sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Comparticipação da vacina contra o cancro do cólon do útero

Comissão Técnica de Vacinação apresenta relatório até Novembro

A Comissão Técnica de Vacinação deverá apresentar até Novembro, o relatório que ditará a inclusão ou exclusão da vacina contra o cancro do colo do útero do programa nacional de vacinação. A garantia é dada pela subdirectora-geral de Saúde, Graça Freitas, que em declarações ao Diário de Noticias admitiu ainda que "tal tão significa que fique logo tomada uma decisão sobre o assunto", pois a última palavra cabe ao ministro da Saúde.

A comissão continua a analisar a informação disponível, adiante a dirigente, isto apesar da escassez de dados que tem dificultado a investigação, que vai já em largos meses.

Para Graça Freitas, antes de se tomar uma decisão, é "fundamental saber exactamente quanto é que a doença pesa no País, para que se possa fazer a análise do custo/benefício".

No entanto, os número podem iludir. Se por um lado é verdade que por cada 100 mil portugueses, existem apenas 0,017% de mulheres afectadas, 17 em cada 100 mil, por outro lado o número de casos mortais é muito elevado, uma mulher por dia.

De acordo com a Associação Europeia do Cancro do Colo do Útero (ECCA), Portugal deve optar por incluir a vacina no plano nacional de vacinação, sob pena de a protecção a esta doença se restringir apenas às pessoas mais ricas, visto que o seu custo é elevado. No mercado nacional, as três doses necessárias custam no total 480 euros.

O director-geral da ECCA, Philip Davis, sugeriu ainda a criação de uma base de dados para melhorar o rastreio preventivo feito à população, declarando ainda que gostaria de ver alargada a presença portuguesa nesta organização, até porque os portugueses precisam de mais informação sobre a doença.

A ECCA publica diversos folhetos informativos e mantêm uma página na Internet, mas esta informação não está disponível aos portugueses, uma vez que os folhetos, ainda que estejam adaptados para 17 países, não são distribuídos em Portugal e a pagina on-line não se encontra traduzida em português.

De forma a colocar na agenda europeia a prevenção contra este tipo de cancro, a ECCA criou um grupo de trabalho com a participação de 40 membros do Parlamento Europeu e quer expandi-lo de modo a influenciar directamente as políticas nacionais.

Apesar de em Abril o PS ter rejeitado no Parlamento um um projecto de resolução do Partido Ecologista «Os Verdes» que recomendava ao Governo a inclusão da vacina contra o VPH no Programa Nacional de Vacinação, o ministro da Saúde, Correia de Campos, manifestou já a sua abertura para estudar a viabilidade da orçamentação daquela vacina no Orçamento de Estado de 2008, ainda que não exista um compromisso nesse sentido.

A vacina deve ser administrada a crianças e adolescentes de ambos os sexos, com idades entre os nove e os 15 anos, e a mulheres dos 16 aos 26 anos.

Actualmente, os métodos de detecção mais comuns são o teste de papanicolau e um rastreio molecular de HPV, que os médicos recomendam às mulheres com mais de 30 anos.

Inês de Matos

Fonte: Diário de Noticias, RTP, Diário Digital

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