quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Vitamina C trava desenvolvimento do cancro, diz estudo

A vitamina C e outros antioxidantes podem ajudar a prevenir o desenvolvimento de cancro, revela uma investigação da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos da América. O segredo está na neutralização da proteína HIF-1.

De acordo com os investigadores, os antioxidantes estabilizam a capacidade de crescimento do tumor cancerígeno privando-os de oxigénio. O consumo excessivo de energia, provocado por alguns cancros de avanço rápido, faz com que todo o oxigénio em volta seja queimado, tornando os tumores exclusivamente dependentes da proteína HIF-1.

A proteína HIF-1 é responsável por equilibrar a diminuição de oxigénio disponível nas células, função que não consegue completar sem os radicais livres, moléculas muito reactivas que oxidam os vários componentes das células e inibem as suas funções normais. O novo estudo revelou que os antioxidantes têm potencial para destruir os radicais livres e assim neutralizar o HIF-1, bloqueando o desenvolvimento do tumor.

Os cientistas chegaram a esta conclusão depois de procederam à observação laboratorial de ratos aos quais foi implantado um de dois tipos de cancro, produtor de níveis elevados de radicais livres e que podem ser suprimidos através de antioxidantes inseridos na alimentação dos roedores.

Ao examinarem as células cancerígenas dos ratos nos quais o cancro tinha sido induzido mas que não foram alimentados com antioxidantes, os investigadores verificaram que não haviam danos significativos no ADN. “Se os danos no ADN não eram uma possível causa do cancro, então, o que quer que os antioxidantes estivessem a fazer para ajudar também não estava relacionado com lesões no ADN”, explicou Ping Gao, um dos autores do estudo. Esta conclusão levou os especialistas a suspeitarem de que haveria outro mecanismo envolvido, como é o caso da proteína que se sabe estar dependente dos radicais livres, a HIF-1.

Conforme referiu Chi Dang, professor especialista em cancro que liderou a investigação, as características anticancerígenas potenciais dos antioxidantes motivaram numerosos ensaios clínicos e estudos nas últimas décadas. Agora, depois de descoberto o mecanismo pelo qual actuam os antioxidantes, “podemos maximizar os esforços terapêuticos", afirma.

Marta Bilro

Fonte: AFP, Cienciapt.net, Ciência Viva.

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