segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Governo aprovou nova lista de medicamentos sem receita
Maior consumo de fármacos alerta médicos


O Ministério da Saúde português volta a estar na mira da classe médica, que desta vez ergue um coro de protesto contra medidas tomadas pelo gabinete de António Correia de Campos que, segundo a classe médica, têm potenciado um aumento do consumo de medicamentos sem obrigatoriedade de prescrição.

A publicação, pela tutela, de uma nova lista de doenças que poderão ser tratadas sem qualquer consulta médica – ansiedade ligeira, dores reumáticas ou articulares, febre, diarreias e conjuntivite – terá sido a gota que, na sexta-feira, fez transbordar o copo do descontentamento entre a classe médica. O bastonário não reagiu ainda à nova lista, mas as estruturas representativas dos médicos em Portugal entoaram diversas críticas à medida. O presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Mário Jorge Santos, disse que “o país não está preparado” para o que classificou como “liberalização da venda de medicamentos”, que na opinião da entidade a que preside terá de ser “acompanhada de um plano de Educação para a Saúde em Portugal, “porque muitas pessoas nem sequer têm literacia”.
Em representação do Sindicato Independente dos Médicos, Carlos Santos foi mais longe, e alertou para os perigos da automedicação, frisando que, qualquer doença, ainda que possa ser tratada com medicamentos de venda livre, deverá sempre ser tratada com o acompanhamento e a supervisão de um profissional, lamentando que o Governo “só esteja preocupado em reduzir a despesa com a comparticipação dos medicamentos”. Pedro Nunes, que lidera a Ordem dos Médicos, entendeu não se pronunciar sobre a nova lista de 66 casos em que o doente poderá automedicar-se, alegando não conhecer o documento. Espera-se assim que bastonário assuma uma posição pública sobre esta matéria nos próximos dias.

Carla Teixeira
Fonte: TSF, Correio da Manhã, Agência Lusa

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