Maior consumo de fármacos alerta médicos
O Ministério da Saúde português volta a estar na mira da classe médica, que desta vez ergue um coro de protesto contra medidas tomadas pelo gabinete de António Correia de Campos que, segundo a classe médica, têm potenciado um aumento do consumo de medicamentos sem obrigatoriedade de prescrição.A publicação, pela tutela, de uma nova lista de doenças que poderão ser tratadas sem qualquer consulta médica – ansiedade ligeira, dores reumáticas ou articulares, febre, diarreias e conjuntivite – terá sido a gota que, na sexta-feira, fez transbordar o copo do descontentamento entre a classe médica. O bastonário não reagiu ainda à nova lista, mas as estruturas representativas dos médicos em Portugal entoaram diversas críticas à medida. O presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Mário Jorge Santos, disse que “o país não está preparado” para o que classificou como “liberalização da venda de medicamentos”, que na opinião da entidade a que preside terá de ser “acompanhada de um plano de Educação para a Saúde em Portugal, “porque muitas pessoas nem sequer têm literacia”.
Em representação do Sindicato Independente dos Médicos, Carlos Santos foi mais longe, e alertou para os perigos da automedicação, frisando que, qualquer doença, ainda que possa ser tratada com medicamentos de venda livre, deverá sempre ser tratada com o acompanhamento e a supervisão de um profissional, lamentando que o Governo “só esteja preocupado em reduzir a despesa com a comparticipação dos medicamentos”. Pedro Nunes, que lidera a Ordem dos Médicos, entendeu não se pronunciar sobre a nova lista de 66 casos em que o doente poderá automedicar-se, alegando não conhecer o documento. Espera-se assim que bastonário assuma uma posição pública sobre esta matéria nos próximos dias.
Carla Teixeira
Fonte: TSF, Correio da Manhã, Agência Lusa
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