segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Novo composto da Eli Lilly benéfico no tratamento da esquizofrenia

Um novo fármaco experimental da Eli Lilly demonstrou resultados positivos no tratamento da esquizofrenia. O medicamento, que poderá vir a substituir o Zyprexa (olanzapina), utiliza um novo método de combate à doença que desencadeia menos efeitos secundários.

Contrariamente a outros medicamentos para o tratamento da esquizofrenia que actualmente se encontram no mercado, a nova substância não tem como alvo a dopamina. O LY2140023, designação atribuída ao fármaco, afecta o glutamato, um neurotransmissor excitatório responsável pela memória e aprendizagem.

Um ensaio clínico de fase II demonstrou que o medicamento é tão eficaz como o Zyprexa na redução de sintomas como as alucinações ou o afastamento social. Para além disso, o fármaco não deu origem a movimentos involuntários, rigidez muscular ou aumento de peso, efeitos adversos inerentes a tratamento habitual da doença.

De acordo com a empresa, este será o primeiro candidato a fármaco para o tratamento da esquizofrenia que interfere com os glutamatos. O Zyprexa, com vendas 3,2 mil milhões de euros em 2006, verá a patente expirar em 2011.

De acordo com Steven Paul, vice-presidente do departamento de ciência e tecnologia da Eli Lilly, são ainda necessários “estudos adicionais para confirmar e aprofundar esta descoberta”. No entanto, acrescenta, “os dados sugerem que [o medicamento] pode representar uma nova alternativa” para o tratamento desta patologia.

A descoberta poderá ajudar a farmacêutica norte-americana a fazer frente ao Risperdal Consta (risperidona), um medicamento injectável produzido pela Johnson & Johnson, que num estudo recente, demonstrou mais benefícios no tratamento da esquizofrenia do que o Zyprexa.

O novo composto da Eli Lilly vai ainda competir com o bifeprunox, um medicamento da Wyeth em fase experimental, que também não provoca aumento de peso. A aprovação do medicamento foi recentemente rejeitada pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) que o considerou ineficaz requisitando mais informações sobre a actuação do medicamento no metabolismo humano.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Bloomberg, Infarmed, Farmacia.com.pt.

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