segunda-feira, 30 de julho de 2007

Estudo desmente informações anteriores
Legumes não previnem cancro da mama


Ao contrário do que até aqui vinha sendo defendido pela comunidade científica e pela classe médica, o consumo de legumes parece não ter implicação significativa no risco ou na prevenção do cancro da mama. Uma investigação agora publicado no «Journal of the American Medical Association» atesta que nem mesmo o dobro da quantidade recomendada de frutas e legumes parece influir na predisposição e no desenvolvimento daquela doença oncológica.

O estudo, levado a cabo por especialistas do Centro de Prevenção do Cancro da Universidade de Stanford, na Califórnia, acompanhou, entre 1995 e 2000, mais de três mil mulheres com idades compreendidas entre os 18 e os 70 anos, que depois foram seguidas pela equipa de investigadores até 2006. Todas tinham recebido tratamento a cancros da mama em estádio inicial de desenvolvimento. Metade das pacientes seguiu uma dieta rica em legumes e frutas, duplicando as quantidades recomendadas pelos médicos e reduzindo a ingestão de matérias gordas; a outra metade seguiu uma dieta normal, que incluía frutas e legumes.
Segundo avança a mais recente edição do «JAMA», os investigadores esperavam “que a duplicação da dieta recomendada de frutos e legumes, juntamente com um aumento da ingestão de fibras e a redução das gorduras fizesse uma diferença nas taxas de reaparecimento do cancro da mama”. No entanto, de acordo com Marcia Stefanick, professora de Medicina daquele centro, citada pelo jornal americano, os resultados não foram de encontro às expectativas: a taxa de reaparecimento da doença foi de cerca de 17 por cento nos dois grupos. Embora menos elevada do que os 30 por cento esperados pelos cientistas para o grupo de controlo, as taxas aferidas não revelaram qualquer diferença significativa no que toca aos efeitos da ingestão de frutas e legumes.
Informações anteriormente divulgadas suscitaram na comunidade científica e entre os médicos a convicção de que a prática de uma alimentação rica em produtos de origem vegetal, com particular incidência de frutos, legumes e leguminosas, assim como a ingestão de produtos amiláceos e cerealíferos pouco processados, a par do aumento de outros alimentos fornecedores de amido (pão, massas, batatas ou arroz), facilitariam o combate ao cancro da mama. Era recomendado às mulheres o consumo diário de 400 a 800 gramas de vegetais verdes, cenouras, tomate e citrinos, que se acreditava serem capazes de diminuir em 20 por cento o risco de desenvolvimento do cancro. Uma crença que o estudo agora divulgado veio atirar por terra…

Carla Teixeira
Fontes: JAMA, Agência Lusa, Saúde na Internet

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