terça-feira, 16 de outubro de 2007

Byetta pode estar ligado a casos de pancreatite aguda em alguns pacientes

FDA lança alerta sobre o fármaco da Amylin Pharmaceuticals e Eli Lilly

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) lançou um aviso para o facto de que o fármaco para o tratamento da diabetes tipo 2, o Byetta, da Eli Lilly e da companhia biotecnológica Amylin Pharmaceuticals, poder estar ligado a casos de pancreatite aguda em alguns pacientes. A Amylin concordou adicionar informação, acerca da pancreatite aguda, à secção de precauções do Byetta, segundo a FDA.

O Byetta (exenatida) foi relacionado com 30 casos de inflamação do pâncreas, o que levou as farmacêuticas a recomendar precauções na utilização do tratamento. Cinco dos pacientes tiveram graves complicações, como falha renal, e 22 apresentaram melhoras após pararem com o tratamento.

A FDA aconselhou os médicos a monitorar os pacientes e a descontinuar o Byetta se houvesse sinais de inflamação, tais como, dores abdominais fortes e persistentes que podem entender-se até às costas, e que podem ser acompanhadas de náuseas e vómitos. Contudo, são necessários testes para confirmar a pancreatite aguda. Os casos graves de pancreatite podem provocar hemorragias, danos nos tecidos, infecções, e levar à libertação de toxinas e enzimas na corrente sanguínea que podem danificar o coração, pulmões, rins e outros órgãos. A pancreatite aguda é principalmente causada por cálculos biliares, outras doenças da vesícula biliar, e uso de álcool.

O Byetta é uma hormona sintética injectável, administrada duas vezes por dia, que estimula as células no pâncreas a produzir insulina, quando o nível de açúcar no sangue está elevado, ajudando a converter esse açúcar em energia. O fármaco foi aprovado nos Estados Unidos, em Abril de 2005, para adultos com diabetes tipo 2, e tem sido utilizado até agora por aproximadamente 700 mil pessoas a nível mundial. A Amylin e a Lilly já tinham acrescentado, no ano passado, alguns dados sobre a doença à informação de prescrição fornecida com o fármaco.

O fármaco gerou vendas de 430,2 milhões de dólares, no ano passado, representando 90 por cento dos lucros da Amylin, e sendo um dos medicamentos da Lilly com um crescimento mais rápido.

Isabel Marques

Fontes:
www.networkmedica.com, Bloomberg, Reuters, The Wall Street Journal Online

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