sábado, 9 de junho de 2007

Revlimid tem benefícios em pacientes com mieloma múltiplo

Um estudo de Fase III realizado pelo Eastern Cooperative Oncology Group (ECOG 4A03) demonstrou que a utilização de Revlimid, um medicamento destinado ao tratamento do cancro oral, tem benefícios nos pacientes com mieloma múltiplo.

Os resultados da investigação foram apresentados na reunião da American Society of Clinical Oncology (ASCO), em Chicago, e referem que os pacientes de todas as idades e etapas de mieloma múltiplo podem beneficiar da utilização de Revlimid com doses reduzidas de dexametasona esteróide. Os dados relativos à utilização deste fármaco em doentes com mieloma múltiplo recém diagnosticado e pacientes com mieloma múltiplo reincidente/resistente serão apresentados no final da próxima semana, durante a reunião da Associação Europeia de Hematologia (European Hematology Association (EHA), que se realiza em Viena.

O vice-presidente da European Myeloma Platform (EMP), Rolf Pelzing, salientou o entusiasmo da associação com o impacto potencial que um tratamento de cancro oral, como é o caso do Revlimid, poderá ter no tratamento de doentes com mieloma múltiplo. “Estamos a trabalhar com a Agência Europeia de Avaliação de Medicamentos (EMEA na sigla inglesa) para ajudar a disponibilizar este tratamento oral o mais depressa possível para doentes em toda a Europa, de modo a que os pacientes com mieloma múltiplo possam beneficiar deste novo tratamento promissor”, acrescentou o mesmo responsável.

Os primeiros resultados da investigação foram revelados em Abril, quando os cientistas constataram, antecipadamente, que após um ano, os doentes a quem foi administrado Revlimid com uma baixa dose de dexametasona (LDD) apresentaram uma taxa de sobrevivência de 96 por cento, por oposição aos 87 por cento correspondentes ao número de pacientes que receberam Revlimid com a dose elevada de padrão de dexametasona esteróide.

Durante a próxima semana está também agendada a apresentação de dados relativos à acção do Revlimid em simultaneo com melfalan e prednisona em doentes idosos com mieloma múltiplo recém diagnosticado.

O Mieloma Múltiplo é um tumor que surge na medula óssea quando ocorrem mutações nos plasmócitos (células especializadas responsáveis pela produção de anticorpos, essenciais na defesa do organismo contra doenças e infecções). A multiplicação excessiva e descontrolada destas células na medula óssea (tecido que se encontra no interior dos ossos e onde se formam as células sanguíneas) dá origem ao mieloma múltiplo que é o segundo tipo mais frequente de cancro do sangue e afecta mais de 80 mil pessoas na Europa, 750 mil a nível mundial. De acordo com os dados da American Cancer Society, apenas 30 por cento dos doentes com mieloma múltiplo sobrevivem mais de cinco anos, sendo um dos cancros com menor taxa de sobrevivência a longo termo.

Marta Bilro

Fontes: Médicos de Portugal, PR Newswire

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