonstraram melhores resultados a curto prazo, porém não houve uma diferença significativa entre os dois grupos na 26ª semana. Apesar dos dois estudos terem produzido resultados diferentes, eles sugerem que o medicamento é uma “terapia eficaz” escreveu James Lewis, professor de medicina e epidemiologia na Universidade da Pensilvânia, num comentário que acompanha a publicação dos estudos. Caso seja aprovado, o fármaco oferece um tratamento alternativo aos dois medicamentos já existentes, acrescentou o mesmo especialista.

A doença de Crohn afecta tipicamente toda a espessura da parede intestinal, é frequente que se manifeste na porção mais baixa do intestino delgado (íleo) e no intestino grosso, mas pode ocorrer em qualquer segmento do tracto gastrointestinal. Nas últimas décadas, a incidência da doença de Crohn aumentou tanto nos países ocidentais como nos países em vias de desenvolvimento. Ocorre aproximadamente em igual proporção nos dois sexos e quase todos os casos surgem antes dos 30 anos, mas a maioria começa entre os 14 e os 24 anos.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Forbes, Manual Merck.

Esquema com receitas falsas desmantelado pela Judiciária
Detido director de farmácia envolvido em fraude


O director clínico de uma farmácia de Setúbal foi hoje detido por suspeitas de estar envolvido numa rede que terá burlado o Serviço Nacional de Saúde em mais de um milhão de euros.

De acordo com uma notícia avançada no site do semanário «Expresso» ao final da manhã de hoje, a acção da rede tinha por base a emissão de receitas falsas, com a intenção de, num momento posterior, obter dos serviços competentes do SNS as comparticipações devidas pela alegada venda de medicamentos que na realidade nunca chegaram a ser vendidos. A investigação, que segundo a imprensa estaria a decorrer há já bastante tempo (alguns meios de informação apontam um ano, mas outros já falam de três), terá culminado numa intervenção policial desencadeada há dois dias, que ao final desta manhã teve como desfecho a prisão do director clínico da farmácia envolvida. Além da detenção foram feitas várias buscas.

Carla Teixeira
Fonte: Expresso, Correio da Manhã, Rádio Renascença
Dados de um estudo a publicar em Agosto no Brasil
Gravidez e saúde mental estão ligadas


Um estudo a publicar na edição de Agosto do título brasileiro «Revista de Saúde Pública» concluiu que há uma ligação entre a gravidez e o estado de saúde mental da mulher grávida. Numa investigação que incidiu sobre adolescentes da cidade de São Paulo, os investigadores aferiram que os sintomas de ansiedade e depressão, bem como o consumo de tabaco, são mais comuns nas adolescentes grávidas pela primeira vez do que nas jovens da mesma idade que nunca engravidaram.

A investigação, que teve como objectivo fazer uma estimativa da prevalência de problemas de saúde mental em adolescentes grávidas do primeiro filho e comparar o perfil daquelas jovens com o das que, tendo uma visa sexualmente activa, nunca passaram pela situação, chama a atenção dos serviços de planeamento familiar brasileiros para o facto de, tendo conhecimento destes dados, poder ser mais fácil evitar os possíveis prejuízos para a saúde daquelas mães e dos seus bebés.
No que diz respeito aos resultados, os dois grupos de adolescentes não diferiram de forma muito significativa no que toca à prevalência total de problemas de saúde mental (24,6 por cento nas grávidas; 27,3 por cento nas não-grávidas), mas no que respeita à sintomatologia de ansiedade e depressão notou-se que 24,2 por cento das grávidas sofriam de problemas desse género, contra 15,3 por cento das outras jovens, havendo também diferenças evidentes nos sintomas de retraimento (13 por cento no primeiro grupo; apenas 4,5 por cento no segundo). O consumo de tabaco foi outra variante a revelar grande disparidade: 21,3 por cento das adolescentes grávidas fumava, enquanto no outro grupo apenas 11 por cento tinha aquele vício.

Carla Teixeira
Fonte: Revista de Saúde Pública
Estudo comparou eficácia no tratamento do cancro colorrectal
Quimioterapia combinada ou sequencial?

A quimioterapia sequencial não é menos válida do que a quimioterapia combinada no tratamento do cancro do cólon e do recto. Uma investigação levada a cabo por investigadores do Grupo Holandês do Cancro do Cólon e Recto com vista a fazer a comparação entre as duas terapias, e tentar perceber qual a mais eficaz em termos de toxicidade, custos e taxa de sobrevivência dos pacientes, concluiu que não há diferenças significativas entre as duas.

