sábado, 29 de setembro de 2007

Diâmetro da cintura pode denunciar risco cardíaco

Estudo relaciona dimensões da barriga com cálcio nas artérias do coração

Um estudo divulgado pelo «Journal of the American College of Cardiology» sugere que o tamanho da cintura, nomeadamente, os quilos a mais na barriga, podem ser um “bom medidor” do risco crescente de um problema cardiovascular.

Para os cientistas do Centro Médico da University of Texas Southwestern (Estados Unidos), os quilos a mais na barriga “reflectem um risco maior de acumulação de placas nas artérias e no coração, mesmo quando o peso de uma pessoa é normal”, frisaram.

Reforçando que, “a resposta está sempre nas dimensões da barriga e isso é o que deveria preocupar as pessoas”, os investigadores acreditam que este indicador é “melhor do que a balança da casa-de-banho.”

O estudo analisou um grupo de 2.744 pessoas, que foram submetidas a testes para detectar a presença de placas nas artérias, sinais básicos de um maior risco de problemas cardiovasculares. O resultado revelou-se uma descoberta: que quanto maior era o diâmetro da cintura, a possibilidade de encontrar cálcio nas artérias do coração aumentava.

De acordo com a equipa norte-americana “o depósito de placas nas veias indica o começo de uma arteriosclerose ou o endurecimento das artérias”, esclarecendo que, “a presença pode ser detectada anos antes de a pessoa apresentar dores toráxicas ou ter um ataque de coração.”

Segundo explicaram, os participantes foram divididos em cinco grupos de acordo com o tamanho da cintura, tendo concluído que “os que possuíam uma barriga maior tinham o dobro da probabilidade de ter depósitos de cálcio nas artérias coronárias.”

Na opinião dos cientistas, a relação entre a placa arterial e o diâmetro da cintura pode relacionar-se com outros factores de risco, nomeadamente, a pressão sanguínea, a diabetes, a idade, o consumo de tabaco e os níveis de colesterol no sangue.

Para James Lemos, professor de medicina e director da Unidade de Cuidados Coronários da universidade, “quando se tratam de doenças cardiovasculares, não há melhor remédio que combatê-las com a redução da massa corporal noutros sectores, incluindo a celulite”, sublinhando que “embora seja uma pequena barriga, esta pode representar um risco maior em comparação com uma zona estomacal totalmente lisa."

As doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de 40% dos óbitos em Portugal.

Raquel Pacheco
Fontes: Agência EFE/«Journal of the American College of Cardiology»

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