O pai do rapaz que faleceu em Fevereiro de 2004, com 17 anos de idade, exige uma compensação superior a 6 mil euros (1 milhão de ienes) por parte da “Pharmaceuticals and Medical Devices Agency”, uma entidade com ligações ao Ministério da Saúde Japonês. O rapaz terá saído de casa descalço quando foi atropelado por um veículo pesado, cerca de duas horas depois de tomar o medicamento, referem os familiares.
No entanto, a entidade encarregue de analisar as queixas de danos provocados pelos efeitos secundários dos medicamentos determinou que a morte do rapaz não foi causada pelo Tamiflu. Os pais não parecem convencidos e pretendem “saber a verdade sobre se houve ou não uma relação causal entre o Tamiflu e o comportamento anómalo” do filho, refere a imprensa japonesa citando o pai do jovem adolescente.
O caso surge alguns meses depois das autoridades de saúde japonesas terem emitido avisos sobre a utilização do fármaco, indicando aos médicos que não prescrevessem Tamiflu a doentes com idades compreendidas entre os 10 e os 19 anos, uma vez que nos últimos seis anos foram detectados dezenas de casos de mortes e ferimentos entre adolescentes aos quais este foi administrado.
A Roche, empresa farmacêutica responsável pela produção do medicamento, negou qualquer relação entre a utilização de Tamiflu e o registo de comportamentos fora do padrão normal. “Os delírios e distúrbios neuropsiquiátricos relacionados com a gripe não são invulgares e ocorrem, nos Estados Unidos da América, em cerca de 4 em cada 100 mil pacientes com gripe, que resultam em hospitalizações”, referiu a empresa no inicio deste ano. Alguns especialistas concordam que os casos mais graves de gripe podem desencadear comportamentos anómalos.
Marta Bilro
Fonte: Reuters, Guardian Unlimited.
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