De acordo com os resultados do estudo, divulgados na edição deste mês do jornal médico-científico «The Lancet», os cientistas aferiram que, “para os pacientes com cancro do cólon e recto avançado, o tratamento combinado com todas as drogas citotoxicas efectivas não é melhor do que a utilização sequencial”. Isto deve-se, à luz da mesma pesquisa, ao facto de a progressão da sobrevivência em todas as linhas de tratamento consequentes não ter sido significativamente diferente entre os dois grupos analisados no estudo agora divulgado.
Para estudar uma doença que é anualmente diagnosticada em cerca de um milhão de pessoas, 45 por cento das quais se encontram já em estádios muito avançados da doença, os investigadores acompanharam 805 doentes, que dividiram em dois grupos: o primeiro grupo foi submetido ao tratamento por quimioterapia combinada, enquanto o segundo grupo utilizou os fármacos segundo o método sequencial. No primeiro grupo o tratamento de primeira linha teve por base a administração de capecitabina e irinotecan e o de segunda linha associou capecitabina e oxaliplatina. No segundo grupo foi administrado aos doentes capecitabina no tratamento de primeira linha, irinotecan na segunda linha e oxaliplatina na terceira.
Do total de 805 pacientes que iniciaram o estudo 675 (84 por cento) morreram no período da sua realização (339 no grupo da quimioterapia combinada, 336 no outro grupo). A taxa de sobrevivência também não diferiu muito entre os dois grupos de doentes, oscilando entre os 17,4 meses nos voluntários submetidos ao tratamento combinado e os 16,3 meses nos doentes que seguiram o tratamento farmacológico sequencial.

Carla Teixeira
Fonte: TV Ciência
Curso de Verão na Universidade Católica do Porto
«Alimentos funcionais e seus efeitos na saúde»


Arranca no próximo dia 23, na Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto (pólo da Asprela), o curso de Verão «Novos alimentos funcionais e seus efeitos na saúde», que integra um amplo e inovador programa de formação daquele estabelecimento de Ensino Superior. Até Setembro serão muitos os temas alvo de iniciativas semelhantes, que na área da Saúde abarcarão temáticas como a relação entre alimentos e saúde, a sida e as vacinas ou a construção de uma horta biológica.

No curso com início agendado para a próxima segunda-feira, e que se prolonga por três dias, com quatro horas de aulas em cada um deles, serão abordados assuntos relacionados com a alimentação saudável e as recomendações nutricionais, mas o conceito de alimentos funcionais, o seu papel no organismo humano, a importância da interpretação do rótulo, os seus principais ingredientes e as acções biológicas que desempenham no organismo – probióticos, prebióticos, antioxidantes, ómegas 3 e 6, proteínas, péptidos e esteróis vegetais – serão protagonistas.

Carla Teixeira
Fonte: Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa

CHMP recomenda aprovação de Cervarix

O Cervarix, vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV), produzida pela GlaxoSmithKline está a um passo de ser lançada no mercado europeu depois do Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento (CHMP) ter recomendado a sua aprovação. A farmacêutica britânica espera receber uma autorização da Comissão Europeia para comercializar a substância dentro dos próximos meses.

Os tipos 16 e 18 do vírus do papiloma humano são os principais alvos do Cervarix, que representam cerca de 70 por cento dos casos de cancro do colo do útero. No entando, resultados preliminares de um ensaio clínico de Fase III revelaram que o Cervarix confere uma protecção eficaz contra infecções persistentes caudas pelos tipos 45, 31 e 52 do HPV, que contribuem igualmente para o aparecimento do cancro do colo do útero.

O CHMP analisou os dados de ensaios clínicos que envolveram a participação de 30 mil mulheres, com idades compreendidas entre os 10 e os 25 anos de idade, que demonstraram que a candidata a vacina teve resultados eficazes e era, geralmente, bem tolerada, afirmou a empresa. Segundo a GSK estão ainda em curso vários ensaios clínicos que observam a actuação do Cervarix.

O laboratório tinha mencionando, anteriormente, a intenção de lançar a vacina na Europa durante o segundo semestre de 2007. A substância vai agora ser submetida à aprovação da Comissão Europeia que poderá emitir uma licença de comercialização nos próximos meses.

