segunda-feira, 30 de julho de 2007

Administrado directamente na placa peniana
Verapamil trava Doença de Peyronie

A injecção de verapamil directamente no pénis de homens afectados pela Doença de Peyronie poderá resultar numa diminuição de 18 por cento na curvatura do pénis e em até 60 por cento de estabilização da progressão da patologia, de acordo com dados de um novo estudo.

Descoberta no século XVIII pelo médico francês Francois Gigot de la Peyronie, que lhe deu o nome, esta é uma doença inflamatória que se caracteriza pela existência de uma zona dura nos corpos cavernosos, descrita pelos doentes como um "calo", em virtude da área fibrótica. A doença afecta 0,4 a 3,5 por cento dos homens adultos, embora haja estudos feitos post mortem que avançam números muito maiores no que toca à prevalência desta patologia. Sem causa conhecida, poderá dever-se a factores genéticos predisponentes em certos homens ou a pequenos traumatismos sofridos durante o acto sexual, que não terão sido tratados da forma mais correcta. A doença é progressiva, e em 10 por cento dos casos regride espontaneamente.
A dificuldade na concretização de relações sexuais, pelas dores que a erecção e a interacção com a parceira provocam, constitui, na grande parte dos casos, a razão por que os doentes pedem ajuda ao médico. A detecção de uma placa peniana no corpo cavernoso, que poderá ou não ser acompanhada de uma curvatura do órgão sexual masculino (que nos casos mais graves chega a impedir a penetração vaginal), é o cenário de que dão conta ao profissional de saúde, de acordo com a Associação Americana de Urologia.
Normalmente tratada com medicação oral e injecções locais durante os primeiros meses, sendo a intervenção cirúrgica o procedimento a seguir nas situações em que os fármacos não funcionam, a Doença de Peyronie poderá agora ter resposta mais rápida e adequada do ponto de vista terapêutico.Um estudo publicado no jornal «Urology» atesta que uma equipa de investigadores da Weill Medical College da Universidade de Cornell, em Nova Iorque, analisou o efeito de injecções de verapamil – um medicamento usado no tratamento de batimentos cardíacos irregulares, pressão sanguínea elevada e angina de peito – administradas directamente na placa peniana de 94 homens doentes, e concluiu que, ao fim de pouco mais de cinco semanas após terem sido tratados, 18 por cento dos doentes tinham menor curvatura do pénis e 60 por cento não verificara qualquer progressão da doença.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Reuters, ABC da Saúde, MercMedicus

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