segunda-feira, 23 de julho de 2007

Doença afecta 500 mil portugueses e é a sexta causa de morte
Rastreios para detecção da DPOC em Coimbra


O Pneumobil, programa de âmbito nacional dinamizado pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia e pela Iniciativa Global para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica para o rastreio e detecção precoce da DPOC, encontra-se hoje e amanhã em Coimbra, onde pretende lançar o alerta para a gravidade daquela patologia, que afecta actualmente 500 mil portugueses e representa a sexta causa de morte no nosso país.

Diagnosticar a doença pulmonar obstrutiva crónica é, de acordo com a organização do programa, o grande objectivo. O Pneumobil estará, entre as 9 e as 18 horas de hoje, nos Hospitais da Universidade de Coimbra, e amanhã, no mesmo horário, no Hospital dos Covões. Os cidadãos interessados em saber mais sobre esta doença poderão deslocar-se àquelas instalações, onde serão feitos rastreios gratuitos da DPOC à população com mais de 40 anos, fumadora ou ex-fumadora. A percorrer o país durante seis meses, o Pneumobil tem realizado inúmeros rastreios, que visam aferir a existência de possíveis casos de obstrução pulmonar, assim como informar a população sobre a doença, crónica e silenciosa, que ainda é desconhecida pela maioria dos portugueses.
António Segorbe Luís, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, disse que a intenção do programa é “chegar às pessoas, consciencializando-as para a DPOC. Dificuldades de respiração, tosse e aumento da expectoração são sintomas frequentes da doença, mas passam quase sempre despercebidos, sendo em regra associados a sinais normais do envelhecimento. O Pneumobil irá não só alertar as pessoas para a DPOC, mas principalmente, através do rastreio, detectar a doença no seu estádio inicial, permitindo o encaminhamento atempado para os cuidados de saúde adequados”, já que o diagnóstico precoce é actualmente a única forma de evitar a progressão da doença, que em 2020 poderá ser a terceira causa de morte a nível mundial. Bem antes disso, defende o responsável, “é fundamental tomar medidas para travar esta doença”.
Dados da SPP estimam que a DPOC atinja hoje cerca de meio milhão de cidadãos portugueses, constituindo a sexta causa de morte em território nacional. A actual tendência de envelhecimento da população mundial e o tabagismo fazem parte da lista de factores de risco. A DPOC mata mais do que o cancro do pulmão ou a sida, mas esse aspecto permanece desconhecido da maior parte dos portugueses, que quase nunca ouvem falar daquela patologia pulmonar caracterizada pela obstrução do débito aéreo (passagem de ar dificultada), dificuldade respiratória (dispneia), tosse e aumento da expectoração. Numa fase avançada os doentes são incapazes de desenvolver actividades normais como por exemplo pentear o cabelo, conduzir, lavar os dentes ou subir escadas.

Carla Teixeira
Fonte: Sociedade Portuguesa de Pneumologia, As Beiras Online, ABC da Saúde

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