Depois do cancro da mama, o cancro cervical é o segundo tipo de cancro mais comum que afecta as mulheres, provocando mais de 270 mil mortes por ano, a nível mundial. O Cervarix obteve, em Maio, a sua primeira licença de comercialização na Austrália, onde a sua utilização foi recomendada em mulheres com idades compreendidas entre os 10 e os 45 anos. Caso receba parecer positivo, a nova vacina da GSK vai competir com o Gardasil, vacina produzida pela Sanofi Pasteur MSD que já se encontra disponível do mercado, e que oferece protecção contra os tipos 16 e 18 do HPV.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, RTT News, Trading Markets.

Lucros da Roche crescem 24% no primeiro semestre

Severin Schwan é nomeado director executivo

A farmacêutica suíça Roche obteve um aumento nos lucros na ordem dos 24 por cento, no primeiro semestre do ano, comparativamente ao mesmo período do ano anterior, apoiado pelo sucesso de vendas do Avastin (bevacizumab), e do Herceptin (trastuzumab), dois fármacos destinados ao tratamento do cancro, e superando as estimativas dos analistas que se fixavam nos 16 por cento.

Os resultados líquidos da maior produtora mundial de medicamentos anticancerígenos subiram dos 2,39 mil milhões de euros, registados no primeiro semestre de 2006, para os 2,97 mil milhões de euros no período homólogo deste ano. As acções da empresa foram alvo de um crescimento de 1,7 por cento, ou 2,12 euros, para os 131,5 euros.

A Roche anuncou também a nomeação do seu actual director da unidade de diagnósticos, Severin Schwan, como director executivo, que assim sucede no cargo a Franz Humer, no dia 4 de Março de 2008. De acordo com a empresa não existiu qualquer pressão exterior que interviesse nesta alteração, justificando a medida com a decisão de separar os papéis de director executivo e presidente devido à crescente complexidade das tarefas inerentes a cada posição. Humer mantém-se, assim, como presidente da Roche. “Esta é uma transição suave pelo que estou absolutamente convicto de que funcionará bem”, afirmou Humer.

O Avastin e o Herceptin, ambos desenvolvidos em parceria com a Genentech estão a fornecer uma ajuda crucial para que o crescimento da Roche seja superior do que o dos seus rivais que têm enfrentado o aumento da competição dos genéricos e lutado pela substituição dos medicamentos antigos por novas versões. A farmacêutica ambiciona expandir a utilização dos medicamentos anticancerígenos testando-os noutros tipos de tumores e em fases mais precoces da doença.

No que diz respeito às vendas, o aumento atingiu os 15 por cento, alcançando os 13,76 mil milhões de euros, impulsionados pelo crescimento de 17 por da divisão farmacêutica. As receitas para a totalidade do ano deverão registar um crescimento a dois dígitos, referiu a empresa, confirmando uma previsão anterior. “No segundo semestre, a Roche irá, quase de certeza, ser a melhor do seu sector em termos de crescimento, vendas e capacidade de gerar lucros”, afirmou Denise Anderson, analista da Landsbanki Kepler, em Zurique.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Forbes.

Medicamentos de última geração para a diabetes
Fármacos mais caros, mas não mais eficazes


Os medicamentos de última geração para o combate à diabetes são bastante mais caros do que os seus antecessores, mas ao que parece o grau de eficácia não teve a mesma evolução positiva. Um estudo publicado na revista científica «Annals of Internal Medicine» assevera que os modernos tratamentos para a doença não são mais úteis no controlo dos níveis de glucose no sangue do que os mais antigos.

No âmbito de uma investigação que, pela primeira vez, analisou a eficácia das mais modernas terapias para a diabete de tipo II, comparando-a de forma exaustiva com a dos fármacos de segunda geração, visando aferir os benefícios as consequências perniciosas de cada tipo de medicamentos para aquela doença. Uma equipa de investigadores da Universidade de John Hopkins, nos Estados Unidos, estudou 216 trabalhos anteriores e duas revisões dos dados existentes, concluindo que os mais antigos tratamentos para a diabetes têm sensivelmente os mesmos efeitos dos que mais recentemente foram introduzidos no mercado, apesar de os mais novos terem custos bastante superiores.
No que diz respeito à recente polémica relacionada com a rosigliatazona, que à luz de um estudo publicado no «The New England Journal of Medicine» implicaria um maior risco de doenças cardiovasculares, os resultados da investigação divulgada agora permitem concluir, animando o debate sobre o assunto, que as estatísticas relativas à rosigliatazona “não revelam diferenças significativas comparativamente aos fármacos mais antigos, pelo que, de acordo com os peritos norte-americanos, “os efeitos da rosiglitazona na mortalidade e na ocorrência de problemas a nível do coração continua incerta”.

