terça-feira, 16 de outubro de 2007

Medtronic recolhe desfibrilhadores com defeito

Aparelhos podem ter causado a morte de cinco pacientes

A Medtronic, empresa norte-americana de equipamentos de tecnologia médica, retirou do mercado mundial aparelhos de desfibrilhação, utilizados na correcção de arritmias, por terem sido detectadas falhas no equipamento, que poderão ter estado na origem de cinco mortes, confirmou a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed). O dispositivo está também à venda em Portugal.

A distribuição dos eléctrodos de desfibrilhação Sprint Fidelis foi suspensa voluntariamente pela empresa “devido ao risco de ruptura dos mesmos”, informa a Medtronic. Os dispositivos são usados para detectar uma alteração do ritmo cardíaco, sendo capazes de provocar automaticamente uma descarga eléctrica para corrigir a alteração detectada, informa a agência Lusa citando fonte oficial do Infarmed.

Ainda assim, a Medtronic “não aconselha aos doentes a substituição profilática dos eléctrodos Sprint Fidelis, pois os riscos de remoção ou inserção de outro eléctrodo são muito superiores ao risco mínimo para o doente que constitui a fractura do eléctrodo”, refere a empresa em comunicado.

Os pacientes que suspeitem ter um eléctrodo Sprint Fidelis deverão consultar os seus médicos, aconselha a Medtronics, salientando que não há qualquer problema com os doentes que têm um pacemaker da marca.

De acordo com dados da empresa, em todo o mundo deverão ter sido implantados perto de 268 mil eléctrodos deste género, 506 dos quais em Portugal. O Infarmed afirmou que "em conjunto com a empresa responsável, está a efectuar todas as diligências necessárias com vista, quer à correcta informação dos profissionais de saúde que implantaram ou acompanham os doentes implantados, quer à operacionalização das medidas correctivas”.

“Não há qualquer problema com os desfibrilhadores”

Na sequência destes acontecimentos, a Medtronics já veio a público esclarecer que apenas retirou do mercado um tipo de eléctrodos dos seus desfibrilhadores, pelo que não há qualquer problema com os aparelhos propriamente ditos.

Os problemas verificados dizem respeito aos eléctrodos de desfibrilhação Sprint Fidelis da Medtronic, que são uma espécie de cabos que ligam o coração ao desfibrilhador, um aparelho para corrigir arritmias.

A empresa garante, por isso, que os desfibrilhadores “não têm qualquer problema e podem ser usados com outros eléctrodos”.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa, AFP.

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