sábado, 9 de junho de 2007

Peritos apelam à vacinação contra a hepatite B

Em oito países do Norte da Europa
Peritos apelam à vacinação contra a hepatite B


Doze anos após a Organização Mundial de Saúde ter recomendado a vacinação universal contra a hepatite B, que até ao momento apenas 168 países adoptaram, uma equipa de especialistas em doenças infecciosas e viajantes analisou as várias estratégias nacionais de prevenção da doença e concluiu que “a vacinação de toda a população é a melhor opção para reduzir o impacto da doença na saúde pública”, exortando oito países do Norte da Europa a instituir aquela prática.

A hepatite B é a principal causa de cancro do fígado e está na origem de 500 mil a 1,2 milhões de mortes por ano em todo o mundo. Só na Europa estima-se que 90 mil pessoas sejam portadoras do vírus e cerca de 22 mil morram anualmente na sequência de infecções. Não obstante este cenário, oito países do Norte da Europa ainda resistem à implementação de um programa universal de vacinação, pelo que os peritos da OMS vieram a público pedir que Dinamarca, Holanda, Reino Unido, Suécia, Finlândia, Islândia, Irlanda e Noruega generalizem a medida, que até agora é aplicada apenas aos chamados grupos de risco.
Num artigo publicado na última edição da revista científica «The Lancet», a equipa de investigadores reconhece que a vacinação dos grupos de risco produz um efeito mais imediato e pode ser mais económica do que a vacinação universal. Contudo, avisam que nem sempre é fácil identificar todas as pessoas que integram os grupos de risco, normalmente vítimas do estigma social. Na opinião daqueles especialistas a vacinação universal deve ser feita na infância e na adolescência, acompanhando também as mulheres grávidas, e constitui a forma mais segura e eficaz de diminuir o número de novos diagnósticos, permitindo também proteger as crianças antes de elas serem expostas ao risco.
A vacina é altamente efectiva e quase isenta de complicações (à excepção de uma pequena reacção no local da injecção), e tem a vantagem de, porque a hepatite B é um dos grandes factores predisponentes ao desenvolvimento do cancro no fígado, ajudar a prevenir também a incidência daquele carcinoma. A imunização é feita em três tomas, através de injecção intramuscular, sendo a segunda toma realizada um a dois meses após a primeira, e a terceira cinco meses mais tarde. A produção de anticorpos acontece em 95 por cento dos pacientes, que gozam de um nível de protecção muito próximo dos 100 por cento. A imunidade é garantida pelo prazo de 10 anos, mas poderá mesmo durar toda a vida, podendo a qualquer momento ser avaliada através de uma análise do sangue.

Carla Teixeira
Fonte: El Mundo e HepCentro

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