Carla Teixeira
Fonte: El Mundo
Unidades de saúde passam a ser classificadas como os hotéis…
Estrelas para os hospitais


O presidente da Entidade Reguladora da Saúde, Álvaro Almeida, anunciou ontem, na cidade do Porto, a intenção de, a breve trecho, dotar os hospitais portugueses de um sistema de avaliação semelhante ao que é aplicado nos hotéis, atribuindo estrelas à qualidade de cada estabelecimento hospitalar, e elaborando um ranking das instituições que se destaquem pela positiva naquele parâmetro.

As unidades de saúde poderão assim passar a ser avaliadas e classificadas tendo em conta os serviços prestados, e é objectivo da ERS pôr a medida em marcha já no próximo ano. Potencialmente polémica – visto que, segundo declarações feitas ao farmacia.com.pt por vários médicos do Hospital de São João – os hospitais não devem ser avaliados de acordo com os critérios usados para as unidades turísticas –, a medida passa pela atribuição de estrelas aos serviços sanitários.
Não obstante, Álvaro Almeida garante que não está em marcha qualquer tentativa de diferenciação ou discriminação dos hospitais inseridos em qualquer daquelas categorias, que vão de zero a cinco estrelas, asseverando que o que se pretende é “avaliar todos os cuidados de saúde, públicos, privados e sociais, sem qualquer distinção”, estando já o sistema em fase de implementação. No entanto, os quatro profissionais de saúde auscultados pelo nosso portal questionaram-se, em tom irónico, sobre “que tipo de doente recorre a um hospital sabendo que essa unidade foi avaliada com zero estrelas?”…
O presidente da Entidade Reguladora de Saúde, que falava na cidade Invicta no âmbito de um seminário sobre perspectivas para o sector, considerou que este sistema, que já está em vigor em países como os Estados Unidos e o Reino Unido, constitui “uma forma simplificada” de gestão daqueles serviços que, salientou, “traz algumas vantagens”.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa
Conferência europeia agendada para Setembro em Lisboa
Saúde Portugal Expo & Conferências 2007


Sida, doenças do coração, cancro, diabetes, depressão, tabagismo e dependência do álcool serão, entre os dias 20 e 23 de Setembro deste ano, protagonistas de um encontro científico europeu em Lisboa. Com apresentação oficial marcada para hoje, o evento «Saúde Portugal Expo & Conferências 2007» visa reunir instituições públicas e privadas e dar a conhecer a toda a sociedade os problemas de saúde mais comuns e as soluções terapêuticas actualmente disponíveis.

O encontro deverá ter lugar no Parque das Missas, em Lisboa, e de acordo com o que o farmacia.com.pt conseguiu apurar, incluirá 26 workshops de prevenção e de promoção da saúde, dirigidos a jovens, adultos e idosos, com abordagens diversas de doenças como a sida, a diabetes, a depressão, os problemas cardiovasculares e oncológicos, o consumo de tabaco e a dependência face ao álcool. Num programa paralelo ao da conferência realizar-se-ão ainda o Fórum Nacional das Associações de Doentes e três salões simultâneos, formatados por áreas terapêuticas: o Salão Internacional dos Equipamentos, Tecnologias e Produtos para a Saúde, o I Salão Nacional dos Prestadores de Serviços e Cuidados de Saúde e o I Salão da Promoção da Saúde, Prevenção da Doença, Estilos de Vida Saudáveis e do Bem-Estar, numa iniciativa do Jornal do Centro de Saúde que conta com o patrocínio institucional do Alto Comissariado da Saúde.
Considerando que “os cidadãos procuram mais e melhor saúde”, a organização do encontro procura sensibilizar o público em geral e os profissionais do sector em particular para a necessidade de, atendendo a esse anseio da população”, fazer da prestação de cuidados de saúde, preventivos ou curativos, a nível individual ou da comunidade, “mais do que uma mera actividade económica”, transformando aquela área no que ela é efectivamente, “uma das maiores responsabilidades sociais, com inovação, humanização, personalização e qualidade”. Porque a saúde é “um bem para as pessoas”, o encontro contará com a participação de inúmeros expositores, entre hospitais, centros de saúde e unidades de saúde familiar, clínicas, institutos médicos e laboratórios de análises, instituições de ensino e formação na área da Saúde, da assistência social e da medicina no trabalho.
O programa completo do evento, que aguarda a visita de mais de 50 mil pessoas e deverá contar com a presença do ministro da Saúde, Correia de Campos, na sessão de encerramento, está disponível no site http://www.jornaldocentrodesaude.pt/.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, Jasfarma, Jornal do Centro de Saúde

Portugueses dão nota negativa ao SNS

A avaliação que os portugueses fazem do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é negativa, atribuindo-lhe uma nota de sete valores numa escala de 0 a 20. A nota é justificada pelas longas filas de espera, pelos sucessivos erros administrativos de que a comunicação social tem feito eco e pelas últimas alterações produzidas por Correia de Campos, actual ministro da Saúde, de acordo com uma sondagem Aximage/CM.

Confrontado com os resultados da sondagem, o socialista António Arnault, apelidado de o pai do SNS, considera que “os sete valores são injustos, tanto mais que a última avaliação internacional, feita pela Organização Mundial de Saúde, coloca Portugal no 12.º lugar”, no entanto, atribui o descrédito dos portugueses “à política do actual ministro da Saúde que vai desacreditando o serviço nacional com o encerramento de várias unidades”.

Não se mostrando surpreendido, Arnault considera que a situação é muito grave, servindo de “aviso ao ministro e ao Governo para repensarem as políticas. As constantes notícias de encerramento de unidades de saúde, as manifestações espontâneas de descontentamento dos utentes e tudo o mais faz transparecer uma péssima imagem do SNS.”

Grave é também o facto de os inquiridos, que não utilizaram o SNS nos últimos 12 meses, terem uma opinião bastante negativa do mesmo, dos quais cerca de 60 por cento considera que o funcionamento do SNS é mau ou muito mau, contra apenas 9,9 por cento que o elogia.

O ministro Correia de Campo, desdramatiza a questão, dando conta de que esse valor se ficou a dever aos inquiridos que não frequentaram os serviços públicos de Saúde, alegando que existe uma discrepância de opinião entre utentes, pois “quem não frequenta o SNS tem, normalmente, opinião negativa. Os que frequentam têm opinião positiva. Esta diferença tem sido atribuída por diversos especialistas ao facto de existir uma tendência para os media darem um relevo desproporcionalmente maior às notícias negativas, comparativamente com as notícias positivas”, justifica o ministro.

Na opinião de Jacinto Oliveira, da Ordem dos Enfermeiros, os resultados da avaliação indicam a necessidade de reflexão quanto ao caminho a seguir, não só por parte de “todos os agentes e parceiros da Saúde”, mas “acima de tudo” por parte do “senhor ministro”.

A longas filas de espera para serviços cirúrgicos estão no topo dos exemplos apontados para o mau funcionamento do SNS, principalmente aquelas que envolvem problemas oncológicos, pois em Portugal o tempo médio de espera por uma cirurgia no tratamento de cancro era de 105 dias (três meses e meio), apesar de as sociedades científicas fixarem em 14 dias o tempo máximo de espera para tratamento cirúrgico em oncologia.

De realçar é ainda o facto dos residentes no interior do pais manifestarem uma opinião mais positiva sobre o SNS, enquanto que na comparação por sexos, são os homens que têm uma melhor opinião dos serviços de saúde, com 7,2 valores contra 6,8 das mulheres.

Inês de Matos

Fonte: Correio da Manhã

Afinal Vitamina C não evita constipações

Um novo estudo dirigido por investigadores australianos e finlandeses, publicado hoje pela organização internacional Cochrane Collaboration, vem desmistificar o suposto efeito preventivo da vitamina C, sobre as constipações, negando que exista uma relação entre o consumo diário de vitamina e o menor risco de constipação.

Baseados em cerca de 30 estudos que abrangeram 11 mil pessoas, os investigadores apuraram que o consumo diário de vitamina C apenas reduz para metade o risco de constipação em indivíduos submetidos a esforços físicos extremos, como é o caso dos maratonistas ou dos soldados.

Os indivíduos participantes nos estudos tomavam diariamente pelo menos 200 miligramas de vitamina C, no entanto, constatou-se que no grande público o efeito das vitaminas sobre a prevenção das constipações é muito pouco significativo para ser aconselhado.

No inicio dos anos 70, o investigador americano Linus Pauling, prémio Nobel da Química, aconselhou numa das suas obras a ingestão de mil miligramas de vitamina C por dia, como forma de reduzir o risco de constipações, dando assim origem ao mito que ainda hoje vigora.

Inês de Matos

Fonte: